Capítulo Setenta e Cinco!

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Quando o mais novo desceu do carro, ele olhou a sua volta então encarou o sol. Respirou fundo, já podia sentir a sensação de alivio preenchendo o seu peito. Ele estava a poucos passos da peça final daquele quebra-cabeça. Tinha cem por cento de certeza de que até o final daquele dia, até o sol que ele estava encarando, se pôr, tudo voltaria ao normal. Não tudo, claro, porque o episódio de mais cedo, a descoberta — que não era tão surpresa assim porque ele já esperava — rodeava sua cabeça, deixando-o ligeiramente afetado. Isso não podia voltar ao normal tão cedo, mas não queria dizer que ele iria desistir de tentar fazer voltar. Ele não desistiria de Hellen, não tão cedo.

Parou de olhar a bola de fogo ardente no céu azul e então olhou para o Starbucks. Varreu o local com os olhos e então checou seu relógio; pontual como sempre. Olhou novamente em volta e contou as mesas até chegar a terceira à direita, onde a sua peça final havia lhe falado. Caminhou calmamente com as mãos no bolso, aparentemente despreocupado, mas por dentro estava ansioso e nervoso. Queria entender o que fez aquele homem chegar a tal ponto, e porquê o envolver? Também não podia negar que estava remoendo em raiva e que tinha vontade de chegar naquele que agora estava a dois passos dele e de costas, e acertar em cheio seu rosto com um soco em seu nariz que o deixaria tonto. Mas se controlou, precisava estar calmo porque tinha um interrogatório para fazer.

Quando ficou em frente ao homem que estava sentado olhando a lista de bebidas e doces que haviam no local, ele sorriu um pouco incrédulo. Tudo bem que já tinha sido avisado sobre quem era, mas ele ainda assim não queria acreditar até estar de frente para ele. O mais velho ao perceber o outro a sua frente, abaixou o menu e retirou os óculos surpreso ao encontrar ninguém mais e ninguém menos que, Andrew Gregory. Ele estava em dúvida sobre o que dizer então Andrew puxou a cadeira e se sentou, deixando-o ligeiramente confuso — fingindo, na verdade.

— A que devo a honra de Andrew Gregory me acompanhando em um Starbucks logo pela manhã? — Foi irônico, mesmo já sabendo do que se tratava.

Ficou ereto e posicionou seus cotovelos na mesa apoiando-os e cruzou seus dedos abaixo de seu queixo, arqueando levemente sua sobrancelha enquanto abria um sorriso cínico.

— De repente me deu uma vontade de exterminar. — Andrew deu de ombros, e o olhar verde como uma agua cristalina e o outro azulado, agora se encaravam como se fossem sair faíscas.

— Uma vontade peculiar, não acha? — O mais velho sorriu largamente e observou a garçonete que vinha anotar seu pedido — Mas você está com sorte. — Seu olhar voltou para Andrew e agora estava mais frio — Porque eu compartilho o mesmo desejo que você. — Sua voz soou tenebrosa e Andrew por um momento pensou que aquilo havia outro significado, principalmente quando o homem a sua frente semicerrou o olhar e abriu um sorriso ameaçador.

— Então vim ao lugar certo? — Andrew sorriu, se fazendo de ingênuo e sorriu para a garota que esperava pacientemente eles lhe dizerem os pedidos — Um frapuccino, por favor. — Pediu e viu o outro fazer o pedido. Esperou calmamente a garota se afastar para continuar sua conversa — Você pode me ajudar a exterminar o que eu quero. — Sorriu.

— Não vejo o porquê de eu te ajudar. Não estamos no mesmo time.

— Ah, — Andrew riu — E em que time você exatamente está, Peter? — Falou sério — Porque sinceramente, você não está nem no meu e nem do outro. Há um terceiro time. — Sua mão se fechou em punho e Peter sorriu olhando a sua volta.

— Do que está falando, Gregory? — Se fez de desentendido.

— Por que me meteu nessa? — Andrew foi direto e isso pegou de surpresa Peter, ele não sabia o que responder — Se queria ferrar o Daniel, porque me envolveu? Ou você tem algum problema contra mim? Ou talvez.... — Então Andrew pensou melhor — Daniel sabe disso, você está a mando dele?

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