CAPÍTULO 12: Luzes e Fumaça

3.2K 389 73
                                    

[ Narrado por Luka ]:

Estava saindo de casa para ir ao colégio. Dei tchau para minha mãe, que estava sentada na sala com uma blusa rosa com o desenho de um gatinho e um short jeans perolado nos bolsos. Cass provavelmente estava no quarto tendo uma batalha com a preguiça, como sempre.

Saí de casa e iria encontrar a Nath na casa dela, mas na metade do caminho a vi vindo em minha direção.

Eu: - Ué, eu iria te encontrar na sua casa!

Nath: - Mas eu mandei uma mensagem dizendo que eu iria te encontrar na sua casa.

Eu: - Mas eu não recebi nada. - peguei meu celular e mostrei à ela. - Olha.

Ela vasculhou meu celular de cabo a rabo e depois me devolveu.

Nath: - Deve ser algum problema com a rede da operadora. Vamos logo antes que a gente se atrase.

Chegamos no colégio e estranhamente estava vazio... Uma escola incrivelmente grande, com centenas de alunos, e no meio da semana sem ninguém? Muito estranho...

Nath: - Está vazia. - entramos no colégio e caminhamos pelos corredores. - Será que não tem aula e ninguém nos avisou?

Eu: - Deve ser. - abracei meu peito e me encolhi. Aquele lugar é assustador quando está vazio. Parecia aqueles cenários de filme de terror. Parecia que um assassino surgiria a qualquer momento para me matar.

Andamos mais um pouco até que escutamos um barulho de algo metálico caindo.

Eu: - O que foi isso? - dei um pulo para frente, ficando bem ao lado da Nath.

Nath: - Deve ser alguém, ou um fantasma querendo sugar nossa alma e nos carregar pro inferno. - dei um tapa nela e ela riu em seguida.

Eu: - Pare! Você sabe que isso é assustador!

As risadas dela ecoavam por todo o corredor e davam um ar muito mais sombrio para aquele lugar. Ficou ainda mais assustador quando no fundo do corredor escuro, onde ficavam os armários, surgiu uma figura de forma masculina andando lentamente e meio curvada com as mãos cobrindo a barriga.

- Socorro... Por favor... Me... Ajudem... - murmurou com uma voz rouca, provavelmente de um cara, e caiu ajoelhado no chão.

Nath e eu olhávamos estáticos para o aquela criatura ajoelhada e vimos um líquido escuro e espesso saindo por entre seus dedos. Por mais que eu forçasse a visão, não consegui ver as feições daquela sombra pela falta de luminosidade do corredor.

Sombra: - Me ajudem... Por favor...

No mesmo instante, senti um aperto muito forte no peito, como se uma adaga molhada num rio de lava atingisse meu coração. A voz do homem era estranhamente familiar. Nós dois continuamos parados estáticos sem conseguir nos mover. A figura caiu deitada no chão e meus olhos se encheram de lágrimas. Minha vontade era de chorar e de gritar bastante, meu corpo não saia do lugar e a Nath não tirava os olhos da figura deitada no chão. Uma poça do líquido preto se formou em volta daquela sombra. Deduzi que fosse sangue e isso me assustou. Aquele líquido preto foi se transformando em fios de luz esverdeada, que subiam e desapareciam ao contato com o teto o colégio. O corpo sem movimento foi coberto por uma camada de luz verde que brilhava pulsando como uma estrela. Era incrivelmente lindo, apesar de ser trágico.

Por impulso, olhei para baixo e vi meus pés sendo cobertos por faixas de luz azul. Olhei meus braços e minha mão exalavam o que parecia um vapor azul. Me virei para a Nathalie e ela estava na mesma situação, mas a única diferença era que a cor da luz em seus pés tinha a cor dourada, como ouro. Ela olhava boquiaberta para seus pés e suas mãos.

ABOOH : Amores Sobre-Humanos Where stories live. Discover now