O Pai da Minha Melhor Amiga

A FILHA DO TENENTE

Evan Garcia

Ainda não consigo acreditar que estou no mesmo carro que Chloe e indo em direção ao local que será o nosso encontra, sem ao menos Adam ter tentado me castrar ou algo muito pior. Tipo me matar. Ele se limitou a ditar as suas regras, que incluíam:

Não ter nenhum contato físico;

Evitar contato visual;

Trazê-la de volta para casa 5 minutos antes do horário ordenado.

Claro que eu, como todo obediente soldado, cumprirei parte de lista infinita de regras do tenente O'Donnell. Sim, apenas em parte. Não vou esquecer meu plano de ter uma noite divertida e romântica, com o intuito da bela garota ao lado considerar o encontro como uma das melhores noites da sua vida. Só quero que ela goste de mim tanto quanto gosto dela!

Desviei o olhar da estrada a minha frente por segundos para olhá-la, que apertava as mãos em seu colo num gesto nervoso e encarava os próprios pés. Chloe O'Donnell é a garota mais linda que já tive a sorte de conhecer. Seus olhos azuis, cabelos loiros, nariz fino e arrebitado, sorriso que poderia iluminar um planeta inteiro. A pele clara e aveludada, o corpo delgado digno de uma modelo internacional. No entanto, se me perguntassem o que mais gosto nela, eu diria que a sua facilidade de me fazer sorrir e esquecer que para os meus pais não sou nada, apenas um zero à esquerda em suas vidas.

Balancei a cabeça para afastar aquele pensamento que sempre trazia lembranças e sentimentos ruins, duas coisas que não desejo que apareçam nesta noite.

- Está tudo bem? – perguntei para Chloe, mantendo a minha atenção estava na estrada.

Seria terrível se nosso primeiro encontro acabasse em um acidente por falta de atenção.

- Sim, estou. – respondeu num tom baixo.

- Adam deixou você sair comigo com facilidade ou ele surtou?

Escutei-a soltar uma gargalhada.

- Surtou totalmente, se não fosse pela Heather e sua conversa de filha de psiquiatra, com certeza eu não estaria aqui!

Ergui as sobrancelhas ao ouvir o nome da garota do tenente.

- Conversa de filha de psiquiatra?

Sorri ao ouvi-la gargalhar novamente.

- Queria ter escutado a conversa dela com o papai, mas fui proibida de espiar e também precisava me arrumar, então não sei como ela abordou o assunto. – explicou, ficando mais relaxada.

Então isso explicava o porquê de Heather ter desistido da ideia maluca do encontro duplo, que iria nos fazer perder a cabeça se tivesse levado adiante. Confesso que fiquei curioso para saber como foi a conversa entre os dois, sem dúvida acabou em alguma discussão. Ao menos teriam uma recompensa, algumas horas para curtir um ao outro. Minha consciência pesa ao lembrar que Chloe não sabia do relacionamento da sua melhor amiga com o seu pai, contudo, nada podia fazer para mudar a situação. A não ser esperar até que o casal resolva tornar o relacionamento público... Eu não tenho ideia de como a Chloe vai reagir. Ou vai dar apoio total ou o pior, não aprovar o relacionamento de forma alguma! É bom o tenente estar preparado para ficar entre a filha e a namorada.

Virei à esquina e alcancei a rua do restaurante, que ficava no fim da estrada. Não havia muitas opções diferentes pela região, então optei pelo lugar mais discreto, familiar e aconchegante. Um sofisticado restaurante italiano. Enquanto estacionava a minha picape, vi pela visão panorâmica ela pegar o celular e gargalhar ao ler uma mensagem que recebeu. Antes que eu perguntasse o motivo do riso, foi logo me mostrando a tela iluminada do telefone e dizendo: