CAPÍTULO 113: Um Prato Cheio

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[Narrado pelo Autor]





Após Reynard desmaiar na calçada e as meninas tentarem acudi-lo, algumas pessoas preocupadas que passavam ao redor se aproximavam para entender o que estava acontecendo. Queriam chamar a ambulância, mas Nathalie não permitiu, então deu um jeito de chamar por ajuda. Aquilo não era normal, não foi uma crise glicêmica normal. A forma que ele conversou sozinho enquanto estava na crise, parecia estar em transe. E vindo de alguém que é extremamente protegido por Marcelo e Otávio, Nathalie sabia que a ambulância humana não seria de grande ajuda. Então pegou o celular e ligou para alguém...

Sandra: — Ligando pro Luka?

Nathalie: — O celular dele está fora de área. Tô ligando pro Miguel.

Sandra: — Você tem o número do Miguel??? — parecia confusa.

Nathalie: — Óbvio.

Sandra: — Como você...

Nathalie: — Eu só pedi. E ele é a pessoa mais próxima do Marcelo.

Miguel: — O-oi... alô? — sua voz calma ecoou do outro lado da linha. Nathalie pôs no viva-voz. — Aconteceu alguma coisa?

Nathalie: — Professor, sou eu, Nathalie. Preciso do Marcelo urgente. O bonitão comeu muito açúcar, e...

Miguel: — Açúcar? O Reynard tá contigo??? E ele ingeriu... quanto???

Sandra: — Muito sorvete, professor. Muito mesmo.

Miguel: — Ele já desmaiou? — parecia bem calmo, apesar dos apesares.

Hum, parece que ele já está a par da situação, o que é bem provável que não seja algo novo e surpreendente.

Nathalie: — Aham. Estamos na calçada, com uns curiosos tentando chamar a ambulância.

Miguel: — Não, não é necessário. Quando o corpo normalizar o nível de açúcar, ele vai acordar, peça para que ninguém se preocupe. Cláudio vai falar algumas coisas sem sentido, porque ele está delirando. Talvez haja uma dificuldade para respirar, mas isso só em ocasiões gravíssimas. Dependendo do quanto de glicose ele consumiu, ele vai acordar em breve. Vou mandar o Otávio encontrar vocês aí.

Nathalie: — Beleza. Ele tá com o Marcelo?

Miguel: — Não, está aqui do meu lado. Ele já está indo. — desligou o celular.

Sandra: — Bicha, você nem falou onde a gente tá!

Nathalie: — Querida, é o Otávio. Ele sabe.

Demorou cerca de vinte minutos até Otávio chegar. Estava sozinho, andando. Deve ter se teletransportado para o beco mais próximo. Ele parecia calmo, se ajoelhou próximo ao irmão adotivo e abriu as pálpebras dele.

Otávio: — Dispersem. — disse em um bom tom, e não foi um pedido. Foi uma ordem. As pessoas curiosas ao redor obedeceram, e pareciam até confusas por estarem paradas ali. Se moveram e foram embora, os deixando sozinhos.

Sandra: — Uau. Mandou os curiosos embora só com uma palavra.

Otávio: — Prática.

Mentira, indução de pensamentos. Mas ele não vai assumir na frente de uma humana.

Otávio: — Achei que meu pai tivesse sido bem claro quanto aos doces.

Nathalie: — Foi mal, Luka pediu pra que evitássemos isso, mas a gente permitiu que ele... cê sabe. — O garoto levantou a blusa dele, tirou uma caneta injetável do bolso e a aplicou na lateral do dorso, abaixo das costelas.

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⏰ Last updated: Sep 27, 2022 ⏰

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