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Hellen Cavannaugh tinha decidido não transformar a sua vida em algo patético e rotineiro, por isso escolheu a liberdade e o sexo casual.
Por...
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Christina Perri, Human.
Abri meus olhos e vi tudo escuro, minha cabeça já não doía mais e agradeci aos céus. Senti um peso em cima do meu corpo e me assustei.
Onde estava?
Tentei olhar ao redor, mas não conseguia enxergar nada além da escuridão. Toquei o peso em cima de mim e notei que era um braço e uma perna.
Eu havia dormido com Daniel.
Me virei ficando de frente para ele, e ele se mexeu me puxando mais para o seu corpo, notei que eu estava com uma roupa leve, mas não conseguia ver o que era, senti que estava sem sutiã e que o que eu estava parecia uma camiseta e ia até o meio das minhas coxas. Me desesperei ao imaginar que ele havia me trocado e tocado, decidi me levantar, mas ele apertou seu braço em volta da minha cintura, me fazendo ficar presa. Um vento entrou pela janela fazendo as cortinas ficarem um pouco aberta e um pouco da luz de fora entrar e bater no rosto dele, e então fiquei o olhando hipnotizada.
Tão lindo...
A dor em meu peito voltou, e eu vi que aquela estava sendo a última vez em que nós ficaríamos tão perto daquela forma... meus olhos lacrimejaram e quando eu vi, já tinha perguntado baixinho, porque é que aquilo tudo tinha que ser assim... Agradeci quando ele nada disse, era sinal de que não ouvira nada. Ele dormia sereno, seu rosto não tinha uma ruga entre a testa, e parecia estar sorrindo. Sorri ao ver aquela cena, e toquei seu rosto logo começando a fazer carinhos.
Uma pequena lembrança de nós dois ainda amigos, invadiu minhas memórias, me deixando em pedaços quando ele sorriu para mim na memória. Estávamos no terraço do prédio da Empire. Perto do natal, e fim do dia. A neve estava caindo com intensidade, mas isso não me impediu de subir até lá, mesmo que a porta tivesse emperrada, eu subi. Eu queria tirar uma foto daquele momento mágico que é a neve cobrindo Nova York e seus arranha-céus, e por ser meu primeiro ano na Empire era a oportunidade perfeita.
Daniel estava me procurando e acabou sabendo que eu tinha subido e foi ao meu encontro. Enquanto eu olhava aquela vista maravilhada, mesmo com o frio cortante em minha pele, Daniel se aproximou lentamente de mim e por trás, me derrubando no chão que estava completamente coberto pela neve grossa. E assim, começamos uma luta de bolas de neves, que acabaram com nós dois deitados no terraços abrindo os pés e os braços, formando um anjo abaixo de nós.
— Se eu soubesse que no final desse acordo, a gente acabaria assim... eu não teria aceitado...– minha voz soou rouca em um sussurro.
Respirei fundo inalando seu cheiro e me aproximando um pouco mais do seu rosto.
– Sabe porquê? – uma lágrima involuntária caiu do meu olho – Porque se eu soubesse que afetaria tanto a nossa amizade, eu tinha escolhido ela ao invés de te ter e no final acabar sem os dois. – Mais lágrimas brotaram dos meus olhos e eu resolvi não dizer mais nada ou ele poderia acordar e me pegar chorando, seria uma cena patética e ele poderia me infernizar com aquilo, fazendo gracinhas.
