O PRIMEIRO NATAL

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Heather

Por causa da convocação do ano passado, o esquadrão não havia passado conosco a noite de natal e nós, as companheiras dos fuzileiros, acabamos festejando com nossos pais, tios, tias e avós, sentindo uma tremenda falta dos nossos homens. Mas agora, meses após o retorno do Adam e seus colegas, finalmente poderemos comemorar o natal juntos. Os pais do Adam, da Lucy, os meus tios, tias e avós também participariam, fazendo-nos ir em busca de um lugar maior para fazer a ceia. Só que não precisamos procurar muito, porque os meus pais logo ofereceram a sua casa para todo o bando, inclusive para passar a noite. Obviamente já preocupados com o nível de álcool no sangue de alguns.

Durante esses meses que passaram tão rápido, muitas coisas aconteceram. As principais delas foram o casamento do John com a tia Helen e Lucy ficou grávida. Sem dúvida foram dois momentos repletos de emoção e que irei lembrar para sempre, especialmente os olhos marejados do Brandon ao contar que iria ser papai. É claro que o John, sempre alerta para captar qualquer motivo para pegar no pé de alguém, fez os cálculos e imediatamente chegara à conclusão que o bebê foi concebido quando o seu colega ainda estava com os gessos. O pé-de-valsa chorou de tanto rir ao imaginar o amigo tentando fazer sexo todo desajeitado. Jamais me esquecerei da felicidade que iluminOU a face da tia Helen ao entrar de braços dados com o vovô Daniel, não quebrando o contanto visual com o seu futuro marido nem por um segundo e o John por sua vez, surpreendentemente se segurava para não deixar escapar algumas lágrimas. Entendi completamente tanto a reação do Brandon, quanto a reação do John, que há pouco tempo não tinham perspectiva nenhuma de que coisas esplêndidas pudessem acontecer em suas vidas.

Devo ressaltar que o monumento assistindo seus amigos casarem e se transformarem em futuros pais, desejou que isso acontecesse em sua vida também, não sentindo vergonha em compartilhar essa ideia comigo. Na verdade, o mesmo não tem vergonha nenhuma, para nada. Ao contrário de mim, que tremi na base ao ouvir a palavra "gravidez" e de imediato retruquei dizendo que era muito cedo. Um gesto que o deixou aborrecido. Precisei brigar por muitos dias até que entendesse e concordasse que deveríamos pensar sobre isso só depois do casamento, que já havíamos combinado que acontecerá no mesmo ano em que completo 21 anos. Onde oficialmente serei uma mulher adulta segundo a lei.

E o que faríamos todo esse tempo? Bem, decidimos morar juntos e ver no que vai dar.

Foi exatamente durante a semana antecedendo o natal que comecei a levar pouco a pouco as minhas coisas para a casa do Adam com a ajuda do papai e da mamãe, ambos deixando claro que poderia voltar para casa a qualquer momento. Contudo, deu para notar que os dois tinham certeza que isso não aconteceria, pois, estou ligada ao Adam desde o início e essa ligação não demonstra possuir nenhum prazo de validade.

Portanto, a partir desta noite, a casa do monumento passará a ser minha também. Agora com Chloe morando perto da faculdade, então será apenas ele e eu.

A casa dos meus pais acabou ficando pequena com os meus parentes andando de um lado para o outro, as mulheres se dividiam entre a cozinha e em decorar a casa com enfeites natalinos. Os homens ajudam na hora de subir na escada, carregar algum objeto pesado ou roubar algum quitute que seria servido mais tarde. Liam é o único forasteiro que resolveu aparecer cedo, já que seus pais viajaram para Europa depois de encontrarem um pacote de viagem muito barato e assim não houve muita resistência de aceitar o convite do papai para passar a data conosco. Não demorou muito para o meu amigo se encantar com a Grace mais uma vez, porém, ela parecia totalmente magoada por ele não ter entrado em contato após a ficada no meu aniversário e não tiro a razão dela em nenhum momento, o que deixou o metido a galã muito nervoso.

Enquanto termino de fechar a única caixa com coisas que faltara para levar pra casa do Adam, percebi pela visão panorâmica o Liam dar voltas no quarto e ir para o corredor inúmeras vezes, rezando para que Grace aparecesse por ali. Quando não aguentei mais ouvir seus passos junto com os suspiros nervosos, pedi:

O Pai da Minha Melhor AmigaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora