Boa Leitura! ❤
"Seu olhar, uma viagem sem fim, a alma e ao coração." – Edmilson Grabski
Jungkook P.O.V's
Depois de dias ruins finalmente tivemos uma luz no fim daquele túnel, Jimin agora receberá o tratamento correto para fazê-lo melhorar o mais rápido do que imaginávamos. Doutor Kim disse que meu ômega tem estresse pós-traumático, uma condição psicológica que provavelmente irá acompanhá-lo para o resto da vida, no entanto as terapias irão amenizar aos poucos o impacto disto em sua vida, fazendo com que ele passe a viver como uma pessoa normal sem sofrer constantemente com as crises horrorosas, me corta o coração vê-lo passar por tudo e não poder fazer nada para sanar sua dor.
Prometi cuidar corretamente dos horários de sua medicação, estar atento a sinais de possíveis recaídas, no entanto o médico concordou com a ideia da viagem, disse que será bom afastá-lo do olho do furação por um tempo. Por esse motivo já deixei reservado o apartamento que aluguei em uma agência e não precisei me preocupar com passagens aéreas já que meu sogro colocou à nossa disposição o jatinho particular de sua empresa. Só me resta chegar em solo francês e alugar um carro já que tenho permissão internacional para dirigir, não quero depender de táxi já que pretendo levar Jimin é diversos lugares.
O primeiro dia no apartamento após a internação foi tranquilo, tirando o fato de que meu pequeno teve um pesadelo, mas achei a forma mais fácil de acalmá-lo. Cantei uma velha canção que aprendi quando minha mãe ainda era viva, a mesma que costumava cantar quando estava nervoso com determinada situação. Aprendi que devo respeitar seu momento, que para se recuperar das crises às vezes ele não quer falar, ou ainda se sente desconfortável em tocar no assunto comigo. Não devo lhe exigir confiança, o que ele sofreu é algo pessoal e que apesar de tê-lo ouvido comentar durante a sessão de hipnose, talvez seja algo doloroso demais para dizer em plena consciência.
Na conversa que tive com doutor Kim, ele sugeriu que mantivesse paciência com o mais novo, meu ômega precisa assimilar suas memórias ao fato de que agora está mais protegido do que nunca. No entanto tem sido momentos difíceis para mim também, já que devido à marca consigo sentir sua angústia e o emaranhado de sentimentos confusos quando ele acorda assustado de um pesadelo. O fato é que Jimin não consegue esconder muita coisa, e reconheço que a melhor coisa que poderia ter feito em minha vida foi marcá-lo na primeira oportunidade.
Não me arrependo de tê-lo como ômega, Jimin pode se sentir fraco e inútil, mas para mim é a pessoa mais forte que tive o prazer de conhecer. Passou por tanta coisa ainda jovem, dores que talvez nem mesmo eu como um alfa iria suportar. Agora imagino a dor de meu sogro, percebo que ambos ficaram um pouco mais à vontade após passarem aquele dia juntos, precisavam mesmo deste momento pai e filho, foi o melhor que eu na condição de seu alfa poderia fazer.
Nos levantamos bem cedo para a sessão de terapia que doutor Kim agendou antes de lhe dar alta, Jimin já está a quase uma hora conversando com o mais velho dentro da sala, o estranho é que sinto um emaranhado de sentimentos bons, como se meu ômega estivesse aliviado e em paz. O sorriso em seu rosto ao deixar a sala, a ausência de lágrimas me fez perceber que tiveram uma sessão tranquila, o retorno ficou de ser remarcado assim que retornarmos e com a paz estampada no rosto o médico nos desejou uma ótima viagem, lembrando ao meu pequeno de que ele precisa curtir esse momento.
Havia marcado de buscar Taehyung no colégio para nos acompanhar em algumas compras, meu sobrinho disse que teria a tarde livre e estava de fato feliz após sua festa de noivado ser remarcada para o fim do mês, ao menos não irá atrapalhar nossa viagem. Jimin ficou um pouco receoso e não saiu do carro, os vidros escuros o protegeram de olhares curiosos apesar de o acontecido ter sido abafado pela equipe diretiva. Nada que uma leve ameaça não fizesse um apagão na memória daqueles jovens alienados e metidos a donos da verdade.
-Kookie hyung! -Taehyung pulou direto em meus braços e me abraçou com toda força, aposto que foi para causar inveja em um grupo de garotas que estavam me encarando na porta do colégio. -Onde está o Jiminnie?
-Dentro do carro, Taetae. -Meu ômega chamou a atenção do mais novo que no mesmo instante entendeu o porquê dele estar escondido. -Vamos logo, estou faminto.
-Vou confessar que também estou. -Meu sobrinho entrou logo no banco de trás se sentando ao lado do amigo. -Vocês vão mesmo para Paris?
-Sim. -Entrei no carro e os encarei através do retrovisor antes de dar partida. -Prometo que viajaremos nas suas férias.
-Posso escolher o destino? -Vi os olhos do pequeno ômega brilharem. -Nós nunca viajamos juntos, Kookie hyung.
-Você escolhe e convida seu noivo se quiser. -Taehyung se animou ainda mais com a proposta.
-Claro que irei chamar o Hobi. Posso ter mais fogo que no inferno, mas não sou uma vela, tio Kookie. -O mais novo disse me fazendo rir. -O que faremos no shopping para ser mais exato?
-Jimin precisa da sua ajuda para comprar roupas. -Respondi encarando meu ômega.
-Na verdade eu só queria passar uma tarde com meu melhor amigo. -Jimin confessou abraçando Taehyung em seguida. -Você pode nos deixar sozinhos lá, Jungkook-ssi?
-Se sente seguro para isso? -Vi ele apenas balançar a cabeça em sinal de positivo. -Tudo bem, eu deixo vocês lá e dou uma ida até a empresa, fica aqui por perto mesmo. Mas antes disto vamos almoçar.
Escolhi um restaurante típico próximo ao centro de compras, Jimin ficou com o tradicional Kimchi, enquanto Taehyung e eu fizemos uma escolha à base de carne bovina, é de família querer refeições mais fortes. Para acompanhar optamos por sucos naturais, o que tornou nossa refeição mais agradável. De sobremesa optamos pelo sorvete por causa do dia agradável, sendo sincero eu amo ver meus pequenos tesouros se dando tão bem, chega ser bela a amizade dos dois, quase irmão por assim dizer.
Depois de satisfeitos seguimos até o shopping, onde deixei ambos na portaria com a ordem de me ligar caso precisem de algo. Jimin ficou com um cartão que mandei fazer em seu nome para evitar que me liguem todas as vezes que ele usar o meu, meu pequeno se espantou quando viu seu nome gravado na lâmina preta daquele objeto. Um cartão sem limites na mão de dois adolescentes, se eu não for um louco não sei mais o que sou, mas não me importo com a quantia gasta desde que eles estejam felizes.
Segui até minha empresa, surpreendendo os funcionários ao aparecer vestido informalmente. Nunca esperam o CEO aparecer de calça jeans, moletom e coturnos, acredito que é a primeira vez que todos eles me veem como um adolescente. A secretária que está temporariamente no lugar de Yoona não conseguiu esconder sua surpresa, até mesmo tentou barrar minha entrada quando tentei seguir direto a minha sala, sabendo que meu pai estaria ali. Foi engraçado ouvi-la se desculpar ao reconhecer minha imagem.
-Veio trabalhar? Achei que estivesse planejando sua viagem. -Meu pai se levantou apenas para me receber em um abraço.
-Estou. Só vim passar o tempo aqui ao invés de ficar em uma cafeteria qualquer. -Falei me sentando em uma das poltronas enquanto meu pai pegava duas doses de Whisky.
-O que houve? -O velho me entregou um dos copos se sentando em minha frente em seguida.
-Jimin quer passar um tempo com Taehyung, deixei os dois em um shopping no fim da avenida. -Senti o gosto daquela bebida descer queimando em minha garganta, não coloco uma dose na boca desde minha briga com o mais novo. -As coisas parecem tranquilas por aqui.
-E estão, não tem reunião alguma agendada para hoje. -Meu pai disse um pouco aliviado. -Só estava revisando alguns contratos antigos. -O velho terminou sua dose em um só gole, colocando o copo sobre a mesa de centro. -Como o garoto está?
-Melhor do que no início da semana. -Respondi ao me lembrar de seu sorriso quando deixou a sala de terapias. -Eu o amo demais, abuji. Não sei o que seria de mim sem aquele pequeno ômega.
-Um alfa velho, frio e rabugento. -Ele respondeu deixando uma risada escapar. -Exatamente a forma que Taehyung te descrevia todas as vezes que retornava da fazenda.
-Ele nunca conseguiu manter a língua dentro da boca. -Me lembrei do excesso de sinceridade que sempre acompanhou meu sobrinho. -Mas é um bom garoto, fico feliz que ele tenha encontrado um alfa que o respeito como merece. -Falei deixando o copo vazio sobre a mesa. -O senhor pode mesmo se responsabilizar por Fofo durante nossa ausência?
-Aquele cachorro se tornou minha companhia, meu filho. -O velho alfa disse com um enorme sorriso estampado no rosto. -Pode viajar tranquilo, vou cuidar bem do meu neto.
Nossa conversa continuou com um pouco mais de interesse quando Namjoon chegou para se juntar a nós, meu irmão mais velho havia fugido de suas empresas por alguns minutos dizendo que havia um compromisso marcado com nosso pai, quantas vezes usei essa desculpas para fugir de investidores chatos, mas agora reconheço minha responsabilidade, tudo isso se dá pela convivência com senhor Min. Meu sogro pode ser um exímio negociador, um perfeccionista quando se trata de suas empresas, mas seu senso de responsabilidade realmente não é algo a ser discutido, sempre se mostra focado em qualquer projeto que esteja sob seu comando.
Jimin e Taehyung ficaram a tarde inteira sozinhos no shopping, não houve problema algum o que achei ótimo já que meu ômega pode ter um dia normal. Quando saí da empresa para buscá-lo, Namjoon se ofereceu para pegar o filho e levá-lo para casa, me poupando o trabalho de levar o mais novo até lá. Meu garoto estava lotado de sacolas, acredito que tenha comprado tudo o que é essencial para viajarmos, mas desconfio que tenha trocado metade de seu closet com essas compras. Me vi completamente feliz ao percebê-lo tão relaxado longe dos pensamentos ruins, mas o nosso dia ainda não terminou.
Tive que passar na casa de meus sogros para confirmar o plano de voo para a manhã seguinte, Jimin ainda precisava se despedir dos mais velhos e prometer para ambos que irá se cuidar direitinho, além de ligar todos os dias para contar sobre suas aventuras. Ainda saímos com um convite para encontrar YooHee no mesmo bar que aquela irresponsável levou meu ômega um vez, enquanto estive viajando para resolver os problemas de minha mudança. Meu garoto ficou com um pouco de receio em aceitar tal convite, tanto que apenas disse que talvez fossemos aparecer no local um pouco mais tarde que o horário dito.
O fato é que precisávamos terminar de arrumar as malas e ainda ter um pouco de animação para nos arrumar e ir ao seu encontro. Ajudei o mais novo a levar todas as sacolas para nosso apartamento quando chegamos, descobri que Jimin comprou algumas roupas até mesmo para mim, conjuntos de casais, coisas que meu ômega acha fofo e cheio de estilo para usarmos nas ruas francesas. Antes de começar a mexer com toda aquela bagunça o levei para um banho e em seguida para fazer um lanche preparado por senhorita Kun.
A ômega decidiu passar o tempo em que estivermos viajando junto aos seus familiares, também está com a mala pronta para sair nas primeiras horas da manhã. Namjoon é quem irá até a fazenda para levá-la e irá aproveitar para pagar meus funcionários já que por motivos óbvios não irei até lá. Com o corpo alimentado fomos para o quarto nos divertir enquanto arrumamos as malas, Jimin ria à toa de cada peça que atirava sobre a mesa, desconfiei que poderia ser algo relacionado a medicação já que doutor Kim afirmou que poderá ocorrer mudanças de humor, mas percebi que era coisa do mais novo mesmo, se sentir animado por estar saindo do país em minha companhia.
-Não vai levar ternos. -Ele retirou as peças de dentro da minha mala.
-Mas se formos convidados para um jantar importante? -O questionei enquanto tentava dobrar as peças e colocá-las de volta na mala.
-Por Deus, Jungkook. É Paris, você usa um jeans e camisa social, fica sexy assim. -O mais novo me puxou pela gola da camisa me empurrando em direção à cama. -Sente-se aí e deixa que eu faço sua mala.
-Sim, senhor! -Apenas me coloquei a observar a cena de meu ômega correndo descalço pelo quarto indo em busca das peças no closet. -Coloque duas gravatas também.
-Me ouviu dizer que não levará ternos? -Jimin parou no meio do quarto com as mãos na cintura, era quase uma afronta, como se estivesse me chamando de velho surdo ou até mesmo burro.
-Não insulte minha inteligência, bebê. -Falei me deitando entre as almofadas. -Não pretendo usar as gravatas em mim.
-Palhaço! -Sorri ao ver suas bochechas avermelhadas.
-Jimin, que produtos são estes dentro de sua mala? -Tentei tirar a sacola do fundo de uma das malas, mas o garoto foi mais rápido.
-Tire suas mãos daí, vai atrapalhar o que acabei de arrumar. -Essa foi sua justificativa antes de fechar a mala com uma senha que nem mesmo eu sei. -Seu velho curioso!
-Baixinho de língua afiada! -O puxei pela cintura jogando sobre o colchão enchendo seu corpo de cócegas.
-Para, Jungkookie! -Ele gritava em meio às gargalhadas, como eu sentia falta desse som. Sei que meu pequeno pode mudar esse humor de uma hora para outra, mas cabe a mim mantê-lo sempre feliz.
-Vai demorar a terminar tudo isso? -Acariciei levemente suas bochechas. -Ainda são dez da noite, pensei em ir encontrar sua tia naquele bar.
-Fala logo que você quer é rever seus amigos, Jungkookie. -O pequeno disparou com um pouco de ciúmes, mas se acalmou quando o beijei. -O que faremos em um bar se eu não posso consumir álcool?
-Você não precisa consumir álcool para se divertir. -Falei o ajudando a se levantar. -Podemos pedir uma pizza também, você quem decide.
-Vou terminar aqui e vamos nos arrumar. -Ele sorriu deixando um beijo em minha testa. -Tem se sacrificado tanto por mim, você merece isso.
-Obrigado, bebê! -O deixei ir terminar de arrumar as malas sem interrupção e confesso que realmente seu senso de moda é melhor que o meu.
Eram pouco mais de onze da noite quando fomos nos arrumar para sair, confesso que sair de casa no início da madrugada parece ser aventura demais para alguém da minha idade, mas queria mesmo rever alguns amigos. Jimin se arrumou de uma forma mais comportada, acredito que seja por medo do que ocorreu naquele lugar, mas prometi ficar o tempo inteiro ao seu lado e não deixar ninguém chegar tão perto. Saímos de casa faltando pouco para meia-noite, o tal bar não fica tão longe e o trânsito é quase nulo há essa hora, o que favoreceu para chegarmos mais rápido.
O local estava um pouco mais cheio que os locais que costumamos frequentar, no entanto fomos em busca de YooHee e meus amigos. Jimin ficou o tempo inteiro grudado em meu braço, encarando todos os cantos com medo e essa reação me fez abraçá-lo por trás para deixá-lo mais confortável no meio de tantas pessoas. Milagre foi encontrar Yoo sã, acredite que fôssemos encontrá-la bem alterada pela hora que ela disse que iria chegar ao bar. Revi boa parte de meu círculo de amizade da época do colegial, consegui me divertir como há muito tempo não fazia, meu ômega também se soltou aos poucos, mas todas as vezes que queria ir ao banheiro eu fiz questão de acompanhá-lo até a cabine e esperá-lo sair.
Levei Jimin até mesmo para a pista de dança para se divertir um pouco, e quando me cansei o deixei sob a supervisão de uma antiga amiga minha, claro que vigiando cada perigo que se aproximava, mas muitos alfas recuaram ao ver a marca em seu pescoço. Por volta de três da manhã cheguei à conclusão que já estava na hora de irmos, sem mencionar que eu não poderia passar de um drink e estar ali já era tentação o bastante. No entanto acreditei que seria uma noite normal até ouvir Jimin gritar por socorro enquanto encarava um alfa a sua frente, pelo medo que o mais novo exalava senti que aquele era o homem que tentou abusar dele e estava mais que na hora de cobrar a conta.
-Você acabou comigo aquela vez, docinho. Acho que está na hora de eu devolver o favor. -Entendi aquelas palavras mesmo com a voz embolada pela embriaguez, vi o momento que aquele alfa ergueu uma das mãos para acertar Jimin, mas antes que pudesse levá-las na direção de meu ômega eu já o derrubei no chão sem controlar a potência dos meus golpes.
-Eu vou acabar com você, desgraçado. -Cheguei a desferir três socos o suficiente para quase deixá-lo inconsciente, mas na hora de desferir outro golpe alguns homens me seguraram.
-Você vai sair daqui, ou precisarei chamar a polícia. -O homem de terno perguntou e por um instante achei que não fosse comigo.
-Deveriam chamar e prenderem este cretino. -Apontei para o homem no chão sendo socorrido por duas funcionárias.
-Falei com você, seu verme! -O segurança então começou a me empurrar para o lado de fora, foi então que descobri que o homem que agredi é o dono daquele estabelecimento. Mas não me importo, poderia ser o presidente da república, se mexer com meu ômega não sairá ileso. -Suma daqui antes que acabe em um hospital, ou em um necrotério quem sabe.
-Jungkookie! -Jimin se enfiou na frente de nós dois, me abraçando bem apertado. -Vamos embora, está tudo bem.
-Eu vou voltar aqui com a polícia. Vou exigir que fechem esse local, o que seu chefe fez foi errado. -Disparei contra o homem que mais parecia uma porta sobre a calçada.
-Você traz seu ômega em um local como esse e meu chefe que é o errado? -O segurança riu de forma debochada.
-Queria ver se fosse sua mãe, se estaria com toda essa arrogância no rosto. -Sua expressão se fechou no mesmo instante e o vi cerrar os punhos. -Ou ela está acost...
-Cala a boca, Jeon Jungkook! -Jimin gritou me empurrando em direção ao carro. -Perdão, senhor. Ele está um pouco alterado.
-O tire daqui antes que eu resolva fazer isso. -Foi tudo o que o segurança respondeu ao meu ômega antes de virar as costas.
-Isso! Vai defender aquele abusa... -Meu ômega me encarou com um pouco de raiva. -O que foi? Eu só estava protegendo você.
-Você quebrou o nariz daquele homem, Jungkook. -Fui surpreendido com uma crise de risos vinda de sua parte, um ator e tanto. -Vamos para casa, estaremos viajando em algumas horas.
-Quero um beijo antes de entrarmos no carro. -O puxei com tudo juntando nossos lábios.
O calor do momento unido a adrenalina nos proporcionou um dos melhores beijos até então, mas logo tivemos que ir para casa. Jimin tinha razão, precisávamos descansar para a viagem, o piloto irá nos aguardar a partir das oito horas no aeroporto, quase quinze horas de voo até Paris. Meu ômega dormiu antes mesmo de chegar em nosso apartamento, mas não encontrei dificuldade alguma em carregá-lo no colo e levá-lo até o nosso quarto. Apenas tirei seus sapatos e sua jaqueta o deixando dormir daquela forma, o cansaço se encarregará de lhe dar algumas horas de sono tranquilo, enquanto meu corpo agitado só foi acalmado embaixo da água.
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Acordei às seis da manhã me sentindo um caco de ser humano, mas precisávamos nos arrumar mesmo após míseras duas horas e meia de sono. Foi uma dificuldade enorme para acordar Jimin, que se mostrou bem preguiçoso até mesmo durante o banho. Por sorte até mesmo nossas roupas estavam separadas no closet. O ômega conseguiu se animar apenas após um banho frio, mas ainda assim reclamou de uma leve dor de cabeça. Antes de sair senhorita Kun nos deixou o café da manhã pronto sobre a mesa, precisamos apenas guardar o que sobrasse na geladeira para não lhe dar trabalho quando retornar.
Ao todo são quatro malas, não sei o que Jimin imaginou quando decidiu carregar metade do closet, só imagino que tenham coisas essenciais dentro de todas elas. O táxi já nos esperava na portaria do prédio, resolvi deixar o carro em casa por ser mais seguro que o estacionamento privativo do aeroporto, o piloto e a funcionária que estava o acompanhando nos receberam com toda a formalidade, apesar de estarem mais acostumados com meu pequeno, o tratamento direcionado a mim foi o mesmo. Jiminnie foi direto para o quarto que tem no local, o mesmo que me trás recordações de um dos nossos primeiros beijos.
Precisamos apenas nos sentar e colocar cintos enquanto iniciavam os procedimentos de decolagem, mas assim que fomos liberados para transitar dentro da aeronave Jimin me puxou novamente para o quarto. O deixei guiar meu corpo para o que fosse sua vontade, até descobrir que ele apenas queria dormir me abraçando, claro que não neguei a oportunidade de mimá-lo e observá-lo dormir, mas definitivamente a idade fez a diferença neste momento me fazendo dormir antes mesmo de bocejar. Pelo menos não fomos incomodados durante o sono, uma das vantagens de não voar em aviões comerciais, com tantos privilégios acho que minha próxima aquisição será uma aeronave como essa.
Quando despertamos de vez ainda faltavam pouco mais de seis horas para pousarmos, a aeromoça que nos acompanhava ofereceu um café feito poucos minutos antes de acordarmos e alguns biscoitos integrais, já estão acostumados a voar com a família de meu sogro, mas acredito que coisas integrais sejam mais a praia de senhora Min. Meu ômega que passou a viagem inteira manhoso, querendo ficar próximo o tempo inteiro e se possível em meu colo. Não sei dizer se era ciúmes da funcionária ou por suas razões particulares, acredito que Jimin esteja querendo outra coisa, mas seu corpo ainda sente os efeitos da crise e não quer ceder.
O restante da viagem foi ocupado com filmes e livros, enquanto ele assistia a um filme eu me prendi em um livro indicado por meu irmão, uma história antiga em bem intrigante, repleta de teorias do estilo que Namjoon adora. Está previsto para chegarmos às duas horas da tarde no horário local, dez horas da noite me nosso país, ao menos teremos tempo para ligar para informar que chegamos bem. O piloto e a aeromoça passarão a noite em um hotel e retornarão para Seul na manhã seguinte e só virão nos buscar quando decidirmos ir embora.
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Assim que pisamos em solo parisiense sentimos o clima europeu agradável, não estava tão calor, mas também não fazia frio para vestirmos casacos. O táxi veio nos buscar para levar direto ao apartamento que aluguei, quando chegamos o proprietário já nos esperava e fez questão de nos ajudar com as malas até o vigésimo, e último andar daquele edifício, apesar de ter uma arquitetura histórica o mesmo disponibiliza de elevador ou estaríamos lindamente ferrados. Um lugar encantador, modéstia a parte fiz uma ótima escolha, após pegar as chaves levei o senhor até a porta e voltei para apreciar a vista junto ao meu baixinho.
-Esse lugar é incrível, Jungkookie! -Jimin falou apreciando a bela imagem da Torre Eiffel por uma das janelas. -Não acredito que teremos essa vista maravilhosa todos os dias.
-Fica ainda melhor durante a noite. As fotos de apresentação ao menos são incríveis. -O abracei por trás apoiando a cabeça em um de seus ombros. -Quer ligar para seus pais, ou vamos tomar um banho relaxante primeiro?
-Vou ligar primeiro, antes que fique tarde. -Ele buscou o celular na bolsa e conectou ao sistema de internet do apartamento, discando o contato de sua mãe para uma chamada de vídeo.
Enquanto eles conversavam animadamente levei as malas para o quarto, Jimin ainda teria outro ponto para se encantar, a vista do cômodo é ainda mais incrível. Me deitei por alguns minutos sobre a cama, aproveitando para mandar uma mensagem ao meu pai e informar que chegamos bem, depois fui a procura de um restaurante onde pudesse levá-lo para jantar no nosso primeiro dia, mas antes de tudo deveria procurar uma agência de aluguel de veículos. Só de imaginar que é apenas as primeiras horas já me sinto aliviado, acredito que também precisava de um tempo longe de Seul, longe de qualquer responsabilidade que exija mais de mim do que cuidar do meu garoto.
Agora terei tempo o suficiente para nós dois, deverei me preocupar apenas com ele e nosso relacionamento, aproveitar o tempo da melhor forma possível. Existem tantos lugares para os quais quero levá-lo, mas reconheço que os dois primeiros dias serão para acostumar ao fuso horário e descansar da viagem longa. Me levantei e segui até a sala observando Jimin sentado em uma das poltronas ainda conversando com sua mãe, desta vez meu sogro estava do lado e por seu tom divertido ele deve estar feliz vendo o filho mais animado do que dias atrás.
Cheguei na cozinha encontrando toda a despensa recheada como solicitei, encontrando até mesmo alguns pratos locais dentro da geladeira. Peguei um pouco de água e coloquei um café para fazer na cafeteira elétrica, arrumei uma mesa com algumas frutas e croissants frescos que encontrei em uma embalagem de papel, o proprietário cumpriu com a promessa de deixar o local aconchegante para meu namorado e eu. Assim que o mais novo encerrou a ligação se deixou ser guiado pelo cheiro do café fresco até me encontrar naquele cômodo.
-O que é isso? -Jimin abriu a embalagem dos croissants tirando um deles de dentro da mesma. -Estes estão com um cheiro ótimo.
-Pode comer então, bebê. -Lhe dei a autorização vendo o mais novo atacar aquele pedaço inocente de pão. -Quer um pouco de café?
-Por favor. -Ele disse sem se importar com a boca cheia. -Quando poderemos sair?
-A hora que você quiser, mas achei que iria querer descansar um pouco. -Coloquei a xícara em sua frente. -Termine de comer, depois decidimos isso.
-Omma me indicou um monte de lugares, ela irá nos mandar uma lista depois. -Sorri vendo sua animação. -Hoje só quero sair para jantar, mas ainda é cedo.
-Podemos tomar um banho e sair para caminhar um pouco antes de ir ao restaurante, já achei um estabelecimento interessante aqui por perto. -Ele apenas concordou com um aceno. -Está mesmo feliz com tudo isso, Jiminnie?
-Apesar de estar um pouco inseguro essa viagem me parece um sonho, Jungkookie. -O ômega disse me encarando com certa tranquilidade. -Sempre tive a vida controlada por meus pais, apesar de entender que aquilo era para meu bem. Fico feliz em poder viajar com alguém que não seja eles ou meus avós.
-Prometo fazer desta a melhor viagem de sua vida. -Segurei uma de suas mãos sobre a mesa.
-A melhor viagem da minha vida foi para Nova York, Jungkook. -Não entendi o que ele quis dizer com aquilo, meu ômega às vezes se entrega aos mistérios. -Quando me pediu em namoro, se esqueceu?
-Como poderia me esquecer de um dos melhores dias da minha vida? -Dei a volta na mesa para poder alcançá-lo, só queria lhe dar um beijo decente e cheio de carinho.
Antes do banho nosso trabalho foi para desfazer as malas, por sorte tudo o que trouxemos coube no pequeno closet que encontramos no apartamento. Depois fomos direto para o banho e como mencionei Jimin ficou completamente encantado com a vista que temos do quarto, ao anoitecer tudo fica ainda mais belo com a Torre Eiffel completamente iluminada. O ômega decidiu que o nosso passeio seria uma ótima oportunidade para usarmos blusas idênticas, mas confesso que ficou lindo e fofo ao mesmo tempo, ele tinha razão ao dizer que não era um simples clichê. Antes de sairmos para o passeio nada melhor que uma foto diante do espelho do banheiro, onde abracei sua cintura para ficar bem mais próximo que o normal.
Cumprimentamos todas as pessoas que nos deparamos ao longo do trajeto do apartamento até a rua, um horário onde as vias estavam bem movimentadas e o centro repleto de turistas como nós. Por sorte a avenida com as lojas mais famosas do mundo fica bem perto, caso minha sogra resolva encomendar algo de suas grifes favoritas, ou até mesmo meu pequeno resolva comprar os presentes, sinto que meu cartão será ainda mais usado, só quero que ele se sinta livre e confiante para fazer isso sem depender de mim, quero ver meu ômega resolvendo sozinho pequenos impasses.
Por sorte trouxe uma de minhas máquinas, há muito tempo não uso as mesmas, existem modelos que nunca usei, presentes que Taehyung me dava em aniversários que nunca fiz questão de comemorar, mas agora é diferente. Irei estrear uma delas fazendo fotos do meu ômega, e reconheço que Jiminnie tem um talento natural para modelo fotográfico, assim como meu sobrinho. Meu garoto nem mesmo sabia quando registrava um momento aleatório seu o que deixa tudo ainda mais especial. Sempre procuro captar seus melhores ângulos, os mais sinceros que representam seus sentimentos do íntimo.
No início da noite voltamos para o apartamento, precisávamos nos arrumar de uma forma mais apresentável para frequentar o tal restaurante. Deixei reservado quando estava a procura do endereço e tenho certeza que meu garoto irá se encantar com a escolha. Surpresa para ele preparada com muito carinho, só espero que ele leve boas lembranças de tudo isso e que meu esforço contribua para lhe ajudar a esquecer o passado que tanto o machuca. Enquanto penso em suas reações ele tenta dobrar as mangas de minha camisa, sempre encontro dificuldades na hora de me arrumar, nesta parte me vejo totalmente dependente deste ômega adorável.
-Queria poder aproveitar da forma tradicional. -O mais novo disse terminando de ajeitar minha camisa e me encarando com os olhinhos meio entristecidos. -Brindar com um bom vinho.
-Nem se você pudesse beber eu o deixaria consumir vinho, Jiminnie. -Ele ergueu uma das sobrancelhas. -Para eles você ainda é menor de idade, eu poderia ser preso se lhe desse álcool.
-Você é muito sensato, senhor. No entanto também não sou liberado para consumo de álcool em nosso país e você me deu aquele drink quando me levou ao bar uma vez, se lembra? -O maldito tem resposta para tudo.
-Não precisamos de álcool para brindar nossa felicidade, bebê. -Deixei um beijo em sua testa. -Vamos, antes que fique tarde.
Rumo a uma noite maravilhosa, o começo de nossa viagem. Ao paraíso como meu ômega merece.
Olá, Preguicinhas!!! ❤
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AMO VOCÊS... ❤❤
타이스 ❤