A VINGANÇA DE MAX

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O fim de semana passou mais rápido que gostaria e Liam teve que ir embora de volta para a sua universidade. Já não bastasse sentir abandono assim que o meu ex foi embora, saber que Chloe voltaria somente na quarta-feira me deixou desolada e devido ao estado dramático, não sabia se conseguiria sobreviver. Sim, esse era o efeito de quando faltava alguns dias para a menstruação descer e a TPM, ao invés de me deixar irritada... Me deixava muito dramática!

Acordei sem nenhuma vontade de ir para a escola na segunda-feira, mas era obrigada comparecer para passar as matérias para a Chloe e também meus pais brigariam se matasse aula, então com um suspiro desanimado fui tomar um banho.

Juntei-me a mesa do café da manhã meia hora depois, papai e mamãe estavam conversando sobre seus planos do dia, mas pararam quando viram minha expressão cabisbaixa.

- O que foi, filha? – perguntou meu pai.

Dei de ombros ao responder.

- Só estou com preguiça de ir para a escola.

Vi minha mãe erguer as sobrancelhas enquanto tomava um gole de café.

- Heather Carter com preguiça? Isso é uma novidade, meu amor! – ela disse realmente surpresa.

- Sem Chloe então, tudo piora!

Papai estreitou os olhos.

- Tem certeza que é só isso?

- Absoluta.

Minha resposta não os deixou tranquilos, no entanto não questionaram mais nada e isso foi motivo de grande alívio. Continuamos a tomar café conversando sobre outras coisas, principalmente o vídeo do show do intervalo do jogo de beisebol, protagonizados por John e eu. Na verdade até que ficou bem legal o nosso espetáculo nada ensaiado. Até Chloe havia visto e surtou quando viu Evan participando!

Como de costume, mamãe foi me levar até a escola e desejou uma boa aula junto com um beijo carinhoso no rosto, em seguida já dirigia em direção ao seu trabalho. Entrei na escola sem vontade nenhuma sentindo os olhares de quase todos em cima de mim. A aluna antipática, agora era a louca e estrela do show do intervalo, era "ótimo" ver minha reputação melhorar cada vez mais. Só que não!

Nunca fui alguém fácil de lidar, nem de fazer amigos ou ser do tipo que gosta de popularidade. Essa sou eu. Simpática com merece, irônica quando convém, seguir modinhas me causava ânsia de vômito, aparento ter uma alma de 50 anos e sempre me deu bem com pessoas mais velhas. Minhas exceções foram Alison, Liam e Chloe.

Quando o sinal tocou fui logo pra dentro da sala e sentei na minha mesa, imediatamente senti falta da minha melhor amiga, já que se sentava ao meu lado. Cada colega de classe que entrava, olhava para mim e resmungava algo, talvez seja também o boato de que fôssemos lésbicas. Sim, algumas pessoas achavam que Chloe e eu fôssemos amantes.

Assim que comecei a andar demais com ela, ouvi a história que começou a rolar que diziam que eu havia largado de Liam por não desejá-lo mais e que foi graças a ela (Chloe) que descobri minha natureza lésbica. E como reagi quando soube?

Óbvio que cai na gargalhada junto com a minha suposta "amante".

                                                                                                 *****

Foi muito difícil conter um grito de "aleluia" quando o último sinal tocou, anunciando o fim das aulas. Foi uma tortura passar todas as aulas e o intervalo sozinha, afinal Chloe estava tão ocupada que nem respondeu minhas mensagens. Parada no portão da escola, coloquei os fones de ouvido e comecei a caminhar enquanto cantarolava a música da banda Cotton Wine, me preparando para o longo caminho de casa. Meus pais já disseram um milhão de vezes que poderia pegar um dos três carros pra ir e voltar da escola, mas sempre negava por amar caminhar todos os dias.

O Pai da Minha Melhor AmigaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora