O Pai da Minha Melhor Amiga

By fernandavs_

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Heather Carter tem 17 anos e recentemente terminou o relacionamento de 3 anos com Liam, pois, segundo ele não... More

PRÓLOGO
CONHECENDO A MINHA MELHOR AMIGA
DE TIO ELE NÃO TEM NADA!
SEJA BEM-VINDO DE VOLTA, MONUMENTO!
O PRIMEIRO ENCONTRO COM A EX PSICOPATA
MISSÃO: EVITAR E SER EVITADA PELO "TIO" O'DONNELL
O "MELHOR" PIOR LUGAR DA ARQUIBANCADA
CONFUSÃO E RISADAS NO JOGO DE BASEBALL
A VINGANÇA DE MAX
A HORA DA VERDADE
NOSSO SEGUNDO "ENCONTRO" - PARTE I
NOSSO SEGUNDO "ENCONTRO" - PARTE II
O PLANO DA CHLOE
A LUZ NO FIM DO TÚNEL
DESCOBRINDO O PODER SOBRE O ADAM
UMA NOITE PERFEITA - PARTE 1
UMA NOITE PERFEITA - PARTE 2
E OS PESADELOS SEMPRE VOLTAM
A FILHA DO TENENTE
A VIZINHA GOSTOSONA
A CHUVA, AS LÁGRIMAS E A COMPRESSA DE GELO
A VISITA SURPRESA
A ACUSAÇÃO E DESCOBRINDO UMA NOVA AMIGA
COLOCANDO UM FIM NO PASSADO
PLANEJANDO A FESTA DE ANIVERSÁRIO
O GRANDE DIA - PARTE 1
O GRANDE DIA - PARTE 2 - OPERAÇÃO CUPIDO
O GRANDE DIA - PARTE 3 - A PROMESSA
ESPERANÇA PERDIDA E PLANOS FALHOS
O MELHOR DE MIM
UM ADEUS TEMPORÁRIO
SAUDADE E INTOLERÂNCIA SÃO PÉSSIMAS COMPANHEIRAS
DESCOBRINDO A VERDADE E ADMITINDO ERROS
ESPERANÇA RENOVADA
NA MIRA DA FAMÍLIA CARTER - PARTE 1
NA MIRA DA FAMÍLIA CARTER - PARTE 2
NA MIRA DA FAMÍLIA CARTER - PARTE 3
O RETORNO DA PAZ
CONHECENDO O SR. E A SRA. O'DONNELL
A CONVERSA FRANCA E O PEDIDO OFICIAL
HORA DE DORMIR
ENTRE OS LENÇÓIS
A FORMATURA E A FESTA DO "ATÉ LOGO" - PARTE 1
A FORMATURA E A FESTA DO "ATÉ LOGO" - PARTE 2 - O CLONE
A FORMATURA E A FESTA DO "ATÉ LOGO" - PARTE 3 - PERMANEÇAM SALVOS
DOLOROSA DESPEDIDA
A PROCURA DE LUCY
O CURSO À DISTÂNCIA
FELIZMENTE, O TEMPO PASSA
BRAVURA & HONRA
DECISÕES EXTREMAS
O RETORNO
SIM
COMO SE FOSSE A PRIMEIRA VEZ
DESPERTANDO PARA A VIDA
AMOR Á SEGUNDA VISTA
ANÚNCIO OFICIAL - PARTE 1
ANÚNCIO OFICIAL - PARTE 2
O PRIMEIRO NATAL
EPÍLOGO
CAPÍTULO BÔNUS: MINHA PRIMEIRA VEZ - PARTE 1
CAPÍTULO BÔNUS: MINHA PRIMEIRA VEZ - PARTE 2
CAPÍTULO BÔNUS: O LADO OBSCURO DO NATAL
CAPÍTULO BÔNUS: O HOMEM SEXY DA BIBLIOTECA
CAPÍTULO BÔNUS: O CASAMENTO
CAPÍTULO BÔNUS: DECLARANDO-SE CULPADA
CAPÍTULO BÔNUS: COISA DE ADULTO

LUTANDO BRAVAMENTE POR ELE

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By fernandavs_

Ruby Simmons

Havia me apegado a aquele amor platônico pelo tenente desde que fui transferida para a sua equipe e isso já faz quase 3 anos que me juntei ao esquadrão, no entanto, em nenhum segundo Adam se quer se movimentou na minha direção. O tenente sempre me respeitou e exigiu respeito dos rapazes logo que fui apresentada, avisando que haveria punição se não o fizessem. É claro que não deixei de sair com outras pessoas nesses quase 3 anos e sempre procurei alguém que tivesse algo em comum, em especial quando se trata da profissão.

Uma vez cometi o erro de ficar noiva de um homem com nada ligado a carreira militar e terminei o relacionamento depois de ver o desgraçado na cama com a minha irmã, cerca de um mês depois recebi um convite de casamento dos dois. É óbvio que evito reuniões familiares por mais de quatro anos e fico triste por não ir, a saudade é melhor de encarar do que ter que olhar para a cara debochada da minha irmã mais nova. Kate sempre queria estar em evidência e menosprezar o meu trabalho, afirmando na frente de todos que perdi toda a essência feminina. Quando apresentei o Tom, meu ex noivo, pude ver em seus olhos que ela já desejou tê-lo só porque eu gostava dele e bem... O resto da história é sempre a mesma coisa, o homem coloca a culpa na mulher por estar em missão e isso abre uma brecha para uma mulher que lhe dá mais valor, que neste caso foi a minha própria irmã. Que ótimo, não?

Após o Tom, conheci poucos caras e todos eles militares, os relacionamentos acabaram pelo mesmo motivo. Um grande mal chamado infidelidade!

Talvez seja por isso que acabei tendo uma baita queda pelo tenente, um homem digno, sincero e muito transparente, nunca escondendo informação nenhuma dos seus colegas. Uma ou duas vezes o vi com uma mulher, em menos de uma semana, já voltava nos encontrar sozinho. Ele NUNCA retribuiu ao meu olhar e nem alimentou as minhas esperanças, apenas me tratava do mesmo jeito os meninos. Como um irmão de farda!

Hoje, depois de Adam começar a namorar sério e finalmente eu ter retomado o bom senso de que aquele amor platônico era uma verdadeira loucura, sei que me apeguei por causa das qualidades que não encontrei nos meus antigos namorados. Ainda lembro muito bem do barraco que armei no jogo de beisebol, onde Heather me enfrentou com coragem e graças a Deus o tenente me impediu de agredir a garota, naquele mesmo dia ele resolveu pôr as cartas na mesa.

Eu queria ter dado uma lição naquela pirralha corajosa, porém, a ideia de Adam querer conversar comigo e deixar o jogo, acendeu uma pontinha de esperança. O percurso até o bar perto do campo era tão rápido, que não necessitou nem usar o carro para chegar no local e quando entramos no estabelecimento, nos sentamos em uma das mesas do canto.

Adam fez sinal para que a garçonete trouxesse cerveja e olhou na minha direção, então percebi que estava um pouco preocupado.

- Deveríamos ter essa conversa há muito tempo, Ruby, e em parte, foi culpa minha!

Estreitei os olhos, também preocupada.

- Que conversa, tenente?

- Agora sou apenas o Adam... – suspirou – Esqueça o trabalho e as insígnias do meu uniforme, apenas me trate por Adam.

- Okay, Adam.

O tom que usava fez aquela pontinha de esperança desaparecer.

- Soube que você está saindo com o Sean Hale.

Não era preciso ser vidente para saber onde queria chegar e algo me diz que Sean havia conversado com ele, nascendo em mim uma vontade enorme de matá-lo. Sorri agradecida quando garçonete trouxe as cervejas, é claro que ela não prestava atenção em mim e sim no belo homem a frente, que nem se quer retribuía ao olhar da pobre garota.

Assim que se afastou, resolvi ser direta:

- Aonde você quer chegar com essa conversa?

O vi levar a cerveja até os lábios e dar um gole longo antes de voltar a falar.

- Quero esclarecer isso que você sente em relação a mim e...

- Eu não acredito que o Sean foi fofocar para você sobra a nossa discussão! Eu vou matar ele! – retruquei indignada.

Em seguida Adam elevou o tom de voz, me fazendo baixar a crista na hora.

- Hale estava bêbado, então com certeza não faz ideia do que me disse enquanto o levava até em casa. Ele me contou sobre os sentimentos que você pensa que sente...

Voltei a interrompê-lo e é algo que o irritou pra cacete.

- Ótimo, agora estou com fama de louca também?

Ele não respondeu de imediato, tomou alguns goles da cerveja e olhava para o teto, enquanto respirava fundo. Buscava paciência e as palavras certas para aquele momento. Demorou alguns minutos até conseguir ser o mais delicado o possível e bem, não soou delicado o suficiente.

- Sei o quanto a sua relação com os homens sempre foi difícil e nunca encontrou alguém que fosse 100% leal a você, talvez seja por isso que acabou confundido os sentimentos quando me conheceu.

- Eu sei exatamente o que sinto, Adam! – meu tom foi grosseiro.

- Você pensa que sabe, Ruby.

Tomei um gole de cerveja e coloquei o copo de volta na mesa com mais força que o necessário, fazendo um barulho alto.

- Quer saber? É melhor ir embora antes que eu passe a chegar à conclusão que me enganei ao pensar que era um homem inteligente e digno.

Um silencio perturbador permaneceu por alguns instantes, ao mesmo tempo em que terminávamos de beber a cerveja e quando o fizemos, o tenente soltou a frase que fez o meu peito doer. Como se tivesse acabado de cravar uma faca certeira e a vontade de vomitar veio junto, escutando cada palavra que saía da sua maldita boca, que tanto já tive vontade de beijar.

- Eu estou louco pela Heather e sei que é errado, mas resolvi arriscar tudo com ela. – coçou a barba – Ainda não consegui fazê-la deixar o medo de lado, só que tenho certeza que é tudo questão de tempo e vou tê-la na hora certa... Então agora está mais do que na hora de você ser feliz também, Ruby! Se prendeu a esse sentimento louco que nunca foi correspondido e nunca deu a chance para um homem conquistar seu coração, mas agora é a hora de abrir o caminho para o Sean.

Cruzei os braços e fiz uma expressão séria.

- Aquele desgraçado mandou dizer isso, não é?

- Tenho cara de homem que fica fazendo favor e passando recado, Ruby? – a resposta foi como um soco no estômago – Estou aqui como um amigo te aconselhando a agarrar a felicidade enquanto é tempo e esquecer esse sentimento sem fundamento que guarda dentro de si por tanto tempo.

Não suportando mais vê-lo falar do que sinto como se fosse algo de se descartar facilmente, fiquei de pé e peguei alguns dólares do bolso da minha calça jeans, joguei as notas na mesa em seguida vendo Adam fazer uma careta com o gesto. Caralho, sempre quis esse homem e havia me preparado tanto para quando me desse uma chance, diante daquela postura tão fria, resolvi que não me rebaixaria.

Sinto uma bela dor de cotovelo por ter sido derrotada por uma pirralha feito a Carter, passei a desejar que o tenente se cansasse dela rápido e desse um pé da bunda daquela estúpida, que ela tenha a infelicidade de ver Adam ficar com outra mulher. Nunca foi meu estilo desejar o mal de outra pessoa, só que a situação na qual me encontro é impossível de controlar esse impulso desagradável e sei que uma hora irá bater o arrependimento.

Então antes de dar as costas e ir embora, olhei para os olhos verdes do tenente dizendo:

- Posso não o ter da forma que eu quero, mas agora o Sean não vai me ter também da forma que quer... – um sorriso maldoso apareceu em meu rosto – Vai ser divertido ver a Cassie tentando matar a sua pirralha!

Me afastei rapidamente para impedi-lo de querer continuar aquela dolorosa, constrangedora e estúpida conversa, porque neste momento eu queria mesmo é ir tirar satisfação com o Sean Hale.

Enquanto dirigia de volta para casa, pensei na confusão com a ex esposa do tenente, onde a louca quase agrediu a Heather, graças aos meus treinamentos intensivos, consegui imobilizá-la com destreza e rapidez, tirando-a da cozinha em menos de um minuto. Aguentar as ofensas e declarações de Cassie foi um verdadeiro teste de autocontrole, pois a vontade de dar uma surra naquela vadia com roupas de grife foi grande.

Foi a primeira vez que fui para um lugar onde a Carter estava após a conversa esclarecedora com o namorado dela e para a minha total surpresa, a garota passou a ser muito bacana em meu ponto de vista, sem aquela "quedinha" que eu sentia pelo tenente antes. No fundo, esse sentimento que me impediu de gostar da garota.Entretanto, para que eu superasse essa carência, tive que quase perder o homem que deixara a minha vida muito mais feliz e completa, o homem que lutou por mim com toda a força do mundo. O homem pelo qual tive que lutar para tê-lo de volta! O grande e corajoso Sean Hale.

Admito que ainda quando me lembro de tudo que falei com raiva e friamente para ele, a culpa toma conta do peito quase me sufocando, mesmo que Sean diga que já superou aquilo desde que resolvi correr atrás da minha felicidade. Que era ele. Enquanto virava a curva para chegar a minha casa, deixei que a mente voltasse para aquele mesmo dia onde fui bater de frente com ele – que por sua vez estava mexendo no motor do seu carro e não fazia ideia do problema que teria que enfrentar, ficando vulnerável em primeiro momento.

Encontrei-o na garagem, o capô do seu Mustang erguido e ele mexia no motor, absorto no que se passa ao seu redor, concentro em concertar o seu companheiro. No entanto, não importava se está de costas, com os fones de ouvido ou dentro de casa, Sean sempre sabe quando eu estou por perto.

- Milagre não ter avisado antes de vir... – comentou sem se virar.

Andei até para ficar perto do carro e me encostei nele, cruzando os braços, sentindo os olhos dele focarem no meu gesto.

- Na verdade não pretendia nunca mais vir, mas tudo mudou depois de saber que você é um fofoqueiro do caralho!

De imediato ele ergueu o tronco e tentou se desculpar.

- Olha, Ruby, eu estava bêbado e...

O interrompi elevando o tom de voz.

- Não me importo se estava bêbado, drogado, ferido ou o caralho que fosse, por que você não tem direito NENHUM de contar ao Adam o que sinto por ele! – gritei – Você fodeu com tudo, Sean!

Me surpreendi ao vê-lo soltar uma gargalhada irônica, a minha raiva aumentou.

- Eu fodi com tudo? Tem certeza disso? Não era eu que transava contigo e pensava em outra mulher!

Revirei os olhos diante do exagero que saiu da sua boca, cismou que eu fazia sexo com ele e gozava pensando no tenente. A verdade é que em todas às vezes estava 100% com ele. Quando estava dentro de mim, em nenhum momento – seja consciente ou inconscientemente – pensei no Adam ou como seria transar com ele, apenas me entregava ao Sean sem reservas. Por ser um homem grande, forte e muito fogoso, não havia forma alguma de me concentrar em outra coisa, se não ele!

E o desgraçado acredita nisso? De jeito algum, só faz acusações e mais acusações, me dando a certeza de que é hora de pôr um fim nesse envolvimento sem futuro.

- Desde o início fui clara em dizer que não queria e continuo não querendo um relacionamento, agora mesmo que não tenho a mínima vontade.

Limpou a mãos sujas de graxa e se sentou no banco de madeira ao lado do carro, me obrigando a me aproximar de novo, ficando frente e frente dele.

- Estamos há meses nos encontrando, Ruby, tem roupas minhas na sua casa e vice-versa... Como pôde acreditar por um momento que iria ficar só no sexo? – passou as mãos recém limpas pela cabeça, onde ele sempre preferia raspar, sem deixar rastro de pelo – Quando te conheci naquele pub é obvio que a intenção inicial era essa, tudo mudou quando passei a te conhecer de verdade e sentir a necessidade de te ter sempre na minha vida.

Balancei a cabeça negando, tentando não me afetar com aquele excesso de sentimentalismo e o desconforto tomando conta do meu corpo.

-Você é um cara muito bacana, mas eu não posso te dar mais que sexo, Sean.

- Para o tenente O'Donnell pode, não é?! – rebateu.

Fechei os olhos e respirei fundo, buscando calma.

- Sean...

De repente ele se ergueu e pegou o banco que estava sentado e o jogou contra uma das prateleiras de ferramentas, derrubando tudo no chão e o barulho delas caindo contra o piso foi ensurdecedor, aquilo diminuiu um pouco da raiva que Sean sentia.

Podia sentir o sofrimento estampado em seus olhos e isso era torturante.

- Eu não vou te trair, nem mentir ou fazer você sofrer como os seus antigos namorados fizeram! Pare com essa maldita carência de achar que o Adam é o único cara decente que conhece!

- O QUE? Eu não sou carente porra nenhuma, sei muito bem o que sinto e o que eu quero, Sean! – voltei a gritar – Você que tem que parar de ser um namoradinho ciumento e voltar a ser amante que era no início.

- MAS EU NÃO QUERO SER A PORRA DE UM AMANTE!

Sem pensar fui pra cima dele e o empurrei, fazendo-o bater com o corpo contra o carro.

- A partir de hoje você não vai ser nem a porra de um amante, Capitão Sean Hale, vai procurar uma perua que possa suprir suas necessidades e esquecer que eu existo.

- Não quero terminar, mas também não quero viver como segunda opção e nem mesmo ser usado para diminuir o seu estresse com uma foda por dia. Tenho minha dignidade ainda!

- Pense pelo lado positivo... Um militar condecorado não tem dificuldade de conhecer novas mulheres. – meu tom saiu irônico.

- Vai para o inferno, Ruby!

A "ofensa" me pegou desprevenida, fazendo surgir uma raiva e para não o agredir por impulso, afastei o corpo numa distância segura. Cruzei os braços evitando retribuir ao olhar intenso, então falei:

- Está mais que claro que já é a hora de terminar e cada um seguir o seu caminho separado, então... – olhei em seus olhos – Adeus Sean!

Dei as costas e caminhei para fora da garagem, quando segurei a maçaneta da porta do meu carro, ouvi ele gritar meu nome. Virei-me para a direção da garagem, onde continuava parado no mesmo lugar e sentindo meu coração se partir em pequenos pedacinhos, devido a pancada forte que recebi com o que disse logo em seguida.

 -O mais irônico é que depois de tudo que escutei, continuo completamente apaixonado e louco por você.

Mesmo que tentasse, não conseguiria dizer-lhe nada por causa da tempestade que se formara em minha mente, a única coisa que me pareceu mais certa a fazer foi entrar no carro e ir embora sem olhar para trás.

Ainda pensava que aquele vazio no meu peito era a consciência pesada ou algo do gênero, na verdade, descobri alguns dias depois que era o arrependimento de ter tratado tão mal o homem mais incrível que conheci. Era mais que sexo, havia companheirismo, carinho, respeito e lealdade! Só que a burra em questão, vulgo eu mesma, tinha medo de reconhecer isso e resolvia me apegar a ilusão do amor que sentia pelo tenente, sabendo inconscientemente que ele jamais retribuiria. Dando-me a certeza que não teria o perigo de sentir o medo de lidar com um relacionamento e assim haveria a menor possibilidade de ser traída. Quando descobri o que me cegava da verdade, chorei feito uma criança, pois, o medo havia ido embora e o fato de ter perdido o homem que realmente gostava viera à minha mente. Pelo Sean não ter tentado nenhum tipo de contato, me deu ainda mais a certeza de que havia seguido em frente e não desejava me ver nem pintada de ouro, o que ocasionou mais lágrimas. Minha aparência abatida fez todos do esquadrão ficarem preocupados, perguntaram o que tinha acontecido. Por fim, decidi não contar nada.

O jeito que o Adam me olhava demonstrava que sabia o que tinha acontecido, só que respeitou a minha decisão e não insistiu no assunto, apenas pediu pra que o procurasse se precisasse conversar. Sempre fazendo o papel de pai do esquadrão!

Fiquei naquele estado durante uma semana, apenas dando uma animada durante algum treinamento liderado pelo Adam, ânimo que se limitava somente durante as horas de treinamento bruto, fazendo meu corpo doer por inteiro.

Até que um dia, resolvi ir no estande de tiro sozinha treinar um pouco mais e ocupar a minha cabeça com o trabalho. Quase tive uma crise nervosa ao encontrar Sean no local. Ele também ficou muito surpreso, porém camuflou a expressão de maneira mais bem sucedida que a minha.

Fiquei alguns minutos parada na porta, segurando a bolsa onde estava minha pistola e o rifle M16, enquanto Sean já estava com a arma em punho me encarando com intensidade. Parou de atirar assim que percebeu a minha presença, usava os óculos de proteção e o uniforme camuflado, assim como eu também vestia o meu.

- Sargento Simmons. – me cumprimentou formalmente, sem expressão qualquer sentimento.

- Capitão Hale.

Vi um lampejo de raiva quando bati continência.

- Fique a vontade, por favor! – fez o mesmo gesto rapidamente e voltou a carregar a arma.

- Obrigada, senhor.

Desde que conheço o Sean, ele não gosta de ser tratado com formalidade por pessoas que conhece e só aceita quando está na frente de um superior seu, além de algum soldado novo que pode se sentir excluído do grupo.

Coloquei a bolsa pesada na mesa próxima as cabines de tiro e a abri tirando a pistola de dentro,joguei a minha boina para dentro da bolsa. Pus os óculos de proteção e o protetor de ouvido, então caminhei para a cabine ao lado do Sean.

Eu sabia que a minha mira não estaria tão boa, afinal as malditas mãos tremiam e tive que dar uma disfarçada para que ele não percebesse, já que o capitão Hale é conhecido por ter um faro apurado. Segurei a pistola com ambas as mãos e ergui os braços deixando-os um pouco flexionados, em seguida atirei mirando bem na área do crânio no alvo de papel.

A distância entre a cabine e o alvo era de 5 metros, tirando um pouco da precisão já afetadas pela minha falta de firmeza na mão. Em menos de 3 minutos, acabei com o cartucho de 16 balas e enquanto o alvo não chegava até a cabine tirei o protetor de ouvido, fui até a bolsa para pegar um cartucho para a pistola.

- O cara ainda estaria vindo na sua direção atirando. – Sean comentou colocando o alvo de papel na mesa, parando bem ao meu lado.

Só os destroços da bala acertaram as partes mais superficiais do corpo desenhado no papel e com certeza se eu tivesse em missão, estaria morta naquele instante.

- Uma bala acertando os testículos do cara, já o faz parar de atirar e provavelmente de andar!

Em seu rosto apareceu um meio sorriso, disfarçando um pouco a expressão cansada que não teimava em não sumir e frequentemente o via apertar o ombro, como se algo o incomodasse.

 - Não vai usar o rifle hoje?

Olhei para a aquela belezinha dentro da bolsa, balancei a cabeça negando e foquei a atenção em minhas mãos trêmulas, era impossível segurar o rifle sem firmeza. Sean continuava encostado na mesa ao meu lado, havia colocado a arma no coldre junto a cintura e cruzou os braços, atento a cada movimento.

Admito que não entendia nada o jeito dele estar me tratando, afinal, no lugar dele nem teria olhado para minha cara e já tinha saído do estande assim que pus os pés ali.

- Por que está me tratando tão bem assim? – fui direta.

- Eu jamais te trataria de outra forma, Ruby, independente do que acontecesse.

Voltei a balançar a cabeça, mas dessa vez com incredulidade.

Você é bom demais pra ser verdade...

Me virei para pendurar o alvo de papel.

- Por que diz isso?

- Porque eu estaria usando você de alvo agora mesmo. – respondi dando de ombros, fazendo-o rir.

Coloquei o protetor de ouvido e agora mais confiante, mirei bem na área do coração do alvo antes de apertar o gatilho várias vezes. Quase pulei de susto ao senti-lo se posicionar atrás de mim, pousando as mãos em cima da minha e isso que fez com que eu parasse de atirar, dando a chance de Sean flexionar meus braços no ângulo certo. Pressionando meu dedo, fez com que gastasse as últimas balas e assim que acabou a munição, deixei a arma na mesinha da cabine. Ele continuou com as mãos em mim, na minha cintura e estava tão perto que podia sentir sua respiração contra a minha nuca.Em seguida tirei o protetor de ouvido e Sean perguntou:

- O que aconteceu? Tem algo diferente com você... – girou meu corpo entre seus braços, me fazendo ficar frente a frente – Está sem a postura defensiva e agressiva de sempre.

Abaixei a cabeça para arranjar coragem de dizer tudo aquilo que treinei sozinha para quando o encontrasse.

-É que fui estúpida em magoar o cara mais incrível que já conheci e acabei descobrindo tarde que ele tinha toda a razão no que disse.

-Já disse isso pra o sortudo? – podia sentir o sorriso gigantesco em cada palavra.

-Não tinha grandes esperanças de encontrá-lo, mas treinei durante toda a semana um pedido de desculpas interminável e chato, com grandes possibilidades de levar um chute no traseiro. Literalmente.

Sean ergueu o meu rosto com carinho e ficou muito perto do seu.

Por que não diz agora o que treinou?

Respirei antes de me afastar dele e andar até a mesa onde estava a minha bolsa, dando uma distância segura entre nós. Apoiei-me no móvel, sentindo os seus olhos escuros encararem sem piscar e cruzando os braços ao se encostar também na mesinha da cabine.

Foi impossível não olhar para os bíceps saltados e bem definidos sob a camiseta colada que usamos por baixo da farda, o corpo musculoso dele ficava perfeito por baixo da farda, dando a impressão de que é maior do que realmente é. Fazendo me sentir uma anã ao seu lado.

Então finalmente falei sobre todo o arrependimento guardado durante essa semana.

- Você estava certo sobre tudo, não era só sexo e o que eu pensava sentir pelo Adam era de fato uma ilusão, mas de uma coisa estava completamente errado... Nunca pensei nele quando estava com você, em nenhum maldito minuto ou segundo, sempre estive concentrada somente em você. – meus olhos ficaram marejados – Tinha medo de acontecer o mesmo como foi com o Tom, mas depois da última briga, bem, foi aí que me lembrei do quanto há lealdade, companheirismo, carinho e principalmente... O respeito que sempre demonstrou até mesmo quando nos conhecemos no pub! Chorei feito uma criança ao cair na real que havia sido tão fria com o meu homem, que estava disposto a tudo pra continuar a ficar comigo e por causa do medo, acabei fodendo com o que ainda restava.

Mordi o lábio inferior ao vê-lo dar um passo na minha direção.

- Tem certeza que acabou?

A sua pergunta martelou em minha mente por instantes e um sorriso de repente serpenteou pela minha boca, o encarando sem medo.

- Na verdade, estava disposta a fazer algo para que não acabe.

Deu outro passo em minha direção.

- E que seria...? – perguntou com curiosidade.

Foi a minha vez de dar dois passos em direção a ele, colando nossos corpos e olhando para os seus olhos, respondi:

- Lutar bravamente por ele!

Seus lábios estavam sob os meus logo em seguida, me fazendo gemer ao sentir a mão forte e grande em minha nuca, intensificando o beijo rapidamente. Passei os braços em torno de seu pescoço, trazendo-o para mais perto ainda e me deixando matar um pouco da saudade daquele homem quente. Do meu homem quente.

- Acabou de ganhar a guerra, amor.

Gargalhei ao ouvi-lo sussurrar contra meus lábios e a minha resposta foi dar mais um beijo intenso, empurrando-o contra a mesa do estande.

Teríamos muitas coisas para fazer até que matássemos a saudade por completo!

Desde aquele dia não nos desgrudamos mais, a não ser quando precisamos trabalhar ou algo do gênero, nada mais além disso. Cheguei até recusar convites dos meninos para sair, com exceção do jantar de hoje na casa do tenente e que foi um pouquinho divertido com a confusão com a Cassie, suprindo um pouco da falta que eu sentia do Sean. Ele recebera o convite do próprio Adam, mas devido a uma reunião com o superior sobre a sua nova equipe, então não pode me acompanhar no jantar e é claro que em nenhum momento quis que faltasse no seu compromisso, afinal, a reunião se tratava sobre o futuro da sua carreira.

Antes de sair de casa o senti apreensivo, então tentei fazê-lo ficar mais relaxado dizendo que ia ficar tudo bem e que a fratura no ombro, responsável pelo temporário afastamento do trabalho, não iria atrapalhar e nem interromper sua carreira. Mas quem disse que o fez relaxar? Meu "apoio" só o fez ficar mais ansioso!

Suspirei alto ao estacionar o meu carro em frente a garagem, aliviada por estar finalmente em casa e torcendo para que Sean já esteja lá para me receber com o seu abraço apertado, que faz todo o meu stress ir embora no mesmo instante.

Travei as portas do carro e caminhei até varanda com a chave nas mãos, então já entrei em casa chamando pelo meu capitão.

- Estou no banheiro, Ruby, vem aqui! – ouvi sua voz vinda do fim do corredor.

Nunca gostei de casas grandes, então me contento em ter uma de um só piso e fico feliz de Sean compartilhar da mesma opinião, chegando a negar um casarão de três andares oferecido quando se tornou capitão. Coloquei meu celular, carteira e chaves na mesinha de centro ao passar pela sala, indo direto para o fim do corredor.

Um sorriso surgiu em meu rosto ao encontrá-lo dentro da banheira com uma cerveja na mão, infelizmente graças à espuma não podia ver nada além do seu peitoral e os braços fortes, não esquecendo da sua expressão totalmente tranquila.

- Está aqui há muito tempo?

Perguntei enquanto me aproximava e sentava no chão, ao lado da banheira.

- Não faz nem 10 minutos. – se debruçou na minha direção e selou nossos lábios por um breve momento – Como foi o jantar?

- Sempre é muito divertido estar com os rapazes, mas o clima mudou quando a doida da ex esposa e a namorada do Adam ficaram no mesmo ambiente.

- PQP! Deu confusão?

Sean me passou a cerveja, tomei um gole e devolvi para ele antes de responder:

- A discussão começou por conta da ex e a Heather evitou discutir, ouvindo todas as ofensas... Tudo ficou tenso quando fui defender a garota.

- Ruby... – começou a me repreender, mas o interrompi.

- O que? Eu não podia deixar a garota e o tenente serem xingados por aquela mal-amada, o que me fez ser xingada também e tive que imobilizá-la quando tentou agredir a Heather. Admito que quase cedi a tentação de dar uns tapas nelas.

Ele gargalhou ao ouvir minha resposta.

- Definitivamente você não faz o tipo que gosta de dar tapinhas, amor!

- Com certeza faço mais o tipo de dar murros.

Sorri ao vê-lo entrelaçar sua mão na minha.

- Adam deve ter ficado feliz!

Fiz uma careta ao lembrar da preocupação estampada no rosto dele ao me ver imobilizando a sua ex e sem dúvida, muitas coisas passavam por sua mente, todas envolvendo a sua namorada secreta.

- Ele queria estrangulá-la também.

Como todo homem que tem sangue nas veias gostaria de fazer com sua ex intrometida.

Permaneci sentada no chão do banheiro conversando sobre o jantar, contando sobre as piadas sem graça do Paul e o jeitinho apaixonado do Evan, que não tinha medo nenhum em ficar perto de Chloe na frente do pai dela. Então resolvi mudar de assunto de repente, querendo saber dos detalhes da reunião e qual foi o veredicto do médico, se o liberaria para voltar a trabalhar.

- E como foi a reunião? – tirei as botas pretas que eu calçava e as joguei ao lado do meu corpo.

Sean pôs a garrafa de cerveja vazia ao lado das botas e soltou um suspiro aliviado.

- O major Hastings conversou com o médico e felizmente posso voltar ao trabalho 100% em um mês, mas a parte ruim é que tenho mais três meses pela frente pra treinar a nova equipe e isso vai fazer com que fique mais um tempo longe da ação.

- Tem o lado positivo de acostumar os caras com o seu jeito de liderar e treiná-los da sua maneira! – comentei.

- Talvez...

Decidindo me juntar a ele na banheira, fiquei de pé e tirei a regata preta, em seguida desabotoei o jeans, percebendo um sorriso malicioso surgir no rosto de Sean. Assim que a calça jeans se juntou a regata no chão, foi a vez de me livrar das peças íntimas e tudo feito sob o olhar atento do capitão Hale, que já havia se ajeitado dentro da banheira.

Então, usando somente a dog tag em torno do meu pescoço, entrei na banheira e sentei no espaço entre as suas pernas, fazendo do seu peito o apoio das minhas costas, sorrindo ao sentir seus braços ao meu redor de imediato.

Fechei os olhos quando seus lábios roçaram em meu ombro, que a espuma e a água não haviam coberto, facilitando ainda mais o contato, um simples roçar que se tornou mordidas e lambidas. O filho da mãe desde o início sabia muito bem como usar a boca!

- Agora se você levasse mais a sério e fosse disciplinado em relação as restrições que o médico exigiu, talvez já estivesse até voltando para a ação.

Posso apostar que ele estava revirando os olhos naquele momento.

- Como posso repousar se você me usa para todas as suas experiências baseadas nas posições no kama sutra?

Dei um tapa em sua coxa, fazendo-o rir alto.

- Vai te foder, idiota!

Se tem algo que Sean e eu fazíamos muito é falar palavrão, na maioria das vezes nos xingávamos por alguma provocação, mas nunca com o intuito de ofender um ao outro. Era de fato uma mania nossa, que já vinha de muito antes de nos conhecer! Com ele era tudo mais intenso e não havia pudor algum! Recebi uma mordida na clavícula, enquanto mexia os quadris lentamente, me fazendo sentir a sua grande e potente ereção, meus quadris acabaram mexendo também por reflexo.

- Então fode comigo, sargento Simmons. – retrucou em um sussurro.

Ao invés de me sentir "ofendida", acabei soltando uma gargalhada rouca e encostei a cabeça em seu ombro, virando o rosto para o lado, permitindo que colocasse seus lábios sob os meus. Gemi ao sentir a sua língua se entrelaçar a minha, as mãos em meus seios apertando e os quadris continuavam a mexer lentamente, quase me levando a loucura.

Separei nossos lábios por alguns instantes para sentar no seu colo, de frente para Sean, com os seios colados em seu peito e o sexo roçando em seu membro ereto, sorrindo ao ouvi-lo soltar um grunhido com o contato. Arfei quando o senti deslizar uma das mãos até entre as minhas coxas e sem cerimônia alguma, introduziu dois dedos em meu sexo.

PQP! Aquele era sinal de que era apenas o começo de uma longa e prazerosa noite...

Aproveitar o máximo antes que ambos saiam em missões separadas. É uma regra do nosso dia-a-dia, afinal não temos garantia alguma se vamos voltar andando com as próprias pernas ou em um caixão com a bandeira dos Estados Unidos. 

Oi, leitores! Tudo bem?

Hoje o capítulo foi da Ruby, aquela que começou como "inimiga" e em um momento bem tenso da vida de Adam e Heather, se mostrou alguém firme, uma amiga. Como pudemos ver, a história dela não se trata apenas da paixonite pelo tenente. Ela não é má, apenas o Sean não havia enlaçado-a. hahahhaha

E aí? Estão gostando?

ME CONTEMMMM!

Beeeeeijos



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