O Pai da Minha Melhor Amiga

CAPÍTULO BÔNUS: O LADO OBSCURO DO NATAL

Adam O'Donnell

Eu sinto o mundo girar sob os meus pés e diante dos meus olhos, nunca sorri tanto na minha vida sem um motivo específico. Na verdade, mesmo que eu estivesse muito feliz, como quando Heather e eu conversamos sobre ela morar comigo, minha expressão costuma não denunciar o meu nível de felicidade. Só uma coisa me deixa com o riso frouxo e me faz esquecer de que há coisas que não posso compartilhar com os outros. A bebida alcoólica. Ela permite que as outras pessoas vejam um lado relaxado que raramente aparece, afinal, sempre existe alguma coisa com a qual tenho que me preocupar, graças as minhas insígnias pregadas no uniforme.

Geralmente a minha tarefa nas festas é ficar o mais sóbrio possível para cuidar dos meus homens e intervir nas possíveis confusões que se meteriam pela bebida já estar comandando seus cérebros, tal qual onde o punho deve atingir após uma provocação. Hoje – com todos reunidos para celebrar a noite de Natal – pela primeira vez senti que não falta nada e não há nada com o que me preocupar, então decidi ceder à pressão dos meus amigos para beber o que colocassem no meu copo durante a noite. Por isso que sinto o mundo girar ao meu redor e as minhas bochechas doerem tanto por não tirar o sorriso dos lábios, principalmente ao ver a Heather caminhar à minha frente indo em direção a sala de jantar. Apesar do início da embriaguez, meus passos foram firmes ao segui-la, ao mesmo tempo em que converso com o John, que vinha logo atrás de mim.

Já com todos acomodados em torno da extensa mesa repleta de comida – em meio à confusão de vozes misturadas, todos olharam na direção do meu sogro quando ele se ergueu. Sentado na ponta da mesa, lugar reservado apenas para o dono da casa, James Carter fingiu limpar a garganta e disse:

- Antes que cada um faça o seu agradecimento, quero agradecer a presença de cada um nessa noite tão especial. – sorriu ao ouvir assovios vindos do seu cunhado e irmã – Tanto os Carter quanto os Callaghan têm que concordar. A comemoração fica muito melhor com a casa cheia de pessoas que em tão pouco tempo consideramos como parte da família. Sou grato por ter conhecido todos através da minha filha!

O meu sogro ganhou mais assobios antes de voltar a sentar na cadeira, automaticamente fazendo a esposa se erguer ao seu lado, tomando a iniciativa de fazer o seu próprio agradecimento.

- E eu sou muito grata por passar mais um ano ao lado do homem que me conquistou desde o primeiro instante, o meu eterno namorado!

Não consegui reprimir o riso ao ver aquele homem grandão e com uma profissão tão importante numa base militar corar feito um menininho. Gesto que fez a Heather me olhar torto, acabando com a minha risada no mesmo instante, enquanto volta a olhar para a mãe a tempo de vê-la beijar seu pai com carinho. Sua repreensão através da encarada não me deixou chateado – muito pelo contrário, me deixou muito excitado.

A minha mulher já é uma pessoa atraente e intensa sem precisar estar brava, com ciúmes ou nervosa, mas no momento em que a mesma se encontra com algum dos três comandando seu corpo, ela é capaz de me causar uma ereção sem contato algum. Confesso que após presenteá-la com o e-mail impresso da resposta da editora e ver que sua felicidade foi muito maior do que esperei, na minha mente um pensamento estava predominando:

Acabei de ganhar a primeira transa da madrugada de Natal! É isso aí, caralho!

Não, eu não me orgulho disso, mas vou deixar para me sentir culpado quando estiver sóbrio.

Mantive meus olhos na bela mulher ao lado, que ora mexia no cabelo, ora ajeita o vestido para cobrir as coxas, ria de cada parente seu agradecendo e cutuca a Chloe para comentar algo entre si, além de conversar com as companheiras dos meus colegas. Talvez seja insensível da minha parte ignorar os parentes dela, no entanto, estou distraído achando tudo nela bonito, tão sexy. No momento em que percebeu que a observo sem piscar, Heather se debruçou na minha direção e encostou-se contra o meu peito, colocando a mão sobre a minha coxa. Diante desse gesto que só incentiva o meu lado pervertido – que queria arrastá-la até o seu antigo quarto, escondi o rosto entre os seus cabelos cheirosos e passei o braço em torno da sua cintura, roçando os dedos em seus quadris para encontra a lateral da calcinha.