O Pai da Minha Melhor Amiga

By fernandavs_

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Heather Carter tem 17 anos e recentemente terminou o relacionamento de 3 anos com Liam, pois, segundo ele não... More

PRÓLOGO
CONHECENDO A MINHA MELHOR AMIGA
DE TIO ELE NÃO TEM NADA!
SEJA BEM-VINDO DE VOLTA, MONUMENTO!
O PRIMEIRO ENCONTRO COM A EX PSICOPATA
MISSÃO: EVITAR E SER EVITADA PELO "TIO" O'DONNELL
O "MELHOR" PIOR LUGAR DA ARQUIBANCADA
CONFUSÃO E RISADAS NO JOGO DE BASEBALL
A VINGANÇA DE MAX
A HORA DA VERDADE
NOSSO SEGUNDO "ENCONTRO" - PARTE I
NOSSO SEGUNDO "ENCONTRO" - PARTE II
O PLANO DA CHLOE
A LUZ NO FIM DO TÚNEL
DESCOBRINDO O PODER SOBRE O ADAM
UMA NOITE PERFEITA - PARTE 1
UMA NOITE PERFEITA - PARTE 2
A FILHA DO TENENTE
A VIZINHA GOSTOSONA
A CHUVA, AS LÁGRIMAS E A COMPRESSA DE GELO
A VISITA SURPRESA
A ACUSAÇÃO E DESCOBRINDO UMA NOVA AMIGA
COLOCANDO UM FIM NO PASSADO
PLANEJANDO A FESTA DE ANIVERSÁRIO
LUTANDO BRAVAMENTE POR ELE
O GRANDE DIA - PARTE 1
O GRANDE DIA - PARTE 2 - OPERAÇÃO CUPIDO
O GRANDE DIA - PARTE 3 - A PROMESSA
ESPERANÇA PERDIDA E PLANOS FALHOS
O MELHOR DE MIM
UM ADEUS TEMPORÁRIO
SAUDADE E INTOLERÂNCIA SÃO PÉSSIMAS COMPANHEIRAS
DESCOBRINDO A VERDADE E ADMITINDO ERROS
ESPERANÇA RENOVADA
NA MIRA DA FAMÍLIA CARTER - PARTE 1
NA MIRA DA FAMÍLIA CARTER - PARTE 2
NA MIRA DA FAMÍLIA CARTER - PARTE 3
O RETORNO DA PAZ
CONHECENDO O SR. E A SRA. O'DONNELL
A CONVERSA FRANCA E O PEDIDO OFICIAL
HORA DE DORMIR
ENTRE OS LENÇÓIS
A FORMATURA E A FESTA DO "ATÉ LOGO" - PARTE 1
A FORMATURA E A FESTA DO "ATÉ LOGO" - PARTE 2 - O CLONE
A FORMATURA E A FESTA DO "ATÉ LOGO" - PARTE 3 - PERMANEÇAM SALVOS
DOLOROSA DESPEDIDA
A PROCURA DE LUCY
O CURSO À DISTÂNCIA
FELIZMENTE, O TEMPO PASSA
BRAVURA & HONRA
DECISÕES EXTREMAS
O RETORNO
SIM
COMO SE FOSSE A PRIMEIRA VEZ
DESPERTANDO PARA A VIDA
AMOR Á SEGUNDA VISTA
ANÚNCIO OFICIAL - PARTE 1
ANÚNCIO OFICIAL - PARTE 2
O PRIMEIRO NATAL
EPÍLOGO
CAPÍTULO BÔNUS: MINHA PRIMEIRA VEZ - PARTE 1
CAPÍTULO BÔNUS: MINHA PRIMEIRA VEZ - PARTE 2
CAPÍTULO BÔNUS: O LADO OBSCURO DO NATAL
CAPÍTULO BÔNUS: O HOMEM SEXY DA BIBLIOTECA
CAPÍTULO BÔNUS: O CASAMENTO
CAPÍTULO BÔNUS: DECLARANDO-SE CULPADA
CAPÍTULO BÔNUS: COISA DE ADULTO

E OS PESADELOS SEMPRE VOLTAM

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By fernandavs_

Adam O'Donnell

Sem perceber, as palavras saíram da minha boca com naturalidade, sem ser planejado, me diverti com a expressão chocada dela, demonstrando que jamais esperava que esse conjunto de palavras saíssem da minha boca. Talvez tenha sido apressado e por consequência Heather poderia fugir de mim, entretanto, algo me dizia que aquela tinha sido a hora certa.

- O-o q-quê disse?

Sorri ao escutar seu tom receoso com gaguejar leve.

- Eu disse que estou apaixonado por você, baby. Não acredita em mim?

Rocei os dedos em seu rosto macio e delicado, ampliei o sorriso ao vê-la fechar os olhos reagindo ao gesto.

- Tem certeza que não está deixando o vinho falar por você? – insistiu logo que voltou a abrir os olhos.

Acabei rindo diante da sua hipótese ridícula, já que o vinho passava a fazer efeito a partir da segunda garrafa e eu nem havia terminado a primeira. Então sem avisá-la, girei nossos corpos na cama, posicionando o meu sobre o seu e entrelaçando nossos dedos, encarei seus olhos intensos. Meu membro deu sinal de que não demorava muito para estar pronto para outra rodada com o contato de pele contra pele. Imagens de meia hora atrás invadiram a minha mente, quando a vi completamente nua pela primeira vez e depois quando a penetrei. Apertou o meu pênis a cada estocada! Caralho! A melhor sensação que já senti em toda a minha vida. Com o desejo no controle, beijei seus lábios e gemi ao senti-la abraçar minha cintura com as suas pernas, me excitando.

- Não estou pedindo uma resposta, ok? Nem estou te pedindo em casamento, apenas quero deixar claro o que penso e sinto o tempo todo, assim como o quanto quero que Chloe saiba sobre nós. – Impedindo que ficasse nervosa, pedi – Agora pare de se preocupar e me dê um beijo!

Meu pedido foi acatado rapidamente.

E mais uma vez ela permitiu que explorasse seu corpo, que em segredo considero como se fosse minha propriedade e agora, mais do que nunca, não a deixaria escapar com facilidade.

Não precisei perder tempo com as roupas, pois elas já haviam ido parar no chão há muito tempo. Pude dar atenção aos seus seios lindos como merecia, chupando o mamilo rosado, as suas unhas cravaram nas minhas costas a cada lambida. Ao mesmo tempo em que ainda estava com a boca em seu seio, fui deslizando minha mão até ficar entre suas coxas,não contive o rosnado ao encontrar o local completamente molhado. O meu pênis latejou, implorando para chegar até ali. Sem pudor algum, penetrei dois dedos em seu sexo e a resposta de Heather foi gemer alto ao inclinar a cabeça para trás em puro êxtase ao ter seu quinto ou quarto orgasmo da noite. Essa garota é quente!

Tirando os lábios do seio, escondi o rosto na curva do seu pescoço e continue a masturbá-la, a ouvindo continuar a gemer baixo. Estava tão excitada que mexia os quadris contra a minha mão, entregue sob os meus dedos. Beijei seu rosto e com a boca próxima ao seu ouvido, sussurrei:

- Confia em mim? – ela balançou a cabeça afirmando, ainda de olhos fechados – Quero substituir os dedos pela minha boca.

De repente Heather abriu os olhos e arfou dizendo:

- Não sei se vou conseguir aguentar por muito tempo!

Beijei seus lábios com entusiasmo, enroscando nossas línguas e finalizando com uma mordida no lábio inferior.

- Você vai... Eu sei que consegue aguentar.

Em seguida comecei a fazer uma trilha de beijos, lambidas e mordiscadas até o seu abdômen, sentindo-a acariciar meu couro cabeludo, era impossível segurar meus cabelos. Antes de colocar o rosto entre suas coxas, a olhei mais uma vez, tive o prazer de vê-la com os lábios entreabertos e com os olhos cheios de impaciência, transbordando de expectativa.

Molhei os lábios ao voltar os olhos para o seu sexo – que naquele momento já estava encharcado e inchado – então, abocanhei-o sem pensar duas vezes. Tentei controlar minha força ao segurar suas coxas, mas foi impossível devido a minha tarefa tão prazerosa e o quanto ela se contorcia a cada chupada. Fechei os olhos, deixando que o seu gosto e o seu aroma viciante ficassem gravados pra sempre. Urrei quando a senti ter seu segundo orgasmo, levando-me ao meu limite e sei que se não parasse, era bem provável que eu gozasse antes de penetrá-la. Como um garotinho em sua primeira vez! E porra... Eu me sentia um garotinho fazendo amor pela primeira vez!

Afastei minha boca do seu sexo e tomei minha posição anterior sobre o seu corpo, apoiando o peso em meus antebraços ao mesmo tempo em que olhava sua pele corada. Beijei seus lábios, roçando meu membro entre as suas coxas, louco para partir logo para a ação. Foi então que lembrei de algo que não usamos na primeira vez. A maldita da camisinha!

- Oh merda! Eu preciso de camisinha AGORA!

Fiz menção de me esticar até a mesinha o bidê da cabeceira, no entanto, Heather me puxou de volta e selou nossos lábios rapidamente.

- Confia em mim? – perguntou.

Assenti com uma expressão confusa.

- De olhos fechados!

- Então confie em mim quando digo que não precisamos de camisinha.

- Tem certeza?

Num gesto ousado, desceu a mão até o meu pênis ereto e o posicionou em sua entrada, fazendo meu coração bater mais rápido.

- Certeza absoluta.

Em seguida beijei os seus lábios ao mesmo tempo em que a penetrava com lentidão, sentindo todas as suas paredes apertarem a cada centímetro e as unhas cravarem em minhas costas, quase me levando a insanidade. Me surpreendi quando assim que comecei a aumentar o ritmo das estocadas, Heather deu um jeito de me deitar de costas na cama e subir em cima do meu pênis. Segurando as minhas mãos acima da cabeça, ela cavalgou em um ritmo alucinante.

É maravilhoso ver seus seios quicarem junto com seus quadris. Naquele instante, percebi que ela já me tem entre suas mãos e eu seria um escravo de suas vontades, com a esperança da recompensa ser possuído daquela mesma maneira.

Não demorou muito para sentir que o orgasmo estava perto. Ergui o tronco e a abracei, ajudando-a a intensificar ainda mais os movimentos dos nossos corpos um contra o outro. Segurei sua nuca com força e a beijei enquanto um jato de gozo a preenchia por dentro com estocadas lentas, tirando meu membro depois de mais algumas estocadas.

Continuei abraçado a ela, acariciando suas costas e o cabelo úmido, aguardando as nossas respirações voltavam ao normal. Nunca irei cansar de me sentir dessa forma. Respiração ofegante, coração prestes a sair pela boca, corpo relaxado e entre meus braços, a garota que habita meus pensamentos.

Após o nosso segundo round, fomos tomar um banho juntos e me controlei para não tentar conseguir um terceiro, afinal, tinha consciência que ambos estávamos muito cansados.

Quando saímos do banheiro, fui até o closet vestir uma cueca boxer preta e peguei uma camiseta para ela, optei por uma com as siglas U.S.M.C. Assim que pôs os olhos na minha escolha, um largo sorriso apareceu em seu rosto corado. Deitei na cama e fiquei esperando-a vir do quarto de Chloe, onde foi a procura uma calcinha. Se juntou a mim minutos depois vestindo a camiseta e usando uma calcinha azul escura, que ficava perfeita naquele bumbum empinado. Só consegui ver a calcinha quando ela pulou na cama, porque a minha camiseta se transformava em um vestido em seu corpo! Estava linda!

Acabei sorrindo ao vê-la deitar de lado e me puxar para dormir de conchinha, dizendo que se sentia segura com os meus braços em sua volta. Quem sou eu para ir contra? Passei os braços em torno dela e a trouxe para perto, entrelaçando nossas pernas enquanto escondia o rosto na curva do seu pescoço. O melhor lugar que já dormi em todos os meus 35 anos!

O sono tomou conta de ambos e caí da inconsciência, ignorando o medo de que aquela porra de pesadelos voltasse. Rezei para que eles não me atormentassem, não hoje, que estou com ela entre meus braços.

Acordei com dores em todas as partes do corpo, sentindo o chão duro embaixo de mim e decidi mexer as mãos para poder levantar do solo sólido, gelado. Com certeza Heather havia me empurrado da cama, eu ia acordá-la com cócegas e... QUE PORRA É ESSA?

Não conseguia mexer as minhas mãos porque estavam presas em um par de algemas e os meus pés presos em uma corda, então abri os olhos me deparando com um lugar completamente diferente da minha casa. Mesmo sendo diferente, de imediato soube que estava na droga de um cativeiro e aquele havia algo de semelhante, não me surpreendendo ao encontrar o novato anterior ao Evan do meu esquadrão. Cody era o seu nome.

O pobre garoto estava na mesma posição que a minha, mas em termos de estética... Ele estava mais fodido e chorava clamando por sua mãe, não podendo ver nada por causa dos olhos costurados. Buscando apoio no cotovelo consegui ficar sentado, sentindo meus membros doerem pra caralho e foi neste exato momento que pude perceber que eu – no mínimo havia levado uma surra, mas ignorei os machucados para me concentrar em tentar soltar as algemas produzindo um barulho inconveniente. Cody tremer de medo e sussurrou:

- Q-q-que-quem está aí? – xingou com uma coragem invejável – Por que não me mata logo, eim?! Não vou falar nada para vocês, seus talibãs filhos da puta!

Era duro vê-lo naquele estado, em contrapartida, senti orgulho ao perceber que ele não abaixava a cabeça e nem dedurava a operação para os sequestradores.

- Sou eu, Cody, o tenente O'Donnell!

Vi um sorriso tranquilo aparecer em sua face destruída.

 - Está tendo o mesmo tratamento VIP que o meu, tenente? 

Olhei para os dedos dos meus pés com algumas unhas arrancadas e dei de ombros, não deixando o pânico invadir minha mente.

- Aparentemente estão primeiro fazendo as minhas unhas! – respondi fazendo-o rir.

- Fico feliz que esteja comigo nesses últimos momentos. Sabe que foi como um irmão pra mim, tenente.

- Pare de dizer bobagem, Cody! Daqui a pouco eles virão nos buscar e vai ficar tudo bem. – Fechei os olhos por um instante – Eu te prometi, lembra?

O vi balançar a cabeça.

- Sempre está se sacrificando pelos outros, uma hora não iria dar muito certo e eu fui o sortudo. Oba!

Aquele garoto era impressionantemente corajoso. Isso não fazia eu me sentir menos culpado ou admitir que ele seria morto pelas mãos daqueles arrombados desgraçados.

- Cody...

- Tenente, por favor! – insistiu – Não quero que se culpe ou deixe que o meu nível de beleza baixo do momento o faça ter pesadelos ou foda com a sua cabeça, ok? Não é culpa sua e nunca vai ser! Eu me expus a esse risco quando quis ser fuzileiro.

Minha vontade era chorar feito uma criança, porém, tenho que me manter firme pelos dois e pelo que viria a seguir, sentindo-me um inútil por não poder impedir aquela desgraça.

- Eu vou te tirar dessa merda, ok? Confie em mim, caralho, e pare de pensar negativo!

Antes que ele pudesse insistir mais uma vez, a porta do cativeiro foi aberta e dois homens usando turbantes entraram armados, em seguida entrou o líder. O cara que estávamos caçando, Muhammad Zalmai Housseini. Ele ordenou algo para seus homens, que perduraram suas metralhadoras nos ombros e caminharam em direção ao Cody, que estava com a mandíbula travada de nervoso sabendo da próxima "lição" que levaria.

- Deixem-no em paz, porra! Me leve no lugar dele e façam o que quiser, mas não encostem mais um dedo nele! – rosnei enquanto tentava tirar minhas mãos das algemas.

O desgraço do Zalmai sentou-se onde o corpo do garoto estava, com uma expressão irônica e analista, como se gostasse da minha reação.

- Talvez com o rapaz sendo morto... O outro acabe sendo bonzinho! – disse com tranquilidade.

Já podia escutar o grito de Cody de longe, me fazendo machucar ainda mais meus pulsos na tentaiva de soltar as malditas algemas e vendo que mais uma vez não consegui, olhei para o filho da puta à minha frente.

- Eu vou matar você e te mandar direto para o inferno, porque nem mesmo o seu Alá vai querer alguém tão desprezível no paraíso. Seu arrombado filho da puta!

Falar de Alá fez sua expressão tranquila desaparecer.

- Melhor controlar sua boca, americano... Ou vai ter o mesmo destino que o outro.– seu sotaque me enojava.

- Se o matar não estará apenas assinando sua sentença de morte, mas sim uma morte lenta e muito dolorosa, entendeu?! Vai acabar fatiado feito presunto e todos farão questão de participar dessa obra-de-arte.

Os gritos e xingamentos de Cody estavam me fazendo pirar, além de rezar para que o restante do esquadrão chegasse junto com as tropas de apoio.

- Aqui é a minha terra, americano. Tenho o direito de fazer o que quiser e com quem quiser!

Gargalhei com ironia.

- Tratar as mulheres como objeto? Ter um bando de fanáticos religiosos? Usando crianças como experiências para injetar bombas? Se matando por Alá?

- Não fale de algo que não conhece, americano...

Sentindo o meu coração quebrar e a minha raiva aumentar, escutei uma série de tiros, os xingamentos de Cody cessaram. O menino estava morto. O que eu falaria para sua mãe? Para os nossos colegas? Como vou ter coragem de olhar na cara deles depois de ter prometido que traria todos pra casa? Eu sou um desgraçado mentiroso!

- Como eu não conheço? Estou a mais de um ano nessa merda de lugar e é só o que vejo, um lugar amaldiçoado pelo fanatismo! Sinceramente... Desejo que Deus abençoe e proteja meu país de desgraçados como você. – Fechei os olhos e pensei na minha filha – Que Deus abençoe os Estados Unidos da América!

Antes que eu pudesse abrir os olhos, escutei mais tiros e então começou uma mistura de gritos em meio ao caos, anunciando que os meus homens viriam com tudo para cima desses filhos da puta.

Acordei assustado, sem noção de onde estava, sentindo o meu coração bater forte e o suor escorrer em minha nuca. Me mexi para de sair da cama em busca de uma cerveja gelada, porém duas mãos delicadas me impediram de ir para longe e foi quando lembrei que Heather estava comigo. Provavelmente estava assustada também.

Inúmeras vezes acordei Chloe com os meus resmungos altos e gritos, tendo pesadelos sobre o dia em que fracassei no trabalho. Embora todos digam que não fora minha culpa, ainda continuo me martirizando e relembrando de como vi Cody pela última vez. Olhos costurados, alguns dentes arrancados, órgãos expostos e alguns arrancados, todas as unhas haviam desaparecido e um buraco no meio da testa. Nunca estive no cativeiro com ele, no entanto, no fundo desejei trocar de lugar com aquele garoto e dar-lhe um futuro longe daquele trabalho arriscado. O pior foi saber que o filho da puta do Zalmai assistiu à mutilação com um prazer estampado no rosto.

Graças ao treinamento duro do meu esquadrão, conseguimos pegar o Housseini durante uma tentativa de fuga e admito que fiz questão que a morte dele fosse lenta, nada tranquila.

Estremeci ao lembrar mais uma vez de como encontramos o corpo de Cody. Aqueles desgraçados eram mestres em torturar, todavia não conseguiram fazê-lo abrir a boca, mesmo com tanta maldade. Isso triplica a minha culpa.

Toda a culpa foi embora com Heather me abraçando por trás, apoiou o queixo em meu ombro e levantou a coxa até o meu quadril. Fechei os olhos e deixei que seu carinho gostoso fizesse os pensamentos ruins irem embora. Pela primeira vez não precisei ficar bêbado - como fiz nos meses que sucederam a morte dele – ou transar com alguma desconhecida para poder esquecer o fatídico dia em que falhei.

- Está tudo bem, Adam? – perguntou ao roçar os lábios no meu ombro.

Toquei a sua coxa, que continuava em meu quadril e suspirei alto enquanto sentia o aperto maior no abraço

- Sim, eu só tive um...

- Pesadelo? – completou ela – Foi o que pensei ao vê-lo ficar tão agitado, transpirando e chamando por um tal Cody. Quem é ele, Adam?

Sem conseguir conter meu desconforto, travei a mandíbula e fechei os olhos em busca de calma, para não descontar nem 1% da minha frustração nela.

Então me limitei a responder:

- Um antigo colega de trabalho.

Ficamos em silêncio por alguns minutos.

- Ele morreu, não é? – questionou com delicadeza.

Até hoje nunca havia conversado com franqueza com alguém sobre Cody e vergonhosamente admito que proibira os rapazes de mencionar o nome dele. Uma vez Chloe perguntou sobre o mesmo e ainda brigou comigo por perceber que eu me culpava, revidei a acusação com um mês de castigo por se meter na minha vida. Com Heather foi diferente, não tive a mínima vontade de ser grosso e sim, acomodei-me entre seus braços.

Depois de longo tempo ignorando a ferida aberta, estava disposto a dividir um pouco dos meus demônios com ela e algo me dizia que mais uma vez, iria me surpreender com a sua postura. Que me faria bem.

- O que aconteceu com ele?

A sua pergunta me fez engolir seco e entrelacei nossos dedos em busca de apoio, tentando escolher as palavras certas.

- Foi sequestrado e morto em um cativeiro durante uma missão. – A vi fazer uma careta – Você sabe como funciona um cativeiro e bem, não consigo me livrar dos pesadelos desde então!

- Pobre Cody... – sussurrou com pesar.

Não pretendia compartilhar também a culpa, mas só notei quando já tinha soltado toda a mágoa trancada a sete chaves há muito tempo.

- Em toda a minha carreira, sempre prometi que daria à vida e o sangue pelos meus irmãos de farda, principalmente depois de ter o meu próprio esquadrão.

Girei na cama, ficando frente a frente de Heather, que estava séria e concentrada no que eu dizia, chegando a conclusão muito rápido.

- Sente culpa, não é?

Balancei a cabeça afirmando.

- Tive vergonha de entregar a bandeira dobrada para a mãe dele no enterro, já que meses atrás tinha prometida que traria seu filho sem um arranhão pra casa. Sabe o que é pior? – negou com a cabeça – É que ninguém me culpou! Foi nos meus braços que a mãe dele chorou e em nenhum momento me repreendeu por quebrar a promessa.

Heather segurou meu rosto entre suas mãos e aproximou o rosto do meu, com um sorriso suave nos lábios carnudos.

- Talvez porque realmente não tenha culpa alguma, querido.

Fechei os olhos ao ouvir o tom de voz suave e calmo. Permitindo-me a acreditar por um segundo que não havia sido culpa de ninguém, que antes mesmo de Cody nascer já estava escrito no destino o seu fim e nada eu podia fazer para impedir. A ilusão passou rápido e os meus demônios voltaram com força total para atormentar a minha mente, além de socar o estômago com dureza.

- Não consigo pensar dessa maneira e nem sei se um dia conseguirei...

Beijou meus lábios com suavidade e já retribui de imediato, segurando a sua cintura com firmeza. Gemi frustrado quando ela se afastou rápido demais, me deixando louco para fazer amor mais uma vez. Seu olhar dizia ficaria para depois, o assunto Cody não havia sido finalizado.

- Posso compartilhar a minha opinião?

- Claro. – Respondi com receio.

Ela pôs as mãos sobre os meus ombros antes de acabar com o meu receio.

- Posso não ter conhecido o Cody, mas tenho a certeza de que ele não gostaria que se sentisse culpado e deixasse que a tragédia afetasse a sua vida, quer que continue sendo o tenente bacana que conheceu. – Beijou meu nariz – Foi graças a você que conseguiu aguentar todas as coisas horríveis! Cody estará em paz a partir do momento que o tenente dele estiver.

Permaneci alguns minutos olhando seus olhos verdes brilhando, suas bochechas coradas e o sorriso delicado, memorizei cada traço daquela mulher espetacular. Que é minha!

Vi a verdade que tanto tentei enfrentar e aceitar durante esses dois anos. A verdade é que nem sempre eu poderei cumprir aquela promessa, não posso impedir que Paul, Evan, Brandon, Ruby e John levem um tiro, pois, eles sabiam dos riscos quando se alistaram. Eu mesmo sei deste risco!

- Sabe... Eu acho que você está fazendo uma lavagem cerebral em mim também. – Resmunguei beijando-a na testa.

- Graças a Deus por isso, não?!

Ri ao escutá-la repetir a minha frase.

- Graças a você por isso, amor. – A corrigi.

Após encerrarmos a conversa tensa, Heather deitou a cabeça em meu ombro e permitiu que eu acariciasse suas costas por baixo da camiseta que vestia, até que começar a pegar no sono. Lembrei do dia em que a beijei pela primeira vez, onde se mostrou tão sincera quanto hoje, não tendo medo de dizer o queria e nem receio de ouvir a resposta, mesmo que fosse me desafiar. Eu amo a sua personalidade corajosa e verdadeira. Senti um desânimo gigantesco ao pensar no dia que teria que partir em uma missão e por consequência, deixá-la junto com a Chloe. O que me reconforta é que ela estará me esperando quando voltar.

Em meio ao sono, com os olhos fechaos, Heather suspirou alto e em seguida sussurrou:

- Eu te amo, Adam.

Se me assustou? É claro que não, só me tornou ainda mais louco por essa mulher em questão de milésimos de segundos e ter a certeza de que mesmo que os pesadelos voltem, tenho ela ao meu lado, lutando junto até que as lembranças ruins fossem embora. Eu sou a porra de um sortudo!

Boa noite, leitores!!!!

Como já devo ter avisado, gosto de inserir ponto de vistas diferentes a medida em que a história vai se desenrolando e hoje foi a vez do tenente ter um capítulo inteiro para si. Vemos um pouquinho do que se passa na cabeça do Adam e assim como qualquer "ser humano" comum, ele tem seus demônios para enfrentar. Agora ele tem a Heather para ajudar! 

Eles são fofos, não concordam? 

A não ser quando Adam está com a cara entre as coxas dela, ai é bem diferente de fofo! (Risos)

Espero que tenham gostado da leitura! <3

Beeeeijos

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