LUTANDO BRAVAMENTE POR ELE

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Ruby Simmons

Havia me apegado a aquele amor platônico pelo tenente desde que fui transferida para a sua equipe e isso já faz quase 3 anos que me juntei ao esquadrão, no entanto, em nenhum segundo Adam se quer se movimentou na minha direção. O tenente sempre me respeitou e exigiu respeito dos rapazes logo que fui apresentada, avisando que haveria punição se não o fizessem. É claro que não deixei de sair com outras pessoas nesses quase 3 anos e sempre procurei alguém que tivesse algo em comum, em especial quando se trata da profissão.

Uma vez cometi o erro de ficar noiva de um homem com nada ligado a carreira militar e terminei o relacionamento depois de ver o desgraçado na cama com a minha irmã, cerca de um mês depois recebi um convite de casamento dos dois. É óbvio que evito reuniões familiares por mais de quatro anos e fico triste por não ir, a saudade é melhor de encarar do que ter que olhar para a cara debochada da minha irmã mais nova. Kate sempre queria estar em evidência e menosprezar o meu trabalho, afirmando na frente de todos que perdi toda a essência feminina. Quando apresentei o Tom, meu ex noivo, pude ver em seus olhos que ela já desejou tê-lo só porque eu gostava dele e bem... O resto da história é sempre a mesma coisa, o homem coloca a culpa na mulher por estar em missão e isso abre uma brecha para uma mulher que lhe dá mais valor, que neste caso foi a minha própria irmã. Que ótimo, não?

Após o Tom, conheci poucos caras e todos eles militares, os relacionamentos acabaram pelo mesmo motivo. Um grande mal chamado infidelidade!

Talvez seja por isso que acabei tendo uma baita queda pelo tenente, um homem digno, sincero e muito transparente, nunca escondendo informação nenhuma dos seus colegas. Uma ou duas vezes o vi com uma mulher, em menos de uma semana, já voltava nos encontrar sozinho. Ele NUNCA retribuiu ao meu olhar e nem alimentou as minhas esperanças, apenas me tratava do mesmo jeito os meninos. Como um irmão de farda!

Hoje, depois de Adam começar a namorar sério e finalmente eu ter retomado o bom senso de que aquele amor platônico era uma verdadeira loucura, sei que me apeguei por causa das qualidades que não encontrei nos meus antigos namorados. Ainda lembro muito bem do barraco que armei no jogo de beisebol, onde Heather me enfrentou com coragem e graças a Deus o tenente me impediu de agredir a garota, naquele mesmo dia ele resolveu pôr as cartas na mesa.

Eu queria ter dado uma lição naquela pirralha corajosa, porém, a ideia de Adam querer conversar comigo e deixar o jogo, acendeu uma pontinha de esperança. O percurso até o bar perto do campo era tão rápido, que não necessitou nem usar o carro para chegar no local e quando entramos no estabelecimento, nos sentamos em uma das mesas do canto.

Adam fez sinal para que a garçonete trouxesse cerveja e olhou na minha direção, então percebi que estava um pouco preocupado.

- Deveríamos ter essa conversa há muito tempo, Ruby, e em parte, foi culpa minha!

Estreitei os olhos, também preocupada.

- Que conversa, tenente?

- Agora sou apenas o Adam... – suspirou – Esqueça o trabalho e as insígnias do meu uniforme, apenas me trate por Adam.

- Okay, Adam.

O tom que usava fez aquela pontinha de esperança desaparecer.

- Soube que você está saindo com o Sean Hale.

Não era preciso ser vidente para saber onde queria chegar e algo me diz que Sean havia conversado com ele, nascendo em mim uma vontade enorme de matá-lo. Sorri agradecida quando garçonete trouxe as cervejas, é claro que ela não prestava atenção em mim e sim no belo homem a frente, que nem se quer retribuía ao olhar da pobre garota.

O Pai da Minha Melhor AmigaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora