ABOOH : Amores Sobre-Humanos

CAPÍTULO 66: E o Deus Bate o Cajado - Parte II

[Narrado por Luka]:

Carlim: - Montu... Há quanto tempo...

Sinto que vai dar merda... Muita merda... Muita merda mesmo. Um deus não estaria no meio do pátio de um colégio dos humanos se não fosse dar merda.

Eu: - Uau...

Carlim: - Incrível, não é? - concordei com a cabeça. - E olha que você ainda nem conheceu Ártemis e Quetzalcóatl, que brilham muito mais que ele.

Eu: - Ártemis também existe?

Carlim: - Claro. Acha que Apolo existiria se a irmã gêmea dele não existisse? - dei de ombros. - Aliás, deuses são todos iguais. Se acham o máximo só por terem governado algum canto e eu odeio isso.

Eu: - Não é pra menos. Eles são lendários e brilham tanto... Chega a ser assustador.

Guilherme: - Vocês estão vendo? Eu não tô vendo nada!

Diogo: - Vocês querem me deixar mais maluco do que já sou.

Nath: - É pegadinha, só pode. Se não me deixarem ver também, eu vou arrebentar a cara de vocês que nem Deus vai reconhecer!

Carlim: - Só vê quem quer. Não é minha culpa se vocês ainda não aprenderam a tirar o véu... Exceto o Luka. Esse puxou a mim! É um prodígio! - eu ri, mas de nervoso. Não conseguia parar de encarar o tal deus Montu.

Guilherme: - Como faço para ver? Luka?

Eu: - Não sei direito. Eu só segui as instruções que recebi do tio Marcus para equilibrar os chakras e concentrar energia deles. Sua mãe não te ensinou isso? - ele olhou para o chão com a boca entreaberta, fez uma careta e levou a mão até atrás do pescoço já começando seu ataque de nervosismo.

Guilherme: - Ah... Talvez eu não tenha prestado muito a atenção e... Cê sabe... - ele deu de ombros. Cruzei os braços e me virei pra ele.

Eu: - Não, eu não sei. O que você fica fazendo horas dentro da câmara senão aprender sobre suas habilidades?

Guilherme: - Ah... Nada demais.

Eu: - Pra você não prestar atenção na sua mãe, então é sim. - ele olhou pro Diogo que riu em seguida.

Diogo: - Ele não presta atenção porque...

Guilherme: - CALA A BOCA, DIOGO!!!

Carlim: - Meninos, não é hora pra chilique. Montu, um dos deuses da guerra que já viveu na Terra, está parado na nossa frente. Um movimento em falso e ele manda vocês para uma viagem em Gargantua, ou em Sagittarius.

Todos ficaram em silêncio. Estreitei os olhos para o Guilherme, fazendo uma expressão desconfiada e Diogo mordeu os lábios tentando não rir.

Eu: - Se quiser ver, então dê um jeito de lembrar o que sua mãe disse, porque eu não vou dizer nada.

Guilherme: - Mas...

Eu: - Mas nada. Não me faça brigar contigo de novo! - ele abaixou a cabeça e continuou coçando a nuca. - E você, Diogo...

Diogo: - Eu??? O que eu fiz???

Eu: - Se estiver escondendo segredinhos sobre ele para mim, vou deixar que a Nathalie te dê um castigo. - instantaneamente ela abriu um sorriso.

Nath: - Hum... Agora vi vantagem.

Escutei um som alto, estridente, de uma batida tão forte que achei ter caído um meteoro ao meu lado. Rapidamente tampei os ouvidos e me virei para Montu. Debaixo da base de seu cajado o chão estava rachado, e logo percebi o que ele fez... Ele bateu o cajado.