Love Again ♥ JIKOOK ABO

By Sweet_Kpopper

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Após perder seu grande amor para um acidente trágico, o alfa Jungkook jurou nunca mais amar ninguém. Bom... More

♥ PROLOGUE ♥
♥ 01 || Chains of the Past ♥
♥ 02 || Mystery behind the truth ♥
♥ 03 || Business ♥
♥ 04 || Parts of the destination ♥
♥ 05 || War Of Feelings ♥
♥ 06 || Scare ♥
♥ 07 || New Promise ♥
♥ 08 || Destiny is by my side ♥
♥ 09 || Sorry, My babe! ♥
♥ 10 || I Want You ♥
♥ 11 || You Are Mine ♥
♥ 12 || Best Moments ♥
♥ 13 || I Need U ♥
♥ 14 || Learning to live together ♥
♥ 15 || Intensity ♥
♥ 16 || The past back ♥
♥ 17 || My Little Sly ♥
♥ 18 || Completely Insane ♥
♥ 19 || In My Defense ♥
♥ 20 || Danger! Double Protection ♥
♥ 21 || Yes! He's My Alpha ♥
♥ 22 || My Lovely Omega ♥
♥ 23 || Therapy ♥
♥ 24 || The Reality Of A Dream ♥
♥ 25 || My Soothing ♥
♥ 26 || Protected In His Arms ♥
♥ 27 || Yes! I'm Jealous ♥
♥ 28 || Hot Night, My Love! ♥
♥ 29 || Poison In Words ♥
♥ 30 || Wounds Of The Soul ♥
♥ 31 || My Protector Angel ♥
♥ 32 || Our Refuge ♥
♥ 33 || Living in Paris ♥
♥ 34 || Unforgettable ♥
♥ 35 || Love In Every Way ♥
♥ 36 || My Shields ♥
♥ 37 || A Little More Love ♥
♥ 38 || Our Private Paradise ♥
♥ 39 || A Little Peace ♥
♥ 40 || Consequences Of Disobedience ♥
♥ 41 || Bad Day ♥
♥ 42 || Plans Discovered ♥
♥ 43 || Day Of Surprises ♥
♥ 44 || Commitments ♥
♥ 45 || Night Of Celebration ♥
♥ 46 || Confusion Of An Angel ♥
♥ 47 || Welcome, Little Sister! ♥
♥ 48 - Busy Life ♥
♥ 49 || Unpredicted ♥
♥ 50 || Allies Or Enemies ♥
♥ 51 || Innocent ♥
♥ 52 || Yes! I Marry U! ♥
♥ 53 || Emotion Day ♥
♥ 54 || New Routine ♥
♥ 55 || Affection That Soothes ♥
♥ 56 || Beautiful Discovery ♥
♥ 57 || Great Day ♥
♥ 58 || Honeymoon ♥
♥ 59 || Our Peace ♥
♥ 60 || Our Eternity ♥
♥ 61 || Real Threat ♥
♥ 62 || Paternal Instinct ♥
♥ 63 || Always By Your Side ♥
♥ 65 || Routine Cute ♥
♥ 66 || Last Moments ♥
♥ 67 || Our Family ♥
♥ 68 || Little Jeon ♥
♥ 69 || The Future I Wished ♥
♥ 70 || Stronghold Of Peace ♥
♥ EPILOGUE ♥
♥ Bônus I - Complete Happiness ♥
♥ Bônus II - Love Moments ♥
♥ Bônus III - Happy Forever ♥
♥ EXTRA ♥
♥ EXTRA² ♥

♥ 64 || Tears Of Happiness ♥

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By Sweet_Kpopper

Boa Leitura!

“Aprendi que o tempo não cura o passado, mas o torna menos importante...”Diego Lima

Jimin P.O.V's

     Posso dizer que nossa rotina voltou ao normal, a minha nem tanto já que tranquei a universidade para me dedicar melhor a gestação depois de tudo o que aconteceu. Dois meses se passaram desde então, não há mais dores nem sequer marcas em meu corpo, mas ainda sinto medo. Não medo do meu passado, aprendi com as melhores pessoas que aquele tempo não volta, sem mencionar que meus fantasmas foram dizimados. Tenho trabalhado essa parte junto ao meu terapeuta, visitas quinzenais que estão me fazendo bem e que impediram qualquer reação pós-traumática. Yujin e eu estamos bem, é isso que mais importa.

     Aqui estou em mais um dia cheio de preguiça, Jungkook saiu cedo para cumprir sua agenda com os compromissos da empresa, está tudo sob controle depois que ele retornou e não vejo motivos para que meu marido fique o tempo inteiro em casa. No entanto, isso não impede que o alfa me ligue ou envie uma mensagem toda vez que tem tempo livre, sem mencionar os diversos mimos que deixa sobre seu travessão apenas para que eu os encontre pela manhã. Bilhetinhos, chocolate, pequenos presentes, coisas das quais meu homem sabe que me arranca sorrisos.

     Hoje não foi diferente, sobre seu travesseiro ele deixou uma pequena caixinha cheia das balas que disse estar com desejo. Não sei dizer se sou sortudo ou simplesmente devo aceitar que isso estava nos planos do destino desde o início. Houveram obstáculos, houveram lágrimas, mas Hyunjae hyung tinha razão nosso choro é de alívio e felicidade. Nunca estive tão tranquilo quanto agora, apesar do tal medo me sinto seguro tendo diariamente a companhia de Myunghee e meus três bebês de quatro pata. Isso mesmo, fora Sky e Fofo agora temos um coelhinho que carinhosamente Jeon batizou de Pompom.

     Enrolado em meio aos edredons tendo a companhia de Sky encaro o relógio digital sobre o criado mudo, pouco mais de dez da manhã e meu estômago reclamando pela fome. Não é para menos, Yujin está me exigindo tanto que ganhei quatro quilos nos últimos dois meses. Sinto meu rosto levemente inchado, minha barriga já está aparecendo, sem mencionar que comecei a sentir seus pequenos movimentos. A médica disse ser normal depois que se entra na vigésima semana de gestação, mesmo que apenas poucos tremores como venho sentindo. Ainda me lembro do sorriso bobo e as lágrimas de meu alfa quando teve a confirmação de que é um menino, Jungkook literalmente é a definição perfeita de pai babão.

     – Jiminnie. – Ouvi senhorita Kun me chamar enquanto batia na porta do quarto.

     – Pode entrar, Noona. – Pedi meu sentando para atendê-la. – Aconteceu alguma coisa?

     – Não, pequeno. Só vim saber se está com fome. Ainda não saiu do quarto. – Posso ver sua expressão preocupada, depois de arriscar sua vida por mim Myunghee se tornou bem mais que uma amiga, definitivamente posso considerá-la da família.

     – Fui dormir tarde ontem, me distrai procurando algumas decorações no celular. – O fato é que perdi o sono e fiquei por horas procurando coisas de bebê na internet. – Preciso me trocar, vou em alguns minutos.

     – Certo. Vou preparar algo então. – Respondeu pouco antes de caminhar até a porta. – Hum... YooHee quer me levar para sair hoje, mas preciso deixar o jantar pronto. O que devo preparar para mais tarde?

     – Você pode ir, vou ver se Jungkookie me leva para dar uma volta. Não aguento mais ficar em casa. – Ela sorriu antes de me deixar sozinho novamente.

     Caminhei até o banheiro sentindo minha bexiga pesada, coisa comum quando se está carregando uma criança. Enfim, digamos que seja um rotina fofa sair do banho e acariciar a barriga enquanto converso com o mais novo. Há quem diga que eles nos ouvem e se acalmam diante da nossa voz, mas não posso afirmar já que Yujin não é o tipo de bebê cheio de energia, diferente de Hyesoo que parece em uma competição de ginástica na barriga do meu melhor amigo. Depois que me arrumei segui até a cozinha, o cheiro de Japchae¹ já tomava o ambiente. Myunghee novamente cuidando de uma boa alimentação, não por se sentir obrigada e sim por me considerar parte de sua família também.

     Enquanto me alimentava conversávamos sobre o momento de paz. Myunghee em uma relação com minha tia, o ótimo desenvolvimento do meu bebê e os presentes que senhora Kun me enviou na última vez que a filha foi visitar sua casa. Meias, gorros e até um mini suéter tricotado com tanto carinho, o presente mais fofo que ganhei até então. Aquela conversa foi interrompida pela ligação de meu marido, Jeon e sua típica preocupação em querer saber como foi minha noite de sono e como está sendo meu dia, se não reservo um tempo para lhe atender aquele alfa é capaz de chegar em casa dentro de segundos.

     Após a refeição Tae também me ligou me chamando para acompanhá-lo em uma consulta, obviamente estendemos aquele passeio para uma tarde no shopping. Precisava mesmo sair de casa, não dá para ficar o tempo inteiro em repouso e o período que o médico havia pedido já havia passado. Sentia falta daquele milk-shake de chocolate, saudade dos passeios com meu amigo e principalmente de poder andar sem um segurança ou sem medo de que algo me aconteça. Nunca me senti tão leve como agora, nosso mundo com cada coisinha em seu lugar.

     – Só de pensar que ainda tenho três meses dessa companhia inquieta. – Disse Taehyung se referindo à pequena Hyesoo. – Hobi fica todo bobo quando ela se mexe.

     – Seu tio ainda não conseguiu sentir Yejun, mal posso esperar por esse momento. – Sorri abertamente imaginando as lágrimas daquele alfa babão.

     – O fato é que Kookie hyung está se comportando com um cachorrinho. – Ele riu enquanto pegava mais uma pequena porção de fritas. – Jamais imaginaria vê-lo desta forma. Obrigado, Jiminnie.

     – Eu não fiz nada. – Senti minhas bochechas aquecidas diante daquele agradecimento. – Não tenho culpa de amá-lo mais que a mim mesmo.

     – Apenas continue, seja lá o que venha fazendo vejo meu tio melhorar a cada dia. – O mais novo voltou a dizer.

     Após aquela refeição deixamos o shopping, pouco mais de seis da tarde. Passei o dia inteiro fora e isso me animou um pouco. Tae se ofereceu para me levar até a porta do condomínio, o que achei mais seguro que um táxi e acabei aceitando. Já em casa pude perceber que meu alfa havia chegado devido seu carro estacionado em frente a nossa prioridade. Chamei meu amigo para entrar, mas ele disse que deveria ir por ter um compromisso com Hoseok. Claro, acabo me esquecendo que depois do colegial cada um segue sua vida, inclusive ouso dizer que a minha é ótima apesar dos últimos acontecimento.

     Entrei Myunghee já saindo da casa, o que indica que ficarei sozinho com meu alfa e poderei mimá-lo um pouco. Apenas cumprimentei a mais velha e a observei seguir até o portão foi condomínio onde tia Yoo a esperava. Assim que entrei pude ver Jungkook sentado na poltrona da sala, a cabeça pendendo para trás, a gravata frouxa e os três primeiros botões abertos denunciavam seu cansaço. Na pequena mesa ao seu lado sua típica dose de Whisky, algo nem tão comum quanto ultimamente, mas que o ajuda a relaxar vez ou outra.

     – Cheguei, meu amor. – Anunciei observando ele ficar da mesma forma, como se tivesse adormecido. Logo minha atenção foi voltada para Fofo que chegou querendo carinho. – Agora não filho, vou ver como seu outro pai está.

     Precisei apenas colocar um pouco de ração para lhe tirar o foco, só então me aproximei de meu marido. Com cuidado me sentei em seu colo colocando uma perna em cada lado, deixei alguns beijos e seu pescoço retirando aquela gravata que parecia incomodá-lo. Conseguia senti-lo um pouco tenso, mas logo consegui sua atenção percebendo seus olhos abertos e fixados em meu rosto. Sorri ao perceber que o despertei, toquei cuidadosamente seu maxilar antes de juntar nossos lábios em um beijo calmo e cheio de carinho. Foi possível sentir boa parte daquela tensão se esvair, sua expressão casada não é nada além de estresse e saudade.

     – Está tudo bem, meu amor? – Indaguei acariciando a base de seu pescoço, sentindo seus dedos apertarem com cuidado minhas coxas cobertas pelo jeans. – Como foi seu dia?

     – Estou melhor agora. – Suas mãos deslizaram até minha cintura. – Como estão você e nosso pequeno príncipe?

     – Bem. Tivemos uma tarde agradável com o Tae. – Jeon sorriu acariciando minhas bochechas. – Quer tomar um banho quente? Posso lhe fazer uma massagem depois.

     – Seria ótimo, meu bebê. – Jungkook me abraçou com cuidado, deixando evidente o quanto está relaxado ao meu lado.

     – Noona não deixou jantar, então vamos precisar pedir por telefone. – Me levantei o puxando em direção ao nosso quarto, logo o sentindo me abraçar por trás com todo carinho. – Ou você prefere...

     – Vamos jantar fora. – Respondeu me ajudando a tirar as roupas.

     – Tem certeza que está disposto a ir? Não quero lhe deixar mais cansado. – Questionei percebendo que sua expressão estava sim mais leve. – Não vejo problema algum em cozinhar para nós dois ou pedir o jantar.

     – Eu tenho, vida. Só estava com saudades, não se preocupe. – Jungkook sorriu deixando um beijo em minha testa antes de descer o olhar em direção à minha barriga. – Veja como ela está grandinha.

     – Está sim, estamos nos alimentando bem. – Respondi com a voz mansa, sentindo suas leves carícias sobre minha pele até suas mãos pararem de repente.

     Yejun chutou a palma de uma das suas mãos.

     – Sentiu isso? – Indaguei percebendo seus olhos me encararem repletos de lágrimas. – Jungkook?

     – Ele... Ele se moveu? – Sua voz saiu tão falha quanto a emoção do dia que descobriu minha gestação. – Nosso anjinho se moveu?

     – Sim. Ele chutou sua mão. – Respondi todo bobo já não aguentando a fofura daquele pai coruja. – Opa, chutou de novo. Acho que conhece o papai.

     – Vida... – Finalmente ele deixou aquela emoção escapar enquanto se ajoelhava em minha frente enchendo minha barriga de beijos. – Vida, isso é muito fofo.

     – Isso é um pouco assustador, mas não tanto como pensei. – Deixei meus dedos pousarem entre seus cabelos, vez ou outra massageando seu couro cabeludo.

     – Yejun-ah, é seu outro papai aqui. – Novamente o pequeno chutou sua mão fazendo Jungkook me encarar completamente emocionado. – Anjinho, você está crescendo tão forte... Vai ficar lindo como seu papai Minnie. – Impossível... Realmente impossível segurar as emoções diante de tanta fofura. – Eu te amo, filho. Estou contando os dias para ver seu rostinho.

     – Jungkookie... – Sussurrei baixinho com seguindo sua atenção. – Eu te amo.

     – Eu também amo você, vida. – Ele se levantou com minha ajuda e segurou carinhosamente meu rosto entre suas mãos.

     Secando minhas lágrimas não demorei a sentir seus lábios se encaixarem nos meus. Um beijos cheio de carinho que expressava toda a junção de sentimentos de mais um momento fofo. Jungkook consegue ser mais atencioso a cada dia, não digo isso apenas por nosso bebê, depois do que houve comigo ele não se desgruda mais. Liga a todo instante se o tempo permitir, manda flores e me surpreende a cada dia. Minha mãe é quem se encanta com esse jeito, acha incrível o jeito que seu genro mima seu príncipe, nem preciso dizer sobre os pontos que Jeon conseguiu com minha família.

     – Amor, como está sua agenda de compromissos para esse fim de semana? – Questionei tendo um pequeno plano em minha mente.

     – Está tudo tranquilo, vida. Tenho o fim de semana inteirinho para vocês. – Jungkook respondeu voltando a ligar o chuveiro. – O que pretende?

     – Quero visitar meus avós no interior, prometi a eles quando Joo nasceu e ainda não cumpri essa promessa. – Disse já sentindo a água morna tocar minha pele. – Sabe, desde que tudo ocorreu há alguns anos eu não fui para casa deles, acho que preciso ser um neto mais presente.

     – Tudo bem, bebê. Podemos sair sábado de manhã se não houver nada de última hora. – O alfa disse todo compreensivo. – Está com desejo de algo, não é?

     – Sim. Quero comer a comida que minha avó prepara. – Confessei ouvindo sua baixa risada. – Não vai negar isso ao seu bebê, não é?

     – Não seria louco. – Um selinho foi deixado em meus lábios. – Agora vamos nos banhar e sair antes que fique tarde.

     – Podemos voltar a barraquinha daquela senhora. – Sugeri sabendo que se trata de um local agradável. – Eu gosto daquele lugar.

     – Vamos onde se sentir melhor, meu anjo. – Jeon respondeu terminando de lavar seus cabelos, enquanto eu fiquei ali apenas observando a água com espuma escorrer por seu corpo definido.

     Depois de um banho relaxante finalmente nos vestimos na intenção de sair para jantar. É sempre bom curtir a companhia de Jungkook, senti-lo presente e todo atencioso. Se comportando como um verdadeiro lorde quando saiu do carro para abrir a porta para mim, me esperou com o braço estendido enquanto tive um pouco de dificuldades para sair daquele veículos. Nada de diferente, só espero não ser mais dependente que isso no fim da gestação. Somente o aroma daquela refeição fez o bebê se mexer em meu ventre, apesar de ter comido bem durante o dia confesso estar sentindo fome e desejo pelo tempero usado pela senhora.

     – Boa noite, senhora. – A cumprimentei com uma reverência e vi seus olhos brilharem ao meu ver.

     – Ah, meus queridos. – Disse ela nos tratando com toda simpatia. – É bom vê-los novamente.

     – Viemos jantar, a senhora tem uma mesa disponível? – Jungkook perguntou e logo fomos direcionados à uma mesa próxima ao rio. Um bom local para sentir a brisa fresca do início de mais um inverno. – Pode caprichar no Kimbap.

     – Me digam, como estavam aqueles que levou da última vez? – Claro, ela não tinha conhecimento algum do ocorrido e não quisemos ser indelicados após sermos recebidos daquela forma.

     – Estavam saborosos como sempre. – Respondi sentindo a mão de Jungkook apertar a minha em baixo da mesa.

     – Você está tão lindo, criança. – Seu elogio me fez ficar envergonhado. – É um dos gestantes mais lindos que já vi.

     – Obrigado. – Jungkook era quem sorria feito bobo vendo aquela reação.

     – Bom, vou buscar o pedido de vocês. – Ela respondeu tentando voltar ao clima normal. – Querem algo para beber?

     – Dois sucos de laranja, por favor. – Meu marido pediu ainda tentando me tirar aquela vergonha.

     Jungkook espero que ela fosse de volta a barraca para me roubar um selinho, haviam poucas pessoas por ali, a maioria estudantes no fim de mais um turno exaustivo. Sei bem como é batalhar para manter as notas altas, assim como é frustrante ficar na média ou perder pontos por algo, essa é a razão pelo qual muitos se cobram mais que o necessário. O clima está bom, o ambiente mais agradável que muito restaurante de luxo. Acho que Jeon e eu não combinamos muitos com locais onde nossa história está na boca dos que frequentam, afinal não teve como meu pai comprar todos os repórteres.

     Desta vez eu preferi que não os comprasse, deixei as notícias vazarem assim meu alfa não é taxado como assassino. Até parte do meu depoimento foi apresentado a eles. Hoje o país conhece um lado do inferno que passei, mas depois de dois meses já nem tocam mais no assunto. Recebi apoio de muitos, mensagens positivas inclusive uma chuva de presentes para meu pequeno quando saiu nos jornais que enfrentei tudo aquilo com ele em meu ventre.

     Depois daquela refeição acabei ganhando uma porção extra de Kimbap caso tenha fome durante a madrugada. Minha médica tinha razão quando disse que possivelmente eu passaria a me alimentar o dobro quando os enjoos cessassem. Às vezes sinto que meu estômago não tem fundo, mas não me importo com a questão da imagem desde que meu filho esteja saudável. O corpo podemos recuperar com exercício, no entanto, isso pouco importa. Estou feliz, meu marido gosta de mim como sou, detalhes banais não fazem diferença em minha vida.

     Jungkook decidiu ainda me levar até um parque para caminharmos um pouco, coisa que não fazemos desde o incidente. Sentir que nada mudou desde nosso namoro é o que mais me encanta. Caminhar de mãos dadas, um algodão doce cor de rosa, sua jaqueta sobre meus ombros por mais uma vez que esqueci o casaco sobre nossa cama. Ele sempre terá esse jeitinho, o Jeon que conheci primeiro – sua versão babaca –, não passava de um alfa ferido e amedrontado. Até mesmo os animais mais ferozes tendem a se afastar quando estão acuados, alguns até atacam como forma de proteção.

     – Fico tão aliviado podendo fazer tudo o que você quer, vida. – Jungkook disse parando em minha frente antes de ajeitar a jaqueta sobre meus ombros. – Posso lhe dar o mundo se assim desejar, nossa felicidade é tão real que às vezes acho que estou sonhando.

     – Eu não preciso do mundo quando tenho você, meu amor. – Toquei sua bochecha sentindo algo me espetar, novamente sua barba por fazer. Apesar de ser um charme, definitivamente prefiro quando ele está sem ela. – Você deveria fazer uso do seu barbeador.

     – Me lembrarei disso no próximo banho. Agora vem aqui. – Ele puxou meu rosto com cuidado selando novamente nossos lábios. – Eu te amo demais, Jeon Jimin.

     Posso dizer que me sinto nas nuvens? Quem sabe dentro de meu próprio romance? O fato é que estou vivendo meu próprio paraíso depois de me trancar no inferno por anos. Jeon é meu anjo, aquele que me resgatou do fundo do poço mesmo estando com suas asas feridas, teve forças para nós dois e hoje podemos desfrutar ao lado um do outro. Aquele beijo se encerrou com uma mordida leve em meus lábios, algo que realmente despertou uma sensação boa em meu corpo, ainda que saiba que meu marido não deixará passar de gestos assim.

     Isso mesmo, estou há dois meses sem sexo porque Jungkook decidiu levar a sério demais a questão do repouso, seu medo de me tocar lhe fez até se entupir com supressores em seu último rut. Segundo Jooheon-ssi, meu alfa sofreu quase três dias na fazenda o problema é que eu conseguia sentir tudo por conta da marca. Enquanto ele se privava de me tocar eu tentava eliminar aquela sensação com minhas mãos ou um simples brinquedo, esse tipo de informação meu marido não tem, caso contrário seria obrigado a eliminar todos os meus objetos.

     Ao chegarmos em casa sentia meus pés doendo. Nem sequer descobri se senhorita Kun voltou para casa, acredito que tia Yoo deve tê-la arrastado para um canto qualquer. Assim que me deitei esperei meu alfa sair do banho para massagear meus pés, depois fiz a massagem em seus ombros como forma de retribuir. Bom, podemos dizer que terminamos mais um dia com aquela rotina fofa. Jungkook foi o primeiro a dormir, mas isso não me impediu de cair no sono minutos depois, precisei esperar o anjinho se acalmar em minha barriga ou literalmente não conseguiria adormecer. Yejun fica mais enérgico quando estou próximo a Jungkook, como se sentisse a presença de seu pai ali.

♥♥♥

     Posso dizer que foi uma noite tranquila apesar de ter saído da cama duas vezes para usar o banheiro, acredito que tenha abusado do suco de laranja. Jungkook pelo contrário, dormia feito pedra o que denunciava seu cansaço. Diferente de mim o alfa não teve descanso depois do incidente há dois meses, vem emendando dias e dias de trabalho, sem mencionar sua viagem à Nova York e alguma reuniões desgastante. Acredito que tudo isso tenha lhe estressado e que essa viagem até a casa dos meus avós irá fazê-lo relaxar um pouco. Ninguém entende melhor os assuntos de uma fazenda como meu avô, por isso meu marido e ele às vezes conversam por horas.

     Quando abri os olhos Jungkook já havia saído para o trabalho, como sempre não quis me despertar. Sobre seu travesseiro havia uma barrinha de chocolate e um bilhete fofo de “Bom Dia!”, coisas bobas que alegram meu dia e me deixam mais animado. Sem mencionar a noite divertida que tivemos ontem. Hoje é aquele típico dia que não posso ficar na cama até tarde. Consulta com a obstetra pela manhã, preciso checar o curso de pais de primeira viagem, apenas algumas semanas e nem sei ainda se sobrará tempo para meu marido me acompanhar.

     Por isso nem lhe questionei, os acionistas estão de marcação cerrada sobre ele e não quero dar mais motivos. Por enquanto vou me virando bem sozinho, afinal também preciso ser independente. Me levantei com certo desânimo e caminhe até o chuveiro, um bom banho para despertar e lavar toda a preguiça. Terminei de me arrumar rapidamente, optando por um dos moletons do meu marido por ficar confortável assim, ao menos não marcavam tanto minha barriga. Não sei dizer se é paranoia ou apenas segurança, tentar deixar a gestação menos aparente em algumas ocasiões.

     Myunghee já me esperava para o café da manhã, mas não estava sozinha. Tia Yoo dormiu em minha casa e ficou para a refeição, a ligação de ambas só prova que a alfa não tem intenção alguma de voltar para Europa. Enfim, senhorita Kun parecia constrangida por ser pega no flagra e tudo só piorava com o chupão que ela tentava esconder com um lenço em seu pescoço. Conhecendo bem a mais velha, sei que minha tia fez aquela marca de propósito, talvez para afastar algum engraçadinho que se aproximar de sua namorada na universidade.

     – Bolinho fofo! – A alfa se levantou me abraçando. – Aquele bastardo já foi trabalho?

     – Bom dia, tia Yoo. – Deixei evidente o desconforto de ouvi-la falando daquela forma de Jeon. – Bom dia, Noona.

     – Bom dia, Jiminnie. – A ômega respondeu servindo uma xícara de café antes de se sentar em uma das cadeiras. – Algum compromisso para hoje?

     – Não muitos, apenas uma consulta e verificar umas aulas de paternidade. – Mencionei deixando a bolsa no encosto da cadeira antes de me sentar. – Pode ficar aqui descansando, consigo ir sozinho.

     – Tem certeza? – Indagou me fazendo apenas acenar de forma positiva. Aposto que tal companhia tenha algo haver com a proteção de Jungkook.

     – Aquela família foi para o inferno juntamente com aquele demônio, princesa. Não há motivos para Jimin precisar de um segurança a cada esquina. – Tia Yoo tentou me ajudar, mas sem muito feito. – Além do mais, Jungkook te paga para auxiliar Jimin e não ser o guarda-costas dele.

     – Não faço isso como obrigação, você sabe. – Myunghee disse a minha tia. – Sempre fui apegada a ele.

     – Quem não é apegado ao bolinho fofo? – Minha tia questionou me apertando em um abraço.

     – Tia... Tia, está me sufocando. – Tentei afastá-la, mas nada de forças contra a alfa. – Tia Yoo, me deixa respirar.

     – Ah, meu garoto lindo. – A mais velha encheu meu rosto de beijos fazendo todo mundo rir. – Ao menos para fazer filhos aquele palhaço serviu.

     – Se meu pai ouve a senhora falando assim, já viu a guerra. – Alertei apenas ouvindo um suspiro carregado de deboche vindo da mesma.

     – No dia que Min Yoongi tiver um bom argumento contra minha pessoa ele vence essa guerra imaginária. – Disse voltando a tomar o café que estava em sua xícara.

     – Talvez seu histórico escolar seja um ótimo argumento, tia. Até onde sei a senhora vivia aprontando. – Ela deixou a refeição novamente de lado para me encarar.

     – Acha que seu pai era um santo, Jimin? – Uma risada tomou conta do ambiente. – Sua mãe que colocou ele na linha, Min Yoongi era o demônio em pessoa.

     – Santo Cristo! – Myunghee disse antes de cair na risada, aposto que o motivo seja minha expressão surpresa.

     – Ele nunca te contou do garoto que ele pegou no banheiro do colégio? Aquele dia foi louco. – A mais velha me deixou completamente sem argumentos. – Estavam os dois alcoolizados, mas acredito que isso não seja desculpa. Aliás, seu avô o deixou sem carro por um mês depois disto, ainda sim tivemos que buscá-lo na delegacia duas semanas depois.

     – Não estrague meu exemplo de herói, tia. – Pedi tentando não associar a imagem de meu pai a de um alfa sem controle.

     – Tudo bem, meu ursinho. – Disse voltando a focar em sua refeição. – Mas deveria rever seus conceitos de herói.

     – Deixe o garoto, YooHee. – Senhorita Kun decidiu acabar com aquele clima estranho, estava me sentindo desconfortável ao ouvir toda aquela história.

     Finalmente pudemos terminar aquele café da manhã de forma tranquila, ao menos não houve mais conversas que envolvam o passado ambíguo do meu pai. Chega a ser um pouco frustrante saber que seu herói na verdade foi um adolescente fora da lei, mas tia Yoo também não pode argumentar muito já que encheu meus avós de problemas. Enfim, depois daquela refeição tratei de seguir meu dia de compromissos, primeiro destino a clínica onde faço minhas consultas periódicas de pré-natal, nunca achei que um gestante tivesse de comparecer a tantas consultas e tudo só piorou depois do meu incidente.

     Por sorte dirigir até lá foi tranquilo, como sempre fui bem recebido e não precisei esperar muito para ver a médica. Sinais vitais checados, revisão de alguns exames, o interrogatório necessário e principalmente verificar as condições do meu bebê. Yejun estava lá, preguiçoso em momentos indevidos, lindo e crescendo forte com o recomendado. A cada ultrassonografia é uma emoção diferente, escutar seu coraçãozinho se tornou minha canção predileta, senti-lo se mover a melhor de todas as sensações. Ainda continuo achando estranho, no entanto, senhora Min tinha razão ao dizer que é incrível gerar uma criança.

     Após a consulta fui até o local do curso. Novamente tratado como um príncipe, ou melhor, todos os gestantes são tratados assim. Me senti acolhido e tranquilo no meio de tantos pais e mães, mas ainda queria meu alfa me acompanhando em um momento como esse. Imagino o rosto confuso do mais velho ao tentar trocar uma fralda, quem sabe exagerado no talco ou todo desajeitado na hora do banho. Queria ter essas memórias ao lado de Jungkook, no entanto, é quase impossível quando meu marido está se doando tanto para a empresa.

     – Seu nome já está matriculado na turma das tardes de terça-feira, senhor Jeon. – Achei um pouco estranho já que havia conversado com eles apenas pelo telefone.

     – Como? – Indaguei vendo a ficha de inscrição digitalizada na tela de seu computador.

     – Seu marido, ele esteve aqui ontem e fechou um pacote de quinze aulas para ambos, até pagou tudo adiantado. – Não consegui esconder a surpresa daquela notícia. – Ele não lhe disse?

     – Não, Jungkook deve ter se esquecido. – Suspirei tentando retomar minhas emoções. – Certo, hum... Obrigado, senhorita. Nos vemos mais terça então.

     – Bom fim de semana, senhor Jeon. – Disse ela cordialmente, a simpatia de quem está totalmente preparado para lidar com ômegas repletos de hormônios e suas eventuais alterações.

     Ainda emocionado por esse gesto esperei minhas emoções voltarem ao normal antes de seguir até a empresa da família Jeon. Claro, ele estava bem quieto esses dias, deveria desconfiar de que está aprontando algo. Dei sorte de encontrar uma vaga no estavamos, depois subi direto até a cobertura cumprimentando todos os funcionários pelo caminho. Graças as minhas influência no humor do CEO tenho fama no meio de tantos empregados, mas quem ficou feliz em me ver foi a assessora de Jungkook, digamos que ela e eu somos cúmplices em alguns departamentos.

     Eu ajudo ela a conquistar um alfa da universidade e ela me ajuda cuidando da alimentação de Jungkook quando ele está na empresa.

     – Bom dia, senhor Jeon. – Disse a mais velha com uma expressão amigável.

     – Bom dia, Noona. – Encarei a porta da sala de meu marido fechada como sempre. – Jungkook está em reunião?

     – Não, acabei de deixar alguns documentos com ele. – Respondeu ignorando o telefone tocando ao seu lado. – Quer que eu anuncie?

     – Não precisa, eu vou até lá. – Decidi seguir para não atrapalhá-la mais. – Apenas suspenda as ligações para sala dele por enquanto.

     – Sim, senhor. – Claro, apesar de aquele pedido parecer suspeito ela iria atendê-lo.

     Empurrei a porta com cuidado e a tranquei assim que entrei. Pude contemplar a visão maravilhosa de meu alfa concentrado naqueles documentos, ajeitando seus óculos para analisar melhor o que estava escrito ali. Esperei por poucos segundos até minha presença ser notada e aquele sorriso se destacar em seu rosto. Sim, agora sei porque me chama de pílula da felicidade, Jungkook sempre fica de bom humor depois que nos falamos ou nos vemos. Por falar em humor, ele me acolheu em um abraço aconchegante, nem se comparando ao homem exausto do dia anterior.

     – É bom vê-lo aqui, bebê. Como foi a consulta? – O alfa questionou enquanto acariciava minha barriga.

     – Tudo normal, estamos bem. – Recebi um selinho como recompensa. – Obrigado, amor.

     – Você descobriu sobre as aulas, certo? – Apenas afirmei com um simples gesto antes de voltar a abraçá-lo. – Eu disse que estamos nessa juntos, quero fazer parte de cada momento.

     – Como descobriu? – De fato me vi curiosos, nem sequer havia comentado sobre isso com ele.

     – Eu sem querer escutei enquanto conversava com a instrutora ao telefone. – Meu marido respondeu na medida em que acariciava minhas bochechas. – Vi o quanto ficou desanimado quando disse a respeito de fazer as aulas sozinho.

     – Sua agenda está repleta de compromissos, Jungkook. Eu apenas não queria lhe dar mais uma tarefa, mesmo sendo algo bobo. – Apesar de estar feliz sentia que estava agindo como uma criança.

     – Vida, nosso filho e você não são algo bobo. – Senti um beijo em minha testa. – E minha agenda não está tão cheia, ao menos não nas tardes de terça-feira. Para vocês tenho todo tempo do mundo.

     – Amo você. – O abracei após lhe dar alguns selinhos. – Não sabe como isso é importante para mim.

     – Sei sim. Apenas esse sorriso já vale todo esforço. – Ele sempre me entende, em qualquer circunstância Jungkook está ali para me entender. – Mudando de assunto, você está com fome?

     – Comer é bom. – Respondi deixando um sorrisos escapar. – O que pretende?

     – Está na hora do almoço, tenho um tempinho para levá-lo a um bom restaurante. – Meu marido disse enquanto bloqueava o acesso ao seu computador. – Podemos ir?

     – Ou podemos comer aqui na empresa, como todos os seus funcionários. – Vi sua expressão de surpresa. – Que mal há? Não somos diferentes de ninguém.

     – Tem razão, foi uma tolice pensar assim. – O alfa me estendeu uma das mãos deixando evidente o uso de sua aliança. – Vamos, vou te apresentar o melhor almoço do centro de Seul.

     – Yejun agradece. Aliás, ele está mais inquieto agora. – Passei uma das mãos na barriga enquanto era puxado para fora da sala. – Vai ver ele acha divertido não me deixar dormir.

     – Ou deve estar dando cambalhotas para mostrar ao pai ômega que é cheio de vigor. – O mais velho brincou me fazendo rir.

     – Vai melhorando seu condicionamento físico, senhor Jeon. Quero ver correr atrás dele nos jardins daquela fazenda. – O alfa me encarou com um olhar amoroso.

     – Mal vejo a hora. – Ele simplesmente não se importou com os funcionários no elevador e deixou um beijo rápido e meus lábios.

     Acho que depois de enfrentar a morte de frente e meio sem lógica me importar com a opinião alheia.

.
.

[1] é um prato de macarrão de batata-doce que é feito com vegetais fritos, e é aromatizado com óleo de gergelim e molho de soja.    


Olá, Preguicinhas! 😊

O que acharam do capítulo?

Espero que tenham gostado. 😃

Deixem seu voto (⭐) e seu comentário (🗨); irão me incentivar muito com a opinião de vocês. 😉

Acompanhem minhas outras obras. 🙃

Beijos e até o próximo capítulo! 😘

AMO VOCÊS! 💜

타이스 ❤

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