CAPÍTULO 48: Apenas Uma Chance.

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[ Narrado por Luka ]:

Saí do colégio antes mesmo de o porteiro conseguir me ver. Fui muito rápido ao pular o muro. A energia do Guilherme estava por todos os lugares... Estava confuso do lugar que precisava ir.

Eu: — Vamos lá, Luka... Você vai achar...

Tio Marcus uma vez disse que para realizar qualquer tarefa difícil só precisamos nos concentrar e ver todos os métodos possíveis. Eu preciso me concentrar bastante para poder seguir o caminho certo.

Fechei os olhos e respirei fundo. Minhas mãos começaram a formigar e todo meu corpo estava vibrando. Senti cheiro de água... Água do mar...

Eu: — Praia. – tirei a mochila dos ombros para não atrapalhar, a segurei na mão esquerda e voltei a correr. Fui direto para o litoral, que fica um pouquinho longe.

Virei curvas e mais curvas, ultrapassei carros e motos, e sentir todo aquele vento gostoso no rosto é uma coisa incrivelmente gostosa... Ao finalmente chegar no litoral e ver aquela imensidão verde clara de água límpida, que chamava para um belo banho de mar, eu tive que me segurar, pois precisava somente encontrar o Gui.

Naquele local eu conseguia sentir a energia dele, e vinha de não muito longe. Olhei em volta e a uns duzentos metros de mim havia grandes rochas empilhadas e algumas árvores... Parecia tudo deserto e só eu estava naquele local, além do Guilherme. Corri para perto das pedras e senti uma movimentação fraca. Pulei no meio das pedras e escalei outras. Saltei de pedra em pedra até que cheguei num pedregulho enorme, e era de lá que vinha a movimentação. Me recordei do que minha mãe tinha dito sobre termos ligação com a natureza e podermos imitar certas criaturas... Gatos saltam bem alto, e eu saltei alto uma vez. Não custa nada tentar outra vez.

Peguei impulso para frente e saltei colocando a força necessária nos pés. Não poderia colocar muita força, senão passaria da pedra e cairia na água, e eu não queria isso.

Eu: — Guilherme? – olhei para ele sentado na beira da pedra olhando o mar.

Guilherme: — Como me encontrou? – ele se virou para me olhar... A cara dele estava péssima... Parecia que ele tinha...

Eu: — Você está... Chorando? – ele sorriu e limpou o rosto.

Guilherme: — Não vou mentir... Eu estava sim.

Eu: — Você está assim por causa do Thomas? – ele ficou sério e se virou novamente para olhar o mar.

Guilherme: — Não e... Por parte sim... Mas estou assim porque me lembrei do meu pai ao olhar o mar. – me aproximei dele e me sentei ao seu lado.

Eu: — Hum... Por que veio pra cá?

Guilherme: — Queria ficar um pouco sozinho com a companhia da natureza. Meu pai gostava de me trazer aqui quando eu era criança.

Eu: — Sendo assim... Vou te deixar sozinho... – fiz o gesto de que iria levantar e sair, mas ele segurou meu punho esquerdo e me olhou com aqueles olhos majestosos novamente.

Vi um brilho nos olhos dele que me deixou paralisado, como sempre. Era como se ele estivesse passando para mim tudo o que ele estava sentindo naquele momento. Não consegui parar de encará-lo por um segundo sequer.

Guilherme: — Não quero mais ficar sozinho... Por favor, fique comigo... – ele diminuiu a força e deslizou a mão pelo meu punho esquerdo até sentir meus dedos… Ele os entrelaçou aos dele… Achei estranho aquele gesto, mas não liguei.

Eu: — O que tem de bom para olharmos? – ele sorriu e já me senti melhor com aquele sorriso maravilhoso.

Guilherme: — Você pode olhar pra mim enquanto eu olho pra você. Quer paisagem melhor? – eu ri e soquei seu ombro. Achei meio fofo, mas sei que era brincadeira...

ABOOH : Amores Sobre-Humanos Where stories live. Discover now