CAPÍTULO 11: E o Estranho Começa - Parte I

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[ Narrado por Luka ]:

Hora de levantar, Luka.” – minha consciência me dizia.

Ouvi o som de notificação do celular e bocejei. Não queria ler, mas veio aquela curiosidade extrema para saber quem é. Uma força misteriosa jogou minha mão em cima do celular. Olhei com um olho aberto e outro fechado como sempre faço quando acordo com uma preguiça imensa. Era uma mensagem do Tommy.

"Boa tarde, anjinho. Dormiu bem?"

Só de ler o nome dele, a preguiça foi embora e deu lugar a uma energia enorme que senti percorrendo pelo meu corpo em um calafrio gostoso.

Eu:  "Boa tarde, gostoso."

Tommy:  "Como está?"

Eu:  "Bem, mas poderia ficar melhor"

Tommy:  "Tem razão, acho que se meu anjinho olhasse pela janela, o dia dele ficaria melhor.

Eu:  "Sério?"

Tommy:  "Sim, e também acho que se ele descesse as escadas melhoraria muito mais."

Eu:  "Então acho que vou dar uma olhadinha lá fora… Beijos, fofo!"

Tommy:  "Beijos, abraços, mordidas, chupões e lambidas!"

Eu ri com aquilo, adoro esse cara. Levantei da cama e fui até a janela… Quando ví o que estava lá fora, um sorriso de orelha à orelha se formou nos meus lábios. O carro do pai do Tommy estava lá do outro lado do portão, então isso quer dizer que ele está aqui!

Fui saltitando para o banheiro que nem uma adolescente que acaba de ser beijada pelo cara em que é extremamente apaixonada. Fiz minha higiene diária e me arrumei mais um pouquinho. Desci as escadas e ele estava lá, conversando com o Cass, tão lindo como sempre esteve. Quando me viu, abriu um belíssimo sorriso e eu fiz o mesmo… Na verdade, eu já estava sorrindo desde que recebi a mensagem dele.

Eu: — Cass, cadê a mamãe? – perguntei sentando no sofá ao lado do Tommy.

Cass: — Foi na boutique rapidinho e me deixou aqui conversando com seu amigo. Luka onde você arruma amigos legais? Os meus são um saco!

Aquele "amigo" que ele disse despertou em mim uma vontade enorme de contar que meu "amigo" não é só meu "amigo", mas sim meu "namorado".

Nunca escondi nada da minha mãe e do Cass. Sempre compartilhei com eles os meus problemas, minhas alegrias, minhas preocupações, com exceção da minha sexualidade. Nesses anos em que escondi isso de todo mundo, eu estava com medo. Medo de eles não gostarem mais de mim por eu ser gay, medo de desapontar minha mãe e meu irmão, medo do preconceito nas ruas... Mas agora não ligo para o que os outros vão pensar por aí, minha mãe me apóia, meu tio Marcus me apóia e melhor ainda, a minha melhor amiga me apóia e isso já é o suficiente para mim. Sei que meu irmão vai entender, então tenho que falar... Ele já tem idade o suficiente para saber.

Eu: — Cass, tenho que te falar uma coisa e espero que entenda.

Tommy me olhou e desfez o sorriso, acho que ele ficou surpreso que eu iria falar sobre nós com Cass.

Cass: — Sim, o que é?

Eu: — Você sabe que nunca escondi nada de você e da mamãe, então acho que já está na hora de contar.

Cass: — Me contar o que, Luka? Vai, fale que eu já estou curioso!

Eu: — Bom... O Tommy não é só meu amigo... ele é meu...

ABOOH : Amores Sobre-Humanos Where stories live. Discover now