O PRIMEIRO ENCONTRO COM A EX PSICOPATA

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Foi uma tarefa difícil controlar o impulso de analisá-lo como fiz no dia anterior e não parecer uma idiota olhando para seu rosto sem dizer uma palavra, então resolvi ser a garota sincera que sempre fui. Sem medo algum de dizer o que penso.

- Você que tem a tendência a aparecer sem fazer barulho e a escutar minha conversa por telefone, que por coincidência é com a mesma pessoa. – dei um passo para trás e cruzei os braços – Costuma fazer isso com frequência?

Ampliou o sorriso enquanto se encostava no corrimão.

- Só mulheres bonitas como você!

Ok, sua resposta me deixou surpresa.

- Então faz isso muitas vezes, Sr. O'Donnell. – sentei-me no banco a sua frente.

- Não nas situações agradáveis que deve estar imaginando, costumo fazer isso em coisas relacionada ao trabalho ou quando algum dos meus homens está em encrenca, que é o que mais acontece. – explicou ele.

Realmente os colegas deles pareciam ser os tipos que dão alguns problemas e a tal Ruby, faz o estilo de pessoa que adoraria aquecer a cama do seu superior.

- Quer dizer que além de pai da Chloe, acaba sendo um pouco pai deles também?

Ele riu com a pergunta.

- Uma mistura de pai, irmão, amigo, colega, superior e inimigo também, é uma relação bem complexa, mas sempre deu certo. – tirou o boné e passou as mãos pelo cabelo curto – Sua relação com o ex-namorado parece ser boa, ou estou errado?

Estreitei os olhos, desconfiada diante da sua visível curiosidade.

- Você aparenta estar muito interessado nisso, ou estou errada? – retruquei.

- Touché, Srta. Carter. – ergueu os braços em derrota.

Adam colocou o boné de novo e como a aba estava para frente, impediu que enxergasse seus olhos com clareza. Cruzei os braços e insisti perguntando:

- Então... Estou errada?

- Estou errado? – retrucou sorrindo vitorioso.

Sem dúvida nossas futuras discussões seriam bem interessantes e nenhum dos dois se daria por vencidos, a duração dela seria por horas. Não queria fazer daquela conversa uma discussão ou disputa de quem era mais teimoso, então respondi cedendo a sua curiosidade.

- Não, você não está errado!

O sorriso vitorioso se expandiu por sua face, como se tivesse acabado de ganhar uma batalha e como um exemplar vencedor, também acabou cedendo.

- E você também não está errada.

Novamente sua resposta me pegou desprevenida e fiquei sem coragem de perguntar mais sobre isso. Percebendo que eu preferia não dar continuidade no assunto, Adam mordeu o lábio inferior provavelmente pensando em outra coisa para conversar e aparentemente não era muito fácil de encontrar, mas por fim decidiu por algo mais fácil.

- Como conseguiu aguentar Chloe por quase um ano com seus gritinhos e chiliques?

Sorri ao lembrar da primeira vez que fui ao cinema com ela e quase fomos expulsas da sala por causa dos gritos e urros que soltava toda vez que o ator Jake Gyllenhaal aparecia. Foi ali que me apaixonei pelo seu jeito espontâneo e destemido.

- A sua filha é espontânea e completamente destemida, nem preciso falar o quanto amo isso nela!

Ele ficou em silêncio por alguns minutos, apenas encarava os próprios pés e pensava enquanto os mexia, sem ao menos me encarar. Depois voltou a erguer a cabeça e deixou que meus olhos encontrassem com os seus, sorriu mostrando os dentes perfeitamente brancos.

O Pai da Minha Melhor AmigaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora