EPÍLOGO

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Heather

Alguns anos depois

O dia está incrivelmente ensolarado, perfeito para aproveitar ao lado da família e é isso o que Adam e eu decidimos fazer. Sentei na espreguiçadeira no quintal do fundo da nossa mais nova casa – localizada no Camp Pendleton (Carolina do Sul) – para assistir o meu belo marido brincar com o nosso filho sob a sombra que a árvore perto do playground produz. Faltando pouco tempo para que o James Anthony O'Donnell completar 3 anos, a cada dia que passa ele fica ainda mais parecido com o pai. Mesmo com tão pouca idade, o xodó do tenente já se comunica muito bem, então faz questão de mostrar quando se sente bravo, feliz e com fome, muita fome. Meu menino tem um apetite fora do comum.

Admito que morria de medo de ficar grávida antes de nos casarmos, porém, a partir do momento em que publiquei o meu primeiro livro – que por sinal teve uma ótima aceitação no mercado – comecei a me sentir mais segura do meu futuro e assim a ideia de ficar grávida não pareceu mais tão assustadora como no início. Depois de oficializarmos a nossa união, finalmente me tornando a senhora O'Donnell em uma cerimônia muito reservada, presenciei o meu esposo sendo extremamente carinhoso com a Nora, filha do Brandon, e com o Aaron, filho do John e da tia Helen, que também é nosso afilhado. E de repente estava decidido, iria ter um filho com o homem da minha vida!

No entanto, como nada na nossa vida é convencional, parei de tomar o anticoncepcional sem que o monumento soubesse e nem o consultar, afinal, ele já deixara mais que claro que desejava um bebê. Em menos de 3 meses os sintomas apareceram e foi engraçado ver o Adam se sentir ofendido quando corri para o banheiro pra vomitar após sentir o cheiro da lasanha recém tirada do forno. Por um incrível milagre não pensou em uma possível gravidez e sim na possibilidade de eu ter pegado uma virose que sondava a nossa antiga cidade. Por um momento senti medo do monumento ficar furioso comigo e fosse me dar um sermão gigantesco – última coisa que desejei que acontecesse. Entretanto, ele me surpreendeu e emocionou com a felicidade que recebeu a notícia, mesmo depois de eu ter admitido que escondera do mesmo por alguns meses.

Também confesso que durante a gestação não fui uma esposa calma, amorosa e compreensiva em relação a minha drástica mudança de peso, na verdade, não dá pra contar nos dedos todas as vezes em que briguei com o Adam após ser chamada de linda. E feito um fuzileiro que já passou por muitas "quase" mortes, não foi difícil aguentar os meus chiliques e os vários lapsos de mulher insaciável na cama, no chão da sala e na cozinha. Isto é, ele esteve no céu e no inferno durante os 9 meses, embora parte dela tenha perdido por conta da convocação. Para a minha felicidade, na hora do parto o meu homem esteve lá, segurando firmemente a minha mão e sussurrando que me amava o tempo inteiro. Apesar de toda dor que senti, o nascimento do nosso filho está na lista dos momentos mais maravilhosos de todos os tempos.

Foi um verdadeiro desafio escrever o meu segundo livro em meio a tarefa árdua de amamentar o bebê, colocá-lo para dormir, trocar fraldas e interromper o ritmo de criatividade quando ele despertava chorando. Seria tudo um pouco menos difícil se o Adam não tivesse um trabalho que o mantivesse longe a maior parte do tempo, mas ainda bem que existiam anjos chamados, tia Helen, mamãe – que saiu de Jacksonville para me ajudar alguns dias – Eileen, Lucy e Chloe, que desistiu da faculdade de moda para se dedicar a sua mais recente paixão. A arte da fotografia. O que a fez voltar para a nossa casa, já que poderia se dedicar a cursos a distância e com pouco tempo de duração, ficando livre para continuar amando o seu príncipe sem sofrer com asua falta.

Acabou que tudo acabou seguindo o seu próprio curso. Graças à profissão flexível da minha melhor amiga, ela pode me acompanhar nos eventos em que eu sou obrigada a participar quando o seu pai não pode comparecer. Além de ser a minha fotógrafa oficial, ela também ajudou a cuidar do seu irmãozinho, que adorava ficar em seu colo. Não me tornei uma escritora conhecida mundialmente, porém conquistei um público que acompanha o meu trabalho e respeita a minha preferência por privacidade. Nada de holofotes, entrevistas para TV ou rádio. Eu consegui ganhar um público apenas com a alma que depositei em cada personagem até aqui.

O Pai da Minha Melhor AmigaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora