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“Sabe o que é, eu amo esse nosso jeito de amar, esse jeito carinhoso, jeito divertido, jeito de amor verdadeiro.” – Luisa Dutra
Jimin P.O.V's
Por mais incrível que aquele ambiente estivesse, meu nervosismo era sim pela angustiante espera de algo doloroso, é certo que os traumas pesam muito em momentos como este, mas Jungkook soube contornar perfeitamente a situação, com seus toques, beijos e palavras carinhosas me fez sentir realmente amado. Amei cada segundo do que fizemos, não me arrependo nem um pouco e ouso falar que sim, definitivamente essa é minha primeira vez, algo que ficará gravado para sempre em minha memória. Sua maneira sabia de me conduzir, a calma na hora de me dar prazer, as palavras certas para derrubar minha insegurança naquele instante.
Acordei mais cedo que o previsto, Jungkook ainda dormia, parecia exausto. Fiquei observando sua expressão, seus lábios entreabertos mesmo dormindo, a forma serena de sua respiração, os cabelos jogados em sua testa, e as marcas em seu pescoço, pequenos detalhes da noite anterior. Decidi buscar o nosso café da manhã, uma forma de retribuir todo o carinho, ainda me recordando da forma que meu coração disparou ao ouvir um Eu te amo deixar seus lábios. Em frente ao espelho observei cada marquinha deixada sobre minha pele, pescoço, ombros, peitoral, abdômen, absolutamente todas as áreas carimbadas por seus beijos.
Tomei um banho morno, sentindo uma dor fina nos quadris, algo que já imaginava, apesar de não ser muito desconfortável. Me arrumei com roupas leves, o frio não atingia o interior da casa. Antes de sair, observei meu alfa dormindo tranquilamente, o edredom cobria de seus quadris para baixo, deixando o abdômen amostra, me fazendo sorrir ao lembrar de sua pele colada a minha. Senhorita Kun me ajudou a preparar tudo, vergonhosamente lhe pedi um remédio para dores, por sorte ela pareceu não entender o motivo e apenas me entregou o comprimido com um copo de água.
Encontrei Jungkook já desperto, se arrumando para sair a minha procura, acabei sorrindo enquanto me aproximava, é bom saber que minha ausência é sentida desta forma. Após um beijo e algumas carícias, nos sentamos sobre o colchão dando conta de tudo o que havia colocado na bandeja. O alfa então deixou os recipientes de lado, sentando contra a cabeceira da cama, me puxando para sentar entre suas pernas, abraçando meu corpo por trás, uma posição confortável. Os beijinhos deixados em meu pescoço, fazendo minha pele arrepiar pela provocação sem malícia.
-O que quer fazer hoje? -O mais velho perguntou, mantendo os braços em volta de meu corpo.
-Já parou de nevar, Hyung! Você pode me ensinar a andar a cavalo? -Estava realmente interessado no belo esporte que ele prática, mas sei que não posso sair saltando sem correr riscos de uma queda.
-Você trouxe roupas de montaria? -Apenas afirmei, minha mãe havia colocado um conjunto na mala. -Então vá se vestir, vou te ensinar tudo o que quiser aprender.
Deixei um beijo em seus lábios antes de sair correndo em direção ao quarto do lado. Achei com certa facilidade as roupas para a ocasião, inclusive as botas novinhas que minha mãe havia comprado, ne senti estranho naqueles trajes, mas assim que sai do quarto, vi o alfa caminhar em minha direção, passando um dos braços sobre meus ombros, para me encaminhar em direção a hípica. Com cuidado na hora de descer as escadas de acesso ao local, a neve parou de castigar um pouco, mas as temperaturas ainda estão baixas, conservando a camada de gelo espalhada pelo chão.
Esperei Jungkook conversar com Jooheon-ssi, estavam decidindo qual cavalo iriam colocar, é óbvio que Lucky seria poupado, o alfa se jogaria no chão para o bicho passar por cima. Enquanto o funcionário preparava o animal, o mais velho se aproximou, trazendo alguns equipamentos estranhos. Eram proteções para joelhos, cotovelos, e capacete, tive que encarar meu namorado, com uma sobrancelha erguidas, completamente confuso. Deixei que o mesmo colocasse os equipamentos, para enfim ajeitar o capacete, me encarando enquanto prendia a trava embaixo do meu queixo.
-Jungkook, eu não sou uma criança. -Achei graça da forma que ele estava colocando tanta segurança envolta de meu corpo. -Para que tudo isso?
-Apesar da neve ter dado uma trégua, o chão ainda está escorregadio, amor! Uma queda de cavalo é perigosa, não queremos dar sopa ao azar, hum... -Ele se aproximou selando meus lábios. -E você está muito fofo assim. Muito, muito fofo! -O alfa me abraçou como um bobo apaixonado.
-Senhor Jeon, está tudo pronto. -Jooheon avisou, lhe passando a rédea do cavalo. -Tome cuidado, esse animal não é selado já faz um tempo.
-Certo! Fique de olho, qualquer coisa entre para me ajudar. -Não entendi aquela preocupação, mas decidi confiar em meu namorado.
Achei que fosse subir sozinho, mas Jungkook foi o primeiro a montar sobre a sela, em seguida me estendeu uma das mãos, me dando equilíbrio para subir e me sentar em sua frente. Com um braço de cada lado, ele me manteve equilibrado, e seu domínio sobre o cavalo. É estranho, uma sensação diferente, durante toda minha vida, só tive contado com bichos domésticos, a primeira vez que estou sentado sobre o lombo de um animal, algo bobo, mas que meu namorado parecia totalmente seguro. Ganhamos espaço sobre a área onde ele costuma treinar, dando uma volta pelo campo, o vento veio tocando meu rosto, enquanto meu namorado insistia em deixar beijos gelados em meu pescoço.
-Para, Hyung! Isso não é lugar. -O repreendi, ouvindo sua gargalhada, quando ele elevou um pouco a rédea, puxando com certa força, aquilo fez animal disparar. -Jungkookie, faz ele parar.
-Está tudo bem, Jimin! -Ele puxou novamente acorda, e o animal começou a galopar mais devagar. -Calma, amor! Eu tenho controle sobre ele.
-Eu quero descer. -Pedi com a voz fraca, sentindo seu peitoral grudado em minhas costas. -Por favor!
-Me dê suas mãos. -Levei minhas mãos de encontro as suas, então Jungkook as posicionou sobre a corda, e colocou as mãos envolta das minhas. -Não precisa ter medo. Você controla ele, e ele responde seus comandos. -Senti um beijo em minha bochecha. -Está mais calmo?
-Yah! -Apenas balancei levemente a cabeça, novamente seu corpo estava envolta do meu para me tranquilizar.
-Viu! Não é tão ruim. -O alfa sussurrou, colocando as mãos envolta de meu abdômen, me deixando guiar sozinho o animal. -Você consegue, faz como lhe mostrei.
Demos mais algumas voltas, até minhas pernas começarem a doer, realmente não estou acostumado com essas atividades. Jungkook novamente tomou o controle do animal, o guiando de volta as baias, o mais velho foi o primeiro a descer, em seguida estendeu os braços para me descer em segurança. No meio do ato aproveitou para me roubar um beijo, me deixando com as bochechas rubras por estarmos na companhia de Jooheon. O garoto nada disse, apenas pegou o cavalo e saiu o levando para dentro do local onde costumam ficar. Meu namorado ainda foi tirar algumas dúvidas com o outro, enquanto eu tentava me livrar dos equipamentos que ele havia colocado para minha proteção.
Voltamos para a mansão, senhorita Kun disse que o almoço já estava servido, mas antes eu quis trocar minhas roupas. Jungkook me aguardou pacientemente na mesa, e só começou a se alimentar quando me juntei a ele. Devo confessar que fiquei meio incomodado por seu prato estar recheado de proteína, mas não havia se quer uma folhinha verde. Talvez essa seja a principal mania que herdei de senhora Min, achar que todos deveriam gostar de verduras, legumes e frutas. Peguei uma colher cheia de salada, e coloquei em seu prato, vendo o alfa me encarar de forma estranha, naquele momento jurei que iria receber uma bronca pela ousadia.
-Me desculpe, eu... -Me encolhi pela vergonha, é nessas horas que me xingo por ser meio atirado. -Salada é saudável, deveria comer um pouco.
-Tem rúcula na salada, bebê! Eu sou alérgico. -Ele disse colocando as folhas em um prato ao lado. -Pedi a senhorita Kun que usasse esses ingredientes pois sei que você gosta, reparei em seu pedido no restaurante de Nova York. E bom, não sou muito fã de vegetais.
-Como atleta você deveria consumir coisas saudáveis. -Me referi aos seus treinos de hipismos. -Isso é algo para sua saúde também.
-Vou fazer um esforço. Geralmente só como saladas quando Seokjin e Taehyung estão aqui, são bem insistentes também. -O alfa sorriu, enquanto cortava um pedaço do bife. -Por falar em meu sobrinho, ele vai voltar de viagem antes do previsto, e pela mensagem que recebi mais cedo, teremos companhia em dois dias. -Ele suspirou, me deixando um pouco confuso.
-Não gostou da ideia? Achei que Tae e você tivessem uma boa convivência. -Levei um pouco de suco aos lábios.
-Eu gosto da presença de Taehyung nessa casa, fica mais alegre. Mas com ele aqui, nós não poderemos... Você sabe. -Senti minhas bochechas esquentarem. -Queria muito te amar de novo.
-Tae já tem uma vida sexual ativa, Hyung! -Ouvi o alfa tossir, e percebi que ele se engasgava com a água. -Jungkookie! Levante os braços. Eu disse algo errado?
-Como aquele alfa ousa macular uma criatura tão inocente? -Tive que encará-lo com os olhos semicerrados.
-Jungkook! Se Tae for inocente minha mãe é virgem. -Ele tossiu mais um pouco, e tive que lhe dar um tapa mais forte. -Sem mencionar que apesar de ser ômega, ele coloca Hobi hyung na sola do sapato.
-Meu garoto! -Jungkook sorriu de forma perversa, como se gostasse do possível controle de seu sobrinho.
-Hyung! Eu posso te amarrar um dia? - Estou literalmente naquela fase, agora que deu coragem dispara. -Céus! Jungkookie, vai acabar morrendo se continuar engasgando.
-Como disse? -O mais velho perguntou, batendo contra o próprio peito.
-Esquece. É só uma ideia meio louca. -Voltei a me alimentar, tendo certeza que falei mais que devia. -O que faremos durante a tarde?
-Tenho alguns jogos de Taehyung por aqui, talvez você encontre algo que possamos fazer. -Ele disse mais calmo, voltando a respirar melhor.
Após aquele momento no mínimo estranho, terminamos a refeição em silêncio. Jungkook esperou que eu terminasse, para então pedir licença, dizendo que iria até o maldito escritório e assim que eu encontrasse algo para fazer, que o chamasse para ocuparmos o tempo. Odeio quando ele simplesmente resolve me trocar por uma pilha imensa de papeis, queria carinho após a noite que tivemos, só trocamos caricias sobre a cama e algumas palavras mais doces enquanto andávamos a cavalo. Possivelmente achei que ele fosse ficar o tempo inteiro por perto, mas apanhei das expectativas, uma pessoa não ficaria o tempo inteiro no meu pé.
-Senhor Jimin, posso tirar as louças? -Senhorita Kun perguntou, recebendo apenas um aceno como resposta. -Aconteceu alguma coisa?
-Seu patrão é um insensível. -Atirei o guardanapo sobre a mesa. -Poderia me indicar um lugar calmo por aqui, um local fora da casa?
-Temos a casa de hóspedes, mas não é ocupada já faz um tempo. Senhor Jeon costumava usá-la nos períodos de ciclo. -Ela disse um pouco desconfortável por se tratar de algo íntimo do mais velho.
-Achei que ele trouxesse essas companhias para dentro da casa. -Encarei a mulher, que apenas sorriu em resposta.
-Ele usava o quarto para suprir as necessidades, mas dispensava as companhias. Elas não dormiam nem mesmo dentro da casa principal. -Entendi, eram literalmente usadas, mas consentiam. Meu namorado era mesmo um enorme babaca. -O senhor foi o primeiro que ele permitiu dormir sobre aquela cama.
-Não me chame de senhor, é estranho. -Pedi já cansado desse tipo de formalidade. -Me chame de Jiminnie, por favor!
-Sim, senh... Sim, Jiminnie! -Ela se corrigiu, sorrindo em seguida. -Ainda precisa de algo?
-Me mostre o caminho para essa casa de hóspedes, por favor! -A mais velha concordou, me guiando até a saída da cozinha. A tal casa ficava há cerca de cem metros da mansão. -Obrigada, senhorita Kun. Ah! Se Jungkook perguntar por mim, diga para procurar no incinerador de papeis. -Ela gargalhou, enquanto eu comecei a caminhar sobre a neve.
Quando cheguei ao local, precisei aos apenas girar a maçaneta e a porta abriu, a poeira marcava presença, o que indica que o local foi usado pouquíssimas vezes. Uma decoração rústica, digna de uma chalé antigo, mas tem seu conforto. Uma pequena lareira, que mantém visitantes aquecidos durante o inverno, tal ambiente me fez ter uma ideia, o que irei colocar em prática antes de voltar para a cidade. Bati um pouco a poeira da cama, me certifiquei de que não haviam insetos nem animais peçonhentos no local, e me deitei sobre o colchão. Sorrindo feito idiota enquanto encarava o teto, me recordando de cada instante dentro da biblioteca.
De fato estou chateado por ele não se manter constantemente próximo a mim, mas sei que isso é algo de sua personalidade, talvez consiga mudar isso com o tempo, ou o próprio Jeon tenha confiança o bastante para ir se soltando um pouco mais. Muitos diriam que é coisa da idade, a alma madura, o tempo impregnado na cadeira de um escritório, mas de fato acho estranho que ele viva enfurnado naquele maldito cômodo. Eis o problema em ser mimado e ter atenção constante sobre si, no memento em que busca liberdade, acaba sentindo falta de ter toda a proteção ao seu redor. Algo meio bipolar admito, mas costumo gostar do meio termo, ter meu espaço e ainda assim ter a atenção de quem me ama.
Fiquei por alguns longos minutos curtindo minha solidão, até ouvir o grito de meu alfa, chamando por meu nome um pouco desesperado. Sorri feito idiota, me encolhendo sobre a cama para fingir que estou dormindo, um pouco de drama não faz mal, truques maravilhosos que aprendi com Kim Taehyung. Ouvi passos na pequena varanda ao lado de fora, e menos de um minuto depois um pano foi jogado sobre meu corpo. Senti o alfa se ajeitando atrás de meu corpo, e sim, tenho certeza de que é o meu namorado pelo cheiro de seu perfume.
-O que deu em você para vir dormir aqui? -Ouvi ele perguntar, enquanto deslizava as mãos sobre minha bochecha. -Fui mandar um e-mail para Taehyung me trazer algumas coisas, e você simplesmente sai sem avisar. Está muito desobediente, bebê!
-Jungkook! -O chamei baixinho, segurando a risada quando suas mãos se afastaram. -Por que parou? Está tão bom.
-Jimin, você está acordado seu sem vergonha. -Senti varias cócegas na região das costelas, rindo alto enquanto me debatia embaixo de seu corpo.
-Para! Para! Eu me rendo. -Minha voz saiu quase sem fôlego. -Achei que estivesse me trocado por uma pilha de papeis. Você disse que deixaria o trabalho de lado. -Fiz bico, enquanto ele apenas observava. -Achei que fosse me mimar mais, depois do que fizemos ontem.
-Que bebê manhoso eu tenho. -O mais velho se ajeitou sobre meu corpo, prendendo minhas mãos contra o colchão, pouco acima de minha cabeça e aproximou nossos rostos. -O bebê deixa o hyung encher ele de beijinhos? -Seu nariz tocou a pontinha do meu. -Ele precisa lembrar que a noite de ontem foi a melhor de sua vida.
-Está falando sério, Jungkookie? -Perguntei com meus olhos cheios de lágrimas. Ser amado em tal intensidade, nunca imaginei.
-Por que não estaria? Acha que tenho a memória curta? -Seu tom de voz ficou mais sério. -Quando eu disse que te amo, não foi da boca para fora. Eu te amo, Jimin!
-Me beija, antes que eu chore. É vergonh... -O mais velho me calou assim como havia pedido, fazendo meu coração disparar, e uma ótima sensação correr por minhas veias.
Jungkook realmente me beijou com amor, tomando cuidado até mesmo com a posição de seu corpo sobre o meu, tudo com o intuito de não me causar dor alguma. É preciso entender seus motivos, mas sei que cada palavra saída de seus lábios foi dita por seu coração. Consigo sentir confiança em suas atitudes, são poucas as vezes que ele age por impulsão, e isso é o que mais me atrai. As vezes homem forte e viril, as vezes um garoto preso no corpo desse homem, marcado pela perda de alguém importante. Como sempre tive em mente, não posso ser Hyunjae, mas posso respeitar a memória do mesmo, e assumir a responsabilidade de cuidar daquele alfa teimoso.
-Somos pessoas marcadas pela vida, Jimin. Cada um com um passado e dores diferentes, mas assim como eu, tenho certeza de que você quis recomeçar. -Seu olhar estava fixo ao meu. -Eu agradeço por confiar em mim, sei o quanto aquele passo foi difícil para você, mas quero que entenda, estarei ao seu lado, para o que precisar. -Senti seus lábios em minha testa. -Não quero que me veja apenas como namorado, quero que me veja como um amigo, alguém em que possa confiar de olhos fechados.
-Jeon-ssi! -Sussurrei, deixando as emoções falarem mais alto, e as lágrimas descerem pelo contorno de minha bochechas. -Eu te amo!
-Oh, meu pequeno. Não chora, por favor! -O mais velho se sentou, me puxando para sentar em seu colo, entrelaçando as pernas envolta de sua cintura. -Chega de lágrimas, sim. Apenas sorrisos. -Seus polegares secaram cada parte de minha bochecha, antes de finalmente seus braços me acolherem em um abraço bem apertado. -Vamos para casa, hum... Aqui não é lugar para você. Se quiser dormir, faça isso em minha cama, onde eu possa te manter aquecido.
E por incrível que pareça, sua presença confortável me deixou mesmo com sono. Jungkook me levou de volta para a casa principal, me carregando como um coala agarrado ao seu corpo, quando chegamos em seu quarto, o mais velho tirou meus sapatos, e fez o mesmo antes de se deitar ao meu lado. Senti o edredom ser puxado para nos cobrir, e o abracei bem apertado embaixo dos cobertores, querendo mesmo o calor de seu corpo. O alfa também acabou adormecendo, como se a madrugada anterior estivesse ainda mantendo seus efeitos sobre nossos corpos, mas boa parte disso, é o desejo de estarmos próximos a todos instante.
[...]
Dois dias se passaram, até que sua atenção foi mesmo voltada a mim vinte e quatro horas, dormir e acordar com suas carícias é a melhor coisa do mundo. Sem mencionar a visão maravilhosa de seu sorriso, não há nada mais encantador do que ver o sorriso de Jungkook todas as manhãs, isso me faz imaginar o que eu fiz para merecer essa sorte. Mantinha meus pais informados, inclusive com fotos, optei por guardar o assunto de minha primeira vez com meu namorado, minha mãe poderia surtar tenho seus ataques de alegria, o que faria elevar as suspeitas de meu pai. Sendo sincero, meu momento está tão perfeito para ser congelado por senhor Min.
Jungkook ainda dormia, mais uma manhã que desperto primeiro que o alfa, para dizer a verdade, acabei não adormecendo, perdi o sono durante a madrugada, após um pesadelo horrível. O mais velho até mesmo acordou e me acalmou, mas logo voltou a dormir e achei ruim desperta-lo, por isso apenas me mantive quieto, a cabeça encostada contra seu peitoral, seus braços envolta de meu corpo e nossas pernas entrelaçadas. Seu aroma me mantinha mais calmo, sua mão na base de minha coluna me passando segurança, e nas batidas ritmadas de seu coração, a certeza de que minha presença também lhe faz bem.
-Kookie Hyung! -Ouvi a voz de Tae, e só tinha algo a pensar.
Maldita hora em que não trancamos a porta.
-Jungkookie, me deixa sair. -Tentei empurrar o mais velho para me esconder, mas o alfa parecia dormir como uma pedra.
-Kookie Hyung, isso não é hora de dormir! -A porta se abriu, e eu escondi o rosto contra o peitoral do mais velho. -Tio! Você viu o Ji... Cadê meu celular?
-Não, Tae! Por favor! -Pedi com certo desespero, só então Jungkook acordou e sem perceber a presença de seu sobrinho, me jogou contra o colchão e iria me beijar. -Hyung, não...
-O que foi, bebê? É só um beijo de bom dia! -Ele aproximou o rosto, e Tae continuava parado como uma vela.
-Tio Kookie, eu vim avisar que cheguei em segurança. -O mais novo chamou a atenção do mesmo, que pulou colocando um travesseiro na frente de suas partes intimas.
É, ele estava apenas de boxer, e duro assim como eu.
-Puta merda! -O alfa cobriu a boca assim que xingou, fazendo o mais novo gargalhar. -Taehyung, por favor! Você não viu nada.
-Claro que não! Só meu tio quase transando com meu melhor amigo. -O ômega fez cara de nojo. -Isso é nojento, Hyung! Mas fico feliz por vocês. -Ele foi em direção a porta. -Vou esperar na mesa de café, não demorem. Quero saber de cada detalhe ouviu, Jiminnie?
Deus! Se estiver ouvindo, por favor me leva!
Assim que o mais novo deixou o quarto, Jungkook veio me abraçar, pedindo desculpas pelo constrangimento e por ter se esquecido completamente de chegada de Taehyung. Confesso que meu coração se encheu de medo, se isso cai nos ouvidos de tio Jin, com certeza irei levar bronca, mas nosso segredo estará seguro. Mas caso caía nos ouvidos de tio Namjoon, é um passo para meu pai descobrir, e infelizmente me afastar de meu namorado. Quando se trata de proteção, senhor Min não brinca em serviço, e a partir desse momento, não é minha integridade física que está em risco. Depois do que fizemos na boca biblioteca, posso afirmar que me apeguei ainda mais a Jeon, me afastar dele seria o mesmo que abrir uma nova cicatriz, e isso meu pai jamais iria entender.
-Ele não vai dizer nada, amor! -Jungkook ainda estava abraçado ao meu corpo. -Vou pedir que ele mantenha silêncio.
-Se meu pai descobre, ele vai afastar a gente, Jungkook! Eu sei do que ele é capaz. -Minha voz saiu trêmula. -Não quero me afastar de você, Hyung! -Me agarrei ao seu braço, tentando esconder meu rosto. -Droga! Logo agora que estou amando de novo.
-Vamos enfrentar tudo o que vier, Jimin! Eu não vou deixar que me afastem de você. -O mais velho distanciou meu rosto, acariciando minhas bochechas. -E não sofra por antecipação, amor! Vamos aproveitar os dias que temos, sim.
Como esperado ele conseguiu me acalmar, se distanciou para se arrumar, e me jogou um par de roupas mais confortável. Me sentei para tomar café, Taehyung estava ansioso a espera de uma explicação, mas Jungkook contornou a situação perguntando como foi a viagem do mais novo. Meu amigo todo orgulhoso contanto como foi ficar dias longe dos pais, e disse que Hobi não pode acompanhá-lo até a fazenda, graças a um problema em seu estágio. O motorista foi quem o trouxe, e voltou no mesmo instante para Seul. No fim, após toda aquela conversa, meu melhor amigo disse que não preciso me preocupar, nosso segredo será mantido.
-Estou muito feliz por você, Hyung! -Taehyung disse me abraçando do nada. -Eu sei o quanto sofreu todos esses anos, é bom saber que encontrou alguém para te ajudar.
-Obrigado, Tae! -Suspirei aliviado, percebendo que Jungkook está certo, não preciso sofrer por antecipação.
-Cuida bem do meu amigo ouviu, Kookie Hyung! Se fizer Jiminnie chorar, não vai ser o senhor Min que tomará providências. -Jungkook apenas assentiu, sabendo que seu sobrinho dizia a verdade. -Agora me digam, estão namorado desde quando?
-Desde a viagem até Nova York. -Meu namorado respondeu. -Seu amigo é um anjo, Taehyung!
-Eu sei. Como foi o pedido? -O ômega me encarou, sorrindo ao ver minhas bochechas vermelhas.
-Dentro do carro, em frente ao Central Park. -Tae voltou a me abraçar, se mostrando tão alegre quanto minha mãe ficou quando descobriu.
-Pelo visto as coisas já ferveram por aqui. -Meu amigo apontou uma marca em meu pescoço, um dos chupões que ainda não haviam desaparecido. -Safados!
-Falando em coisas fervendo, Hoseok e você estão usando proteção, não é? -Tae o encarou, depois começou a comer o pedaço do bolo em sua frente. -Taehyung! Estou falando com você.
-Esse bolo está ótimo, Jiminnie! Deveria comer mais um pedaço. -Lá estava ele, me fazendo rir ao tentar mudar de assunto.
Com a presença de Taehyung, o tédio e silencio desapareceram da casa. Jungkook disse que iria treinar um pouco, já que Lucky estava há muitos dias parados, sem mostrar medo ele me deixou um beijo rápido, antes de seguir para a hípica. Meu amigo então sugeriu que fossemos dar uma volta pela propriedade, cansado de ficar dentro de casa, acabei concordando. Tae conhece muito bem a propriedade, então apenas calcei as botas de neve, e o acompanhei, ouvindo suas histórias sobre as noites maravilhosas na praia. Sem, ele literalmente não se sente envergonhado de conversar sobre determinados assuntos, esse é definitivamente nosso maior voto de confiança.
Terminamos o passeio em meio a uma guerra de bolas de neve, altas risadas e tombos espetaculares, basicamente todos os empregados paravam para ver nossa brincadeira, até mesmo Jungkook entrou na onda, ficando contrario a nós dois. Então Tae teve uma ideia, contornarmos o campo onde o mais velho estava e cada um atacar por um lado, só paramos quando meu namorado escorregou, caindo com tudo sobre meu corpo me levando ao chão. Não doeu, fomos amortecidos por conta da camada de gelo, mas seu peso sobre mim, de forma desajeitada me causou incômodo.
-Céus! Você está bem, bebê? -O alfa se levantou, me puxando do chão e limpando a neve de minha calça. -Te machuquei?
-Não, Jungkookie. Estou bem! -Sorri, prendendo os braços envolta de seu pescoço. -Mas se quiser, pode dar beijinho para sarar.
-Manhoso! -Ele se aproximou, me dando um selinho rápido. -Vamos, antes que o Taetae derreta a neve com a fantasia de vela.
-Ah, claro! Obrigado pela parte que me toca. -Ele revirou os olhos, caminhando para dentro da mansão. -Está tão frio, vou ver se acho um travesseiro para dormir de conchinha, já que meu namorado tem problemas demais para não conseguir curtir férias.
-Vem cá, Taetae! Eu vou dormir com você hoje. -Falei seguindo até meu amigo.
-Nem pensar, minha cama te espera, Jimin! -Jungkook gritou, fazendo minhas bochechas enrubescerem. -Taehyung se vira com um cobertor extra, não sou obrigado a dividir meu namorado.
-Meu tio é tão adorável. Kookie hyung, eu te amava mais na época de velho rabugento. -Definitivamente ele estava com ciúmes do tio. -Você nem mesmo me dá mais atenção, poxa!
-Vem aqui, Taehyung! -Jungkook o chamou, abraçando o sobrinho em seguida. -Tenho um presente para te entregar, não fica com ciúmes do Jiminnie, você não queria que seu tio arrumasse alguém?
-Tem razão. -Ele retribuiu o abraço, encarando o mais velho em seguida. -Agora vai buscar meu presente.
Ficamos esperando na sala, até Jungkook ir buscar o que havíamos comprado em Nova York, de fato sua desculpa deveria fazer sentido. O alfa logo apareceu com uma caixa média de veludo, semelhante às caixinhas de colares caros, nem mesmo eu sabia o que havia ali, fiquei no carro enquanto ele entrou na joalheria. Então fui surpreendido, o presente também era para mim, o mais velho havia comprado dois colares da amizade. A corrente em ouro puro, ambos os pingentes semelhantes, com meu nome e o de Taehyung gravados. Meu amigo também se emocionou assim como eu, é sempre bom quando alguém nota nossa amizade com essa tal intensidade.
-Isso é para agradecer por ter ajudado Jimin quando ele mais precisou. Você me faz lembrar de minha adolescência, quando conheci uma pessoa importante e cuidei dela até o último momento. -Jungkook colocou o colar no pescoço de seu sobrinho, que admirava o pingente enquanto sorria. -Continue com esse coração maravilhoso, meu sobrinho. E obrigado por ter me apresentado a ele.
O mais velho então pegou o outro colar, se posicionou atrás de meu corpo, sentia seus dedos tocarem com provocação a pele ali exposta. Óbvio que se tratando de seu namorado, ele não perderia tempo em provocar. O alfa aproveitou a distração de seu sobrinho, e deixou um beijo na parte posterior do meu pescoço, fazendo meus pelos eriçarem. Após conseguir me provocar, ele deu meia volta no sofá e se sentou na mesa de centro, de frente para nós dois.
-Esse colar, Jiminnie! É para agradecer o fato de ser o irmão que meu sobrinho nunca teve. Admiro a amizade de vocês dois, e quero que isso seja o símbolo ao qual se apeguem em momentos de solidão. Foram a companhia um do outro por muito tempo, e devem saber que amizades assim não se abalam por motivo algum. -Encarei meu amigo, e sorrimos ao mesmo tempo, ambos emocionados. -Você não precisa ter ciúmes do Jimin, sempre será meu filho do coração. E você meu amor, não precisa ter ciúmes de Taehyung, tem espaço suficiente para os dois em minha vida.
Um momento melancólico, que terminou em uma sessão de filmes. Meu amigo deitado em uma das poltronas, encolhido junto ao cobertor, enquanto Jungkook se deitou no tapete em meio as almofadas, me trazendo para deitar em seu peitoral, enquanto uma manta foi jogada sobre nossos corpos. Claramente o mais velho adormeceu no meio da exibição, fazendo Taehyung rir enquanto o chamava de velho, já eu, me aconcheguei mais ao corpo de meu namorado, para mantê-lo aquecido e confortável, ignorando piadinhas do outro ômega. Queria mesmo que Hobi estivesse ali, ao menos assim poderíamos fazer coisas de casais sem deixar ninguém de fora.
No fim as tarde nos recolhemos para o banho, vestindo roupas para aguentar a madrugada. Tae optou pelo quarto de sempre, e nem se quer reclamou de dormir sozinho, já estava acostumado. Durante o jantar conversamos sobre a vida de meu namorado, o mais novo apontando os podres do tio, e ignorando qualquer repreensão do alfa, também Jungkook se mostrava paciente, sem a mínima intensão de erguer a voz. Talvez saiba que se tratando de um lúpus, sua voz tem mais enfeito sobre os dois ômegas, principalmente em mim, que porto a mesma peculiaridade, me fazendo mais frágil que os demais.
-Boa noite, tio Kookie! -Taehyung bocejou antes de deixar um beijo na bochecha do mais velho. -Boa noite, tio Minnie! -Ele fez o mesmo, deixando um beijo em minha bochecha.
-Boa noi... O que você disse, Kim Taehyung? -Tentei concertar o que ele havia dito, mas o maldito já havia subido as escadas enquanto gargalhava. -Eu mato ele!
-Eu gostei. Ficou legal, e faz muito sent... -Encarei o alfa que parou de falar no mesmo instante. -Eu te amo, sabia?
-Aish! -Voltei a tomar um pouco do suco em meu copo. -Jungkookie, onde escondeu meus remédios?
-Você não precisa daquelas porcarias, amor! Seus pesadelos sumiram depois que passou a dormir ao meu lado, não tem o porque de ficar se envenenando com aquelas drogas. -Minhas bochechas enrubesceram, ele estava certo. -Vamos! Precisamos escovar os dentes, e ficar agarradinhos embaixo das cobertas.
Às vezes me pergunto onde foi parar o homem frio que conheci há semanas atrás? Jungkook pareceu mudar mesmo da água para o vinho, literalmente.
⚠ NOTAS FINAIS ⚠
Sei que é chato, mas vamos lá...
A obra chegou ao seu 12° capítulo e eu ainda vejo comentário desnecessário a respeito da diferença de idade entre eles... Bom, Jimin é maior de idade, mas quanto aos quase 20 de diferença, meus amores... Isso não vai mudar!
É crime amar alguém? Idade é só um número... Claramente tomando cuidado para não se tornar absurdo... Eu não estou abordando em minha obra abuso de menores, se é isso que essas pessoas estão querendo insinuar...
Venho enfrentando críticas desnecessárias não é de agora, mas tudo tem limite... Devo ter me incomodado pois estou psicologicamente exausta... Então peço desculpas aos ÓTIMOS leitores que não precisam estar lendo isso, pois me apioam em qualquer circunstância...
Então, queridos críticos... Se está sendo incômodo, apenas não leia... Obrigada!
Olá, Preguicinhas!!! ❤
O que acharam do capítulo?
Espero que tenham gostado... 🙃
Deixem seu comentário (💬) e seu voto (⭐)... 😁
Acompanhem minhas outras obras... 😊
Beijos e até o próximo capítulo! 😘
AMO VOCÊS! 🤓❤
타이스 ❤