O Pai da Minha Melhor Amiga

By fernandavs_

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Heather Carter tem 17 anos e recentemente terminou o relacionamento de 3 anos com Liam, pois, segundo ele não... More

PRÓLOGO
CONHECENDO A MINHA MELHOR AMIGA
DE TIO ELE NÃO TEM NADA!
SEJA BEM-VINDO DE VOLTA, MONUMENTO!
O PRIMEIRO ENCONTRO COM A EX PSICOPATA
MISSÃO: EVITAR E SER EVITADA PELO "TIO" O'DONNELL
O "MELHOR" PIOR LUGAR DA ARQUIBANCADA
CONFUSÃO E RISADAS NO JOGO DE BASEBALL
A VINGANÇA DE MAX
A HORA DA VERDADE
NOSSO SEGUNDO "ENCONTRO" - PARTE I
NOSSO SEGUNDO "ENCONTRO" - PARTE II
O PLANO DA CHLOE
A LUZ NO FIM DO TÚNEL
DESCOBRINDO O PODER SOBRE O ADAM
UMA NOITE PERFEITA - PARTE 1
UMA NOITE PERFEITA - PARTE 2
E OS PESADELOS SEMPRE VOLTAM
A FILHA DO TENENTE
A VIZINHA GOSTOSONA
A CHUVA, AS LÁGRIMAS E A COMPRESSA DE GELO
A VISITA SURPRESA
A ACUSAÇÃO E DESCOBRINDO UMA NOVA AMIGA
COLOCANDO UM FIM NO PASSADO
PLANEJANDO A FESTA DE ANIVERSÁRIO
LUTANDO BRAVAMENTE POR ELE
O GRANDE DIA - PARTE 1
O GRANDE DIA - PARTE 2 - OPERAÇÃO CUPIDO
O GRANDE DIA - PARTE 3 - A PROMESSA
ESPERANÇA PERDIDA E PLANOS FALHOS
O MELHOR DE MIM
SAUDADE E INTOLERÂNCIA SÃO PÉSSIMAS COMPANHEIRAS
DESCOBRINDO A VERDADE E ADMITINDO ERROS
ESPERANÇA RENOVADA
NA MIRA DA FAMÍLIA CARTER - PARTE 1
NA MIRA DA FAMÍLIA CARTER - PARTE 2
NA MIRA DA FAMÍLIA CARTER - PARTE 3
O RETORNO DA PAZ
CONHECENDO O SR. E A SRA. O'DONNELL
A CONVERSA FRANCA E O PEDIDO OFICIAL
HORA DE DORMIR
ENTRE OS LENÇÓIS
A FORMATURA E A FESTA DO "ATÉ LOGO" - PARTE 1
A FORMATURA E A FESTA DO "ATÉ LOGO" - PARTE 2 - O CLONE
A FORMATURA E A FESTA DO "ATÉ LOGO" - PARTE 3 - PERMANEÇAM SALVOS
DOLOROSA DESPEDIDA
A PROCURA DE LUCY
O CURSO À DISTÂNCIA
FELIZMENTE, O TEMPO PASSA
BRAVURA & HONRA
DECISÕES EXTREMAS
O RETORNO
SIM
COMO SE FOSSE A PRIMEIRA VEZ
DESPERTANDO PARA A VIDA
AMOR Á SEGUNDA VISTA
ANÚNCIO OFICIAL - PARTE 1
ANÚNCIO OFICIAL - PARTE 2
O PRIMEIRO NATAL
EPÍLOGO
CAPÍTULO BÔNUS: MINHA PRIMEIRA VEZ - PARTE 1
CAPÍTULO BÔNUS: MINHA PRIMEIRA VEZ - PARTE 2
CAPÍTULO BÔNUS: O LADO OBSCURO DO NATAL
CAPÍTULO BÔNUS: O HOMEM SEXY DA BIBLIOTECA
CAPÍTULO BÔNUS: O CASAMENTO
CAPÍTULO BÔNUS: DECLARANDO-SE CULPADA
CAPÍTULO BÔNUS: COISA DE ADULTO

UM ADEUS TEMPORÁRIO

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By fernandavs_


Não bastava ter perdido a minha melhor amiga? Não, ainda consegui estragar o encontro da tia Helen com o John e a forçar vir me resgatar daquele ambiente que continha tantas lembranças, nas quais eram impossíveis de enfrentar no momento. Desejava estar no colo do monumento, receber seu carinho e o apoio, porém já estava decidido que respeitaria o pedido da Chloe por algum tempo. Ou quem sabe para sempre. Talvez faça bem a minha sanidade quase perdida.

Por isso recorri ajuda a única pessoa que poderia me socorrer, que ainda trouxe uma ajuda extra. Reconheço que foi um alívio ver John atrás do volante quando entrei na picape, seu sorriso transmitia uma sensação tão acolhedora, aliviando o aperto no peito.

-Hey parceira. – disse enquanto a tia Helen se acomodava no banco ao seu lado.

Usei todo o autocontrole para reprimir as lágrimas.

-Hey John, desculpa por ter estragado o seu encontro!

O sorriso ampliou à medida que estendeu a mão na minha direção.

-Não estragou nada, Heather, então fique tranquila. – apertou minha mão com afeto – Para onde vamos? Direto para o hotel?

-Tenho que falar com o Adam primeiro...

Tia Helen me interrompeu com preocupação.

-Por que não telefone para ele avisando que irá passar a noite comigo? É muito melhor do que se arriscar e encontrar Chloe de cabeça quente.

-Adam irá me caçar se não for conversar cara a cara e a última coisa que quero que aconteça é ter uma discussão séria com ele também. – respondi sorrindo com melancolia.

John fez questão de apoiar a minha decisão, afinal, conhece o Adam tão bem quanto eu.

-Ela está certa, Helen. Deixar o tenente preocupado e furioso é a última coisa que você vai querer presenciar.

-Se vocês acham que é o melhor a fazer, então está bem.

O desconforto e receio eram notórios no rosto da bela Helen Carter, porém nada do que dissesse iria modificar a minha decisão. Estou com medo da reação do monumento após escutar tudo o treinei para falar assim que estiver em sua frente. Merda! A quem estou querendo enganar? Tem 99,9% de chance de Adam brigar comigo.

Durante o percurso até a base prendi a atenção na sincronia evidente entre o John e a tia Helen, como se houvesse um imã que os faziam se olhar no mesmo instante. Fora questão de dias para criarem essa intimidade, que muitos casais desconhecem mesmo depois de anos de relacionamento sério. Estou muito feliz pelos dois.

Engoli seco ao passarmos pelos portões da base naval, vendo o John ser cumprimentado pelos guardas da noite e em seguida ele acelerou em direção a residência que vem sido minha segunda casa nos últimos meses. Buscando tranquilidade, fechei os olhos e pensei na vovó Lily, imaginando-a me incentivando a continuar com o planejado. Instantes depois, voltei a abrir os olhos e respirei fundo ao avistar a alguns metros a casa de dois andares que tanto amo frequentar, onde moram duas pessoas que eu passei a amar sem reservas. Mas infelizmente e dolorosamente, as coisas teriam que mudar.

Lágrimas nublaram a minha visão no momento em que a picape foi estacionada na frente da casa e vi o Adam sentado no banco da varanda, olhando de modo aborrecido para o celular entre suas mãos. Provável que tentava ligar para o meu e como preferi deixá-lo desligado, já deve ter gravado uma centena de mensagens de voz.

-Quer que eu vá com você, Heather? – a pergunta veio de John.

Neguei com a cabeça junto com um sorriso forçado.

-Eu vou ficar bem.

Soltei um longo suspiro antes de abrir a porta da picape e tomei cuidado na hora de descer dela, podendo sentir de imediato os olhos do tenente focados em mim. Após fechar a porta, comecei a andar em direção a varanda, onde Adam já havia soltado o celular e agora estava de pé com os braços cruzados, em seu rosto não tinha sorriso algum.

A cada degrau que pisei ao subir, pouco a pouco a coragem foi indo embora e dando espaço para o medo, me tornando tão frágil. Parei na sua frente e permiti que as lágrimas escorressem pelo rosto enquanto a preocupação tomava conta de sua bela face. Contudo, da sua boca não saiu uma palavra se quer, o que foi surpreendente, arfei ao ser puxada de repente contra seu largo e forte peito, passando os braços em torno da minha cintura. Minha única reação foi chorar feito uma criança.

-Ela descobriu, Adam, a Chloe descobriu tudo. – solucei – Foi horrível!

-Droga! Leu as mensagens, não foi?

Balancei a cabeça afirmando.

-Tentei falar para ela que não foi nada planejado e que não sou uma vagabunda, mas Chloe não quis me ouvir. Apenas mandou ficar longe de vocês.

Nesse instante o vi travar a mandíbula furioso por alguns segundos e esbravejar:

-O que? A Chloe não tem direito algum de exigir isso de ninguém e vou falar isso para aquela garotinha petulante agora mesmo. – o impedi de se afastar, segurando seu rosto com as duas mãos.

-É melhor deixá-la em paz por enquanto, Adam, já magoei a sua filha o bastante.

Atento feito um predador analisando sua presa, seus olhos verdes detectaram algo no meu rosto e se antes o monumento estava irritado, agora ele parecia estar prestes a matar alguém. Oui, neste caso era eu. Num movimento brusco, tirou as minhas mãos do seu rosto e afastou o corpo de perto do meu, atitude na qual recebi como um soco forte no estômago. Cruzei os braços para não me sentir tão estúpida e esperei por sua explosão, porém, o tom decepcionado doeu mais do que um grito furioso.

-Por favor, não me diga que resolveu fazer o que a princesinha mimada da Chloe mandou... Não me diga que vai jogar tudo fora por causa da exigência que ela fez, por conta do maldito orgulho ferido! E quanto a mim, porra?

Tentei argumentar ou pelo menos tentar, nada saiu da minha boca além do seu nome.

-Adam...

Calei-me no mesmo instante que ergueu a mão, sinalizando para que eu ficasse quieta.

-Eu achei que você já tivesse superado essa droga de insegurança e que poderíamos ser um casal normal assim como os nossos amigos, mas não poderia estar mais enganado. – sorriu com tristeza – Isso é pior que levar um tiro!

-Adam, por favor...

Novamente ele me interrompeu.

-Por favor digo eu, Heather! – gritou.

Sem conseguir mais suportar aquele tom como se fosse o único a sofrer, agarrei o tecido do moletom de touca que usava para trazê-lo pra mais perto. Quase obrigando-o a encarar meus olhos marejados e com toda a sinceridade do mundo, resumi todo o sentimento que sinto por ele em três palavras sussurradas com desespero.

-Eu. Amo. Você.

Arfei quando o meu queixo foi segurou e erguido com força, enquanto grunhia com raiva.

-Prove.

-O que?

Tomou com a sua outra mão o meu braço, prendendo-me no lugar.

-Entre na casa agora e suba a maldita escada comigo para falar com a Chloe, prometo que ela vai escutar cada palavra sem interromper. – respirou fundo – Só não prometo a aprovação dela por enquanto, no entanto, tenho certeza de que uma hora vai acontecer!

Lágrimas nublaram a minha visão como reação de me sentir completamente covarde.

-Sabe que não vou conseguir!

-E você sabe que não vai estar sozinha, amor.

A pressão dos dois lados estava começando a surtir um efeito desconfortável e se não me afastasse o quanto antes, sem dúvida acabaria enlouquecendo. Eu não queria terminar com ele. Não mesmo.

Jamais esquecerei de sua expressão quando balancei a cabeça de um lado para o outro, pondo fim as possibilidades de provar o meu amor e encarar a sua filha, vendo-o deixar os braços caírem, como se não restassem mais forças. Os seus olhos não tinham brilho e só continha uma grande quantidade de decepção misturada com angústia.

-Entenda que eu amo a Chloe e te amo também, o que torna a situação mais difícil do mundo. – solucei – Traí a confiança da minha melhor amiga, Adam!

Em silêncio ele caminhou até o corrimão e encostou-se, colocando as mãos nos bolsos do jeans gastos que usava.

-Assim como ela, que está apaixonada pelo Evan, também temos o direito de sermos felizes... Mais sorte ainda de estarmos sendo felizes um com o outro.

Inclinei a cabeça para olhar para as minhas mãos trêmulas e uma dor atravessou o coração ao focar a atenção no anel que me dera na festa de aniversário, relembrando o significado de tudo aquilo para ele. O valor inestimável da promessa. Oh meu Deus, eu sou uma vadia por pensar em quebrar a promessa!

Voltei a erguer o rosto e peguei-o me encarando, então disse a única coisa que veio à mente.

-Desculpa, monumento.

Balançou a cabeça ignorando o meu pedido.

-Não é isso que quero ouvir, invasora.

Tentei comandar o corpo para sair correndo dali, mas tanto o corpo e a mente quanto o coração queriam que eu corresse para os braços do homem mais intenso do universo. Homem no qual me pertence por completo e eu também pertenço a ele.

Yeah, eu pertenço ao Adam O'Donnel, porra!

Pensei em algum plano para adiar a conversa com a Chloe e ter um tempo para que eu possa lidar com o fato de que ela me odeia, me preparando psicologicamente para todas as grosserias possíveis. Então, dei um passo em direção ao Adam e pude perceber que logo ficou alerta, aumentando as chances de que eu tivesse desistido da ideia de terminar o nosso relacionamento. Até conseguia ver o esboço de um sorriso.

-Me dê uma semana. – pedi.

-Uma semana?

Outro passo em sua direção.

-Preciso de alguns dias longe para recuperar a sanidade e a coragem para encarar a Chloe. – já contava com a ajuda da tia Helen sem perguntar primeiro – Depois estarei aqui para você. Só para você!

Senti um alívio tão grande diante da sua mão erguida na minha direção.

-Era exatamente o que eu queria ouvir, invasora.

Agarrei sua mão e permiti ser puxada para os seus braços musculosos, que tanto sinto falta noite após noite. Foi impossível reprimir as lágrimas diante da sensação de alívio ao experimentar pela milésima vez os seus deliciosos lábios, nem me importando se os vizinhos ou até mesmo a Chloe presenciassem a cena. Gemi baixinho ao ganhar uma mordida forte no lábio inferior e em seguida no pescoço, ao mesmo tempo em que ele rosnava:

-De uma vez por todas entenda, ficar sem você já não está entre as opções e juro que se resolver ultrapassar o prazo de uma semana. – inclinou minha cabeça para trás puxando meu cabelo e encarou meus olhos com possessão – Eu irei buscá-la onde estiver e lembrá-la mais uma vez que me pertence. Entendido, Srta. Carter?

Bati continência com um jeito brincalhão, dispersando as últimas lágrimas de remorso e tristeza, dando lugar para o sorriso que sempre está em meu rosto na sua presença.

-Entendido, tenente O'Donnell.

Roçou os lábios nos meus com delicadeza.

-Também se lembre que sou seu, amor.

Passei meus braços por seus ombros largos e lhe dei a melhor resposta para sua afirmação, fundindo minha boca na sua em um beijo que sem dúvida recordaríamos muitos anos depois. Bem, eu lembraria mesmo quando estivesse bem velhinha.

Continuei entre os braços fortes e aconchegantes de Adam por mais de 10 minutos, tentando absorver o máximo possível de conforto para sobreviver os dias que permaneceremos distantes. Odiava ter que deixá-lo, entretanto era o melhor para ambos no momento e assim nos prepararíamos para a estrondosa tempestade a nossa frente. Senti o rosto ficar vermelho quando suas mãos agarraram as minhas nádegas e sussurrou:

-Porra, que saudade de sentir seu corpo! – mordeu meu pescoço – Não me faça esperar por muito mais tempo, por favor.

-Eu prometo que estarei aqui antes que sinta minha falta.

-Mas eu já estou sentindo, droga!

Reprimi o impulso de revirar os olhos e o constrangimento aumentou ao encontrar dois pares de olhos curiosos nos vigiando de dentro de uma picape. Pareciam estar se divertindo.

-Você sabe que o John e a minha tia estão assistindo a tudo de camarote, não é?

Ao ouvir meu comentário, o monumento fez questão de constatar e virou o tronco para o lado com a finalidade de dar um "tchauzinho" para os nossos voyeurs. Logo em seguida se voltou para a minha direção, segurando a minha bunda no mesmo instante.

-Eles não conseguem ver nada do ângulo onde estão, então você poderia estar pelada e ainda assim não veriam nada.

-Tarado!

Não demorou muito para que retrucasse:

-Sou um tarado com muito orgulho, mulher.

Foi impossível não rir da sua expressão, a felicidade não durou muito para que desaparecesse, pois chegara a hora de dar o adeus temporário ao meu tenente e já sabemos que é impossível fazer do momento algo menos doloroso. Pela minha expressão, ele entendeu sem ser dito uma palavra se quer e por isso se limitou a me puxar para mais um beijo intenso de despedida.

Os seus lábios cheios esmagavam os meus sem reservas em um ritmo lento e apaixonado, ao mesmo tempo em que entrelaçava sua língua habilidosa na minha, segurando meu rosto entre as mãos. Passei os meus braços em torno da sua cintura com o propósito de trazê-lo para mais perto e aprofundei o beijo. Soltei um suspiro ao afastar-me dele em busca de fôlego e roçando os lábios nos seus, murmurei:

-Está na minha hora

-Quer que eu te leve até a picape?

Balancei a cabeça negando, mesmo tendo certeza de que já sabe a resposta.

-Permaneça seguro em minha ausência, ok? Quero vê-lo inteiro quando vir aqui!

Selou nossos lábios por um breve instante.

-Estarei te esperando muito irritado e louco de saudade. – beijou minha testa antes de afastar seus braços.

Me permiti olhar para aquele belo rosto por mais alguns instantes, tudo nele transmite uma intensidade e segurança, além do desejo que jamais desaparecia por completo na minha presença. Até mesmo quando estávamos brigando. Nosso amor para muitos parece ser sem futuro, com algum segundo interesse de alguma das partes ou apenas uma fantasia realizada que muitos desejavam, no entanto para nós, nenhuma das opções condizia com a realidade. Não havia intenções além da de estarmos juntos, vivermos juntos e ser felizes juntos. Pronto. É essa a nossa realidade.

Pressentindo que a qualquer momento desabaria outra vez na sua frente, resolvi tocar seu rosto em um adeus silencioso e comecei a descer a escada da varanda, indo em direção a picape do John. Respirava profundamente a cada passo, sentindo meu coração se apertar à medida que me afasto da varanda.

Assim que cheguei ao lado do automóvel e segurei a maçaneta, o ouvi chamar o meu nome.

-Heather! – gritou.

Busquei toda coragem possível e girei meu corpo em sua direção, encontrando seus belos olhos verdes. Em sua boca havia um sorriso sincero e quase surtei de emoção ao escutar sua declaração a seguir, algo que não costumava dizer com palavras.

-Eu te amo. – suspirou alto - Muito.

Sem condições de elevar a voz entrecortada de emoção, respondi sem som algum.

-Eu te amo. Muito mais.

Então simplesmente entrei na picape e fechei a porta atrás de mim, acenando em sua direção enquanto lágrimas escorriam livres pelo meu rosto. Fiz o sinal para que John desse a partida no carro e nos levasse direto para o hotel, onde a tia Helen estava hospedada.

Nem a minha tia e nem John disseram uma palavra durante o percurso até o portão da base, novamente foi cumprimentado pelo guarda, desejando-nos um sincero "tenham uma boa noite". Seria impossível ter uma boa noite hoje e muito menos nas que virão nos próximos dias. Deixei o banco de couro amparar o meu corpo cansado, bem como a cabeça que pendia e cairia contra o carpete se não a apoiasse no encosto, suspirando ao sentir um imediato alívio.

Um sorriso tomou conta da fronte ao presenciar um gesto bem íntimo e romântico da minha tia, a resposta do pé-de-valsa foi ainda mais romântica. Estava claro no modo como a tia Helen tocou o rosto dele e o sorriso apaixonado que atingiu os lábios do mesmo, o quanto estão envolvidos. Fiquei orgulhosa da operação cupido não ter falhado, caso aconteça um casamento, já me auto convido como madrinha.

A voz do John interrompeu meus pensamentos.

-Sabe o que é bom depois de uma noite ruim, Heather?

Ergui as sobrancelhas, esperando escutar uma piada.

-Hum... Não sei, o que é?

Parou no semáforo para esperar a luz verde voltar a acender, então olhou para trás e jogou uma piscadela ao responder:

-Colocar um pijama broxante, deitar em frente à televisão com muitas guloseimas cheias de calorias no colo e assistir a um filme de ação repleto de explosões.

Embora o clima não estivesse para risos, foi impossível reprimir a gargalhada ruidosa diante da ideia tão maravilhosa que propôs e também por estar surpresa, afinal, aguardava algo envolvendo sacanagem. Imagem típica que sempre tive do John. Parece que a tia Helen fez renascer um lado maduro que ainda não conhecia!

Reparei que esperava um comentário meu, portanto resolvi não deixá-los esperando mais tempo.

-Uma ótima ideia, John.

-Na verdade é uma ideia genial! – concordou a minha tia acariciando seu braço.

Ele tirou o pé do freio e pisou no acelerador quando o sinal ficou verde, dobrando a esquina para pegar a rua que ia direto para o centro da cidade, onde fica o hotel.

-Vou deixar vocês em frente ao prédio e enquanto colocam seus pijamas broxantes, irei comprar tudo que precisamos para uma noite ruim.

Tia Helen e eu nos entreolhamos confusas com o plural usado.

-Precisamos? – questionei-o antes dela.

Gargalhamos ao vê-lo fingir uma expressão ofendida antes de se defender.

-Hey, eu que tive a ideia e sou eu quem vai comprar as coisas, então automaticamente tenho o direito de participar da festinha de pijama de vocês.

Ainda ríamos no momento em que estacionou a picape em frente a hospedaria sofisticada, permanecendo com o automóvel ligado e foi a tia que se "despediu" primeiro com um beijinho pouco antes de sair. Pus a alça da mochila que trouxe com roupas, inclinei-me em sua direção logo em seguida e sem aviso prévio, beijei seu rosto com carinho. Ao contrário do que pensei, John não ficou surpreso e sim retribuiu ao beijo com mais afeição.

-Obrigada por tudo, meu amigo. – abracei-o – Quero ser a madrinha quando resolverem se casar!

Ele riu alto ao me abraçar de volta.

-Obrigada por tudo também, minha madrinha antecipada de casamento.

Sentindo que a qualquer momento poderia voltar a chorar, sai do carro de modo obstinado e respirei o ar puro ao fechar a porta atrás de mim, ouvindo o barulho ensurdecedor do trânsito a um metro de distância. Receber um abraço carinhoso da tia Helen me fez soltar um suspiro alto em busca de forças, apenas o suficiente para curtir a noite com os dois e não era preciso ser vidente para saber que ambos tentariam me alegrar. Nos despedimos com um aceno para o John e sem demora entramos no prédio, ainda sem termos dito nada uma para a outra.

Aliás, palavras eram desnecessárias para lhe dizer ou explicar como me sinto, restava apenas esperar para que um dia acorde desse grande pesadelo.

Olá, leitores! Tudo bem?

E não é que a bonita aqui veio com outro capítulo?! (Risos)

Enquanto estou tentando achar inspiração para escrever um capítulo muito importante na minha atual história que posto no Nyah!, decidi aparecer por aqui para acabar com um pouco da ansiedade de alguns leitores. <3

Esse capítulo me partiu o coração, nosso tenente está tão triste quanto a invasora. </3 E o John sendo a criatura mais adorável do universo!?  Amo ele! :D

E aí, gostaram? O que vocês estão achando da história?

ME CONTEM TUDINHOOOO

Beeeeijos





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