DEUSA DA LUXÚRIA

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O olhar penetrante de Gilberto não saía da face sugestiva da anfitriã. Notando o desejo ocular sobre si, Ana estendeu a mão esquerda, pegou o copo de suco, deu meia volta e pôs o copo em sua mesinha de cabeceira de cores suaves amadeiradas. Depois, se virou para Gilberto parado em frente a porta branca aberta. Vagarosamente, foi desatando o roupão. Ele caiu. O silêncio do quarto iluminado apenas por um clássico abajur, permitiu que ouvissem o tamborilar que cantava em seus peitos.
Inconscientemente, as mãos de Gilberto começaram a tremer e suar de ansiedade. Ana o olhava com uma penetração profunda, dando a entender que ia devora-lo no primeiro vacilo. À vista disso, nua, prostrou-se de bruços na cama, exibindo a popa de suas nádegas lisa, rígida por uma leve malhação semanal. Gilberto, esquecendo a porta aberta e, caso perguntassem, nem o seu nome saberia dizer neste momento libertino. Já na lateral da cama, frente a mesa de cabeceira, quase deitando para deleitar-se da maravilha humana audaz.
— Me desculpe — iniciou Ana com um falso tom penoso! — Fui má com você — empinou o quadril —. Me bate, eu mereço ser castigada.
Nem em seus mais maliciosos pensamentos sexuais, Gilberto pensara em fazer um sexo desse tipo, no entanto, um comichão em suas mãos lhe indicava que a luxúria invasora de segredos era real: está acontecendo, um fetiche estava lhe tomando.
Receoso, Gilberto deu um tapa sutil, quase um carinho de um amante apaixonado. Apesar da gentileza, sua mão era grosseiramente áspera, punindo o seu gesto gentil e indicando um novo falar de Ana:
— Vai, bate mais forte.
Mais forte? Seria apenas um fetiche simples de alguém querendo variar a sua vida comum e rotineira? Ou ela realmente está falando com sinceridade e almeja um tapa que doa?
O prazer, a tremedeira nas mãos e sua rusticidade estavam dizendo: vai, bate nela com vontade. Mas a sua razão empatava: vai devagar, é só uma brincadeira sexual. Sem saber que lado seguir, Gilberto viu Ana empinar ainda mais o quadril, deixando seus glúteos redondos tão a mostra e tão lisos, que se fosse uma escultura, seria a obra mais cara de um Museu. Com um sorriso, um passar de língua nos lábios, Gilberto deu outro tapa, um pouco mais forte, então ouviu um xingamento vulgar:
— Ou bate como homem, ou não brinca no parquinho! — Em seguida, empinou quase ficando de quatro.
Sim, eram palavras de provocação, mas, que tipo? A verdade é que Gilberto não mais quis saber. Aceitou, deixou o descontrole lhe tomar e deu o terceiro tapa o deixando com a palma de sua mão vermelha. A voracidade do tapa impediu que Ana permanecesse na posição em que estava batendo com a púbis no colchão e a fazendo quicar, gritar, gemer e, após respirar profundamente, sorrir e mordiscar os lábios superiores.
Gilberto não tinha certeza se ela iria pedir mais, mas sabia que a sua mão estava latejando de dor. Pensou que teria que trocar para a mão esquerda, no entanto, Ana não pediu mais tapas — ainda estava de bruços entregue; mas não proferiu mais letras. Sua boca agora dava lugar para apetitosos gemidos.
O que ele não sabia, era que Ana queria, mas, ao mesmo tempo, estava com receio de ficar com muitos hematomas ou não conseguir prosseguir com a brincadeira; já que o seu ouvido ficou uns minutos zumbindo com o estalo e a dor que sentira.
Gilberto se levantou da cama — Ana seguiu-o com um pecaminoso olhar — tirou as roupas aproveitando cada desabotoar do blusão, abaixar do fecho-éclair, descer da cueca e, já desnudo, contemplou a efígie acamada.
Ana, em sua posição privilegiada no camarote de Afrodite, brilhou os olhos para o que estava em sua frente.
Gilberto está longe de ser marombeiro, jamais frequentou academias ou é do tipo de cara que faz exercícios regulares como fitness, mas o seu porte físico é típico de trabalhadores braçais: massa magra, abdômen definido, pelos pelo corpo e mãos extremamente grossas. O grosseirão peludo que me domina. Ponderou enquanto mordiscava a língua entre os dentes frontais.
Apesar do estereótipo agressivo, Gilberto é o oposto a isso. É carinhoso, adora fazer elogios, presentear amigos, colegas e, com toda certeza, a mulher que está do seu lado. A marca registrada do seu estilo grosseirão, são suas mãos, pois são elas que lhe impedem de ser mais suave com a maneira que acaricia o corpo de sua companheira. Por mais que se esforçasse na vida, por tentar mudar isso, não conseguia. Pois não era apenas por conta de inchadas e vassouras em seu trabalho, era também uma característica familiar da parte de pai.
Gilberto sempre repudiou essa marca genética, de toda maneira, foi esta a característica que chamou a atenção de Ana na tarde que se conheceram.
Após uns longos dois minutos de contemplação recíproca, Gilberto sentou na cama, fechou as pernas da Ana, dobrou os joelhos ao lado dela, e deu partida em uma tântrica massagem. A cada momento que seus calos transpareciam na pele de sua companheira arranhando-a, ela se arrepiava, gemia e sorria. Não necessariamente por Gilberto. Seu sorriso era quase uma reação involuntária a um fetiche realizado.
Para Ana, ele era intrínseco a tudo que já experimentara: O rústico e o delicado. Gilberto foi a ação que causou uma reação orgânica entre as pernas de Ana.
Ana, em sua perversão mental, imaginou que se Gilberto quisesse enfiar a mão ou o braço em sua genitália, não só iria entrar com facilidade, como ela imploraria por mais. Mas é claro que ela não tinha coragem de sugerir tal coisa. Foi mais uma fumaça aspirada por seus poros que a conduziu a loucura do prazer. No mais, caso viesse a acontecer, ela estaria entregue, aberta para a possibilidade deste que fazia uma massagem destravadora de nós em suas costas.
Aproximadamente dez ou quinze minutos de massagem, ele deixou a musculatura de Ana descontraída. Notando, Gilberto preparou-se para introduzir os seus dezoito centímetros no orifício vaginal. Gentil que és, quis ir devagar, mas ao se apoiar nas costas suadas massageadas, ele escorregou e acabou introduzindo até o talo do seu membro ereto. Sentindo o útero, Ana gritou, urrou um "que deliciaaa..." e sorriu em seguida dizendo:
— É disso que estou falando!
Com uma expressão amena, se ajeitou, empinou e rebolou. Gilberto sorriu, em seguida iniciou um vai e vem saboroso.
Sentindo o acelerar, Ana caçoou e, com uma voz baixa e sedutora, proferiu palavras de baixo escalão, pediu para ele meter mais fundo, mais rápido... Empolgado, o cavaleiro perdeu a noção da velocidade, da emoção e socou forte até sua púbis bater na mira da popa freneticamente. Se fosse possível, as bolas entrariam, mas contentou-se em bater nos grandes lábios famintos.
Em um lapso de pensamento, Ana cogitou meter os dedos no clitóris, para deliciar-se com mais intensidade deste que cavalgava como se não houvesse amanhã; pensou, mas o relaxar superara suas expectativas. Poderia tentar, mas isso acarretaria em esforço, e esforço e sexo, são palavras longe do seu vocabulário. Um não pode estar com o outro. Então continuou permitindo o tesão do parceiro e esbravejou provocações pervertidas a esperar que ele chegasse no leite vital.
Como um lobo em noites de cio, os sons de Gilberto beiravam a loucura. Tentou impedir o que estava por vir, mas não deu. Chegou ao cume da libido. Escarnando a luxúria e pequenos jatos quentes e brancos dentro da escandalosa sorridente. Enfraquecido, por pouco não caiu sobre Ana. No ouvido dela, quase desfalecido, sem forças, rouco, pediu perdão por ter chegado no seu orgasmo rápido demais.
Sem ar, porém, com mais forças que Gilberto, Ana respirou fundo e lhe informou:
— Não quero desculpas. Até gozei no início, mas quero urrar como você. Beba o seu suco de laranja. A noite não acabou.

O QUE NOS FALTA ...🔞Where stories live. Discover now