A ACUSAÇÃO E DESCOBRINDO UMA NOVA AMIGA

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Se o silêncio já era constrangedor, então imagina como ficou o clima após a pequena e nem um pouco amigável frase de boas-vindas do Adam. A Cassie não se deixou abalar. Posso apostar que ela tem aquele tratamento há muito tempo e acostumou-se a ignorar todas as vezes que era sujeita a uma situação dessas, na verdade, passou a ser normal para a pobre mulher. Vendo que demoraria um pouco para o pessoal se manifestar, fui cumprimentá-la com um formal aperto de mão e assim percebi que a mãe de Chloe realmente não gosta nem um pouco de mim, evita até contato visual. Demonstra uma grande falta de educação!

- Só estava de passagem pela cidade e resolvi vir dar um beijo na nossa filha, já que eu estou morrendo de saudade dela.

Correu para dar um beijo na filha, que não pareceu muito animada ao retribuir, ao mesmo tempo em que pedia desculpas para o pai através do olhar, o mesmo estava cochichando com a irmã de modo sério. Senti o meu sangue ferver ao observar a mulherzinha caminhar até o Adam e enlaçar seu pescoço com os braços, espremendo os seios contra o peito largo do meu monumento.

- Já que estou aqui, não posso perder a oportunidade de matar a saudade dos jantares que você e a minha cunhada linda fazem! – virou-se para o resto das pessoas, ficando de costas para mim de propósito – Sempre brigam como cão e gato, mas a hora de preparar o jantar é sagrada. Que saudade disso!

Balancei a cabeça não acreditando nos comentários dela e na sua síndrome de lembrar os "bons tempos", nem mesmo se importando do quanto é desconfortável.

- Tenho certeza de que sente saudade, Cassie.

O tom delicado que Adam usou foi extremamente forçado e todos notaram isso.

- Não vai me oferecer uma taça de vinho, querido? – tocou o braço dele – Tenho certeza de que jamais se esqueceu das minhas preferências e manias.

Aquilo já era demais.

Então resolvi sair um pouco daquele ambiente que não me agrada e dar a desculpa de colocar a bolsa no quarto de Chloe era bastante convincente, infelizmente antes tenho que avisá-los. A ex psicopata permanecia perto demais do monumento e se pudesse, estaria com os seios espremidos contra o peito largo dele novamente, só que isso reforçaria mais ainda a imagem de oferecida que as pessoas no cômodo têm dela.

- Vou colocar a bolsa no quarto e já volto... – corei ao sentir os olhos de todos em mim, em especial a hostilidade vinda da Cassie – Quer que eu traga algo de lá, Chloe?

Balançou a cabeça negando.

- Você quer que eu te acompanhe, amiga?

- Não é preciso.

- Tem certeza? – ela insistiu.

- Absoluta!

Caminhei até ela e beijei sua testa com carinho, fazendo-a sorrir de modo meigo.

Em seguida dei as costas e saí da cozinha, dando um outro "oi" para os meninos, que ainda estavam conversando na sala. Subi a escada de dois em dois degraus. Não demorei muito até que chegar no topo e praticamente corri para o quarto da Chloe, fechando a porta atrás de mim ao entrar. Joguei a bolsa em cima da cama antes de ir para o banheiro e abrir a torneira para umedecer a nuca, para isso tive que prender meu cabelo em um coque alto. Respirei aliviada quando levei minha mão molhada até a nuca, a temperatura fria entrou em contato com a quente e o resultado foi uma sensação de prazer ao me sentir mais fresca. Ver aquela jararaca enroscada no pescoço do Adam aumentara minha temperatura de um jeito ruim.

Me debrucei sobre a pia e levei mais um pouco de água gelada até a nuca, soltando um gemido de satisfação mais uma vez. Ergui meu tronco num movimento brusco ao sentir duas mãos segurando com firmeza em meus quadris, logo fiquei tranquila ao ver o reflexo do monumento no espelho. Retribui ao meio sorriso que tinha em seus belos lábios, fazendo-o girar o meu corpo entre seus braços fortes até que ficássemos frente a frente.

O Pai da Minha Melhor AmigaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora