O PLANO DA CHLOE

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No dia seguinte acordei com um pouco de mal humor. Por quê? A minha linda e animada melhor amiga resolveu mandar uma mensagem às 6 da manhã, avisando que já estava a caminho de Jacksonville. Às 6 da MANHÃ! Como o sono havia ido embora, resolvi tomar um banho longo e relaxante, prolongando até próximo a hora do café da manhã. Quando ouvi o despertador tocar anunciando a hora do café, sai do banheiro enrolada em uma toalha e andei até o closet para escolher uma roupa, optando por um vestido de alcinha com estampa de flores lilás e um par de sapatilhas da cor creme. Coloquei um casaquinho branco por cima do vestido, afinal, nunca fui fã de ficar mostrando pele demais na escola e ter o perigo de idiotas como Max se sentirem interessados, evitando que eu respondesse de modo grosseiro.

Me juntei ao papai e a mamãe na mesa do café da manhã com um sorriso no rosto, mas dessa vez eles não questionaram o motivo do meu ânimo. Já sabiam do retorno de Chloe e quanto sua filha ficava feliz com isso, então conversamos sobre os planos do dia.

- Hoje tenho alguns pacientes que voltaram recentemente de uma missão, estavam a mais de 1 ano sem ver os filhos e parentes, os superiores tem medo de perdê-los para os sérios problemas psicológicos. – comentou meu pai.

- O que é quase impossível... em minha opinião, é claro! – opinou mamãe.

Por puro reflexo pensei em Adam e seus colegas, imaginando o quanto a carreira os afetava. Até agora eles não tinham demonstrado agressividade ou algum tipo de descontrole emocional, na verdade sempre se mostravam muito bem psicologicamente.

- Quer dizer que eles só se interessam em tratá-los para não perder suas "armas" de guerra? – perguntei num misto de curiosidade e ironia.

Vi meu pai dar de ombros.

- A maioria não pensa assim, mas tem alguns oficiais que não se importam muito com a pessoa, apenas e unicamente com o soldado. – Coçou a nuca – Filmes retratam muito bem isso.

Ele tinha a completa razão sobre os filmes abordarem esse assunto e eu sempre apelidava esses oficiais de filhos da puta, além de torcer que os matassem sem dó alguma. Talvez eu não era tão dócil assim antes de conhecer Adam!

Após o café-da-manhã, fui para o quarto buscar a minha mochila e escovar os dentes, depois dei um abraço no papai lhe desejando um bom dia. Sai pela porta da frente de casa, pois minha mãe já tinha tirado o carro de dentro da garagem e estava a minha espera, porém empaquei na varanda ao ver que ela conversava com Chloe e com ADAM?

Ele foi o primeiro a perceber minha presença e tive o prazer de ver o seu sorriso ampliar enquanto piscava discretamente, me fazendo sorrir com esse gesto.

Por reflexo ajeitei meu cabelo ondulado e o vestido antes de descer os degraus da varanda, em seguida me juntei a eles tentando conter o meu nervosismo. Abri a boca pra desejar bom dia aos dois, no entanto, a minha melhor amiga resolveu gritar feito uma louca e se jogar em meus braços, quase nos fazendo cair na grama perto da calçada.

- OMG! Minha vida sem você é uma CHATICE! – gritou ela.

- Acho que a rua inteira e a Heather sabem disso agora, filha. – Caçoou o monumento.

Continuei a encará-lo por cima do ombro ao dizer:

- Também senti sua falta, amiga.

Ela se afastou e tirou uma sacola de papel azul das mãos do pai. Na verdade, praticamente arrancou das grandes mãos dele.

- Uma das únicas coisas divertidas que fiz com a minha mãe foi fazer comprar e quando vi essa preciosidade, nem pensei duas vezes em trazer para você. – estendeu a sacola em minha direção.

O Pai da Minha Melhor AmigaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora