PESADELOS DEVIAM MORAR NA CASA DOS OUTROS

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A base da família Santos estava indo por água abaixo. Maria e Gilberto não se falavam durante o dia e muitas noites, quando se encontravam brigavam; Luna e Cleiton passavam o dia discutindo e brigando por coisas bobas e muitas desnecessárias. Então cada um tomou uma decisão de se afastar, ou melhor, uma decisão de não ver a pessoa da qual não queria que existisse. Gilberto era gari, chegava cedo, almoçava e, ou dormia ou procurava um trabalho curto para aumentar a renda familiar. A sua solução para fugir dos problemas familiares veio com uma proposta de trabalhar toda tarde a partir das 13h como lavador de louças e, como ele era cozinheiro concursado, apesar de nunca ter exercido a profissão por conta do casamento, e gravidez precoce de sua esposa, ele teria nesse novo emprego a possibilidade de aprender com o chefe e, quem sabe, até poderia ser promovido a cozinheiro. Com relação a se encontrar com sua esposa, ele poderia apenas dormir no sofá e pela manhã, como acorda bem cedo, ir trabalhar sem precisar vê-la. O plano de Gilberto era simples, aumentar a renda e fugir da esposa.
Para a surpresa de Gilberto, Maria também tinha seus planos. Saber que o seu marido descobrira seu segredo, fez um efeito dominó na vida de Maria. Ela não conseguia mais viver com seu conjugue e até seus filhos pareciam estranhos para ela. Maria passou a se sentir distante, vazia, e suja por ter se despido de si e vestido uma roupa de dona de casa. Então procurou todos os tipos de empregos, mas para uma mulher nordestina, sem currículo, cursos mínimos e com apenas o ensino médio completo, as sugestões não eram das melhores. Foi então que, nos classificados, encontrou a solução perfeita: um emprego de empregada doméstica. Ela teria que morar na casa dos patrões e só iria para sua casa nos finais de semana.
Pai e mãe fora na maior parte do tempo, dias, semanas... e os filhos?
A casa passou a ser ministrada por Luna, que recebia instruções via telefonema de sua mãe, que ligava duas vezes ao dia para casa, uma pela manhã para acordá-la para a escola e chamar o seu irmão; a outra a noite para saber se estava tudo bem.
Cleiton também arranjou a sua solução de fuga. O tão sonhado dia estava se aproximando como furacão para o mundo de Oz. Passava o dia treinando, ou saindo com outros jogadores. Assim como o pai, ele só aparecia em casa durante a noite, antes de sua mãe ligar para saber se tudo estava bem. E como Ela ligava entre às 22h e 23h, era perfeito para o jovem que poderia se divertir bastante.
Luna. Uma menina de quinze anos sozinha dentro de uma casa regida por uma energia de solidão e abandono. O completar do décimo quinto aniversário não foi como ela pensou, e foi assim que ela entendeu que até a liberdade pode tem o lado oculto.
A liberdade obrigatória, de antemão, parecia uma coisa maravilhosa. Ela poderia brincar na rua, jogar futebol, como sempre quis, fazer o que quisesse que ninguém iria encher o seu saco. Ela só tinha que chegar em casa a tempo para fazer o almoço do seu pai, isso quando ele retornava para casa, e não emendava os empregos e só voltava a noite.
O sonho de liberdade passou a se tornar um pesadelo quando, às 17h, ela atendeu no portão o seu tio, irmão de seu pai.
- Oi, Luna, tudo bem? Seu pai está?
- Não senhor, ele foi trabalhar.
- Que coisa! ele não muda, desde pequeno é assim. Mete as caras no trabalho e esquece das pessoas ao redor. Tudo bem, posso falar com sua mãe. É assunto do interesse dela também.
- Poxa, tio. Ela também não está, mas pode me falar comigo, eu mando o recado.
- Ah, esquece! Eu vou ligar para o seu pai agora mesmo. Obrigado, você está uma muito simpática, e está se tornando uma ótima mulher - olhando por entre as grades do portão, Gilvan observa de cima a baixo a sobrinha -, uma linda mulher. Já deve estar cheio de namoradinhos.
Luna estranha a maneira que seu tio fala e se esquiva da conversa com um sorriso sem graça e diz que vai entrar, pois tem muitas tarefas para fazer. Ele insiste mais em puxar assunto, até que ela, mentindo, diz que talvez sua mãe retorne mais cedo do trabalho. Gilvan desconversa e diz que já vai, e fala para ela mandar um beijo para sua mãe.
Gilvan mora próximo, em dois quarteirões da casa de Luna, mas não costuma ir visitar a família. Quando aparece, é para pedir dinheiro ao seu irmão, para seus supostos investimentos empresariais; mas todos sabem que ele é viciado em jogos de azar.
Gilvan não tinha nada a falar para Gilberto no dia da visita a Luna. Tudo que ele queria era saber se a família estava toda fora de casa para poder caçar dinheiro, ou algo de valor para vender; pois já sabia que Gilberto estava fora, já que ele foi o responsável por conseguir o novo emprego. Ele perdeu uma aposta sobre o campeonato brasileiro de futebol e como não tinha como pagar a dívida, ele teve que trabalhar semanas, meses no restaurante do empresário, dono do mesmo. No almoço com os outros funcionários, ele ouviu que tinha uma vaga aberta com possível crescimento curricular. E daí veio a ideia: Gilberto vem trabalhar aqui, fica o tempo todo fora de casa, eu posso ir em sua casa e "pegar" umas coisas para pagar minhas dívidas. Ele é um sortudo mesmo, não precisa do que tem.
A primeira e talvez única ideia inicial, era pegar a televisão de cinquenta e cinco polegadas que Gilberto comprou para a família no Natal de 2021. Gilvan nunca teve uma tv tão grande e menos ainda dinheiro para comprar uma. Essa era uma das maiores cobiças que já teve do irmão, fora a inveja pela vida perfeita com uma família linda, coisa que ele não conseguia por nada. Toda vez que tentava, era largado pela mulher por ser irresponsável e, ou machista e, ou viciado em jogos. Tem dois filhos, gêmeos, de cinco anos, reconhecidos no cartório, mesmo não sendo um pai presente. Tem também uma filha que viu apenas quando era bebê, mas após o segundo mês do nascimento da garota, ele sumiu. A mulher tinha um pai miliciano em um bairro da zona oeste. Para o azar de Gilvan, ele lhe deu uma coça, e só não o matou porque sua filha implorou pela sua vida.
Tudo ia bem para Gilvan, o único empecilho era Luna. Gilvan passou semanas estudando o horário que todos saiam. E descobriu que entre às 12h e 22h a casa ficava somente com a menina de quinze anos, vez ou outro com seu irmão mais velho. Pela manhã ficava sem ninguém, mas ele além de não acordar antes das 11h da manhã, era perigoso demais, por conta da movimentação na rua residencial.
Não havia brechas e mesmo com a menina saindo para brincar na rua, não era tempo suficiente para fugir com uma televisão tão grande.
Na esquina a espreita, Gilvan viu Cleiton sair às vinte e três horas. Ele se encontrou com uma menina de cabelos longos e loiros, deu um beijo e foram na direção do restaurante da esquina. Gilberto ainda não havia chegado. Gilvan esperou meia hora, observou a rua deserta, pulou o muro da família Santos e, "pisando em ovos", procurou a janela do quarto do casal, esta que era a única janela da casa sem grades. Adentrou, estava tudo escuro e ele não podia acender as luzes, mas conhecia a casa, não precisava de muita luz. A pouca luz de seu celular ajudava o suficiente. O quarto de Gilberto e Maria é o último do corredor, então, para chegar à sala, teria que passar pelo quarto da Luna a esquerda dele, o quarto do Cleiton a direita, banheiro também a direita e cozinha a esquerda e por fim, a sala com uma bela varanda na entrada. Passando pela porta de Luna, notou que estava entreaberta, abriu a porta e viu a menina dormindo com uma camisola rosa. Gilvan ficou hipnotizado e notando que Luna estava bem desenvolvida fisicamente. Por uns minutos, ele pensou em sair logo, pegar a televisão e correr antes que o seu irmão chegasse, no entanto, outras coisas passaram por sua cabeça quando a menina se moveu, deixando a mostra sua pequena calcinha branca.
Gilvan sentiu o seu coração acelerar, um suor frio descer e seu membro querer fugir de seu short preto de tactel. A cada mexida de corpo da sobrinha, ele mexia em seu short, abaixou suas calças e começou a se masturbar olhando a menina. Mas por um momento, ela se cobriu da brisa que escapara da janela balançando suas cortinas brancas, e no susto de seus movimentos bruscos, Gilvan se escondeu no corredor. A essa altura, já havia esquecido da televisão e para ele, algo melhor chamava a sua atenção. Voltou para o quarto, viu que a menina estava coberta e de bruços. Então andou devagar até a cama, descobriu-a quase que sem respirar e, já descoberta, apreciou o corpo escultural de Luna. Mas não bastava ver uma camisola rosa, ele tinha que saber, ver, tocar em algo mais. Foi então que levantou a camisola, abaixou sua calcinha e tocou na popa das nádegas da sobrinha.
Gilvan começou a babar involuntariamente, sua genitália estava latejando e ele fazia movimentos de ida e volta com as mãos sobre ele. A noite estava deliciosa para Gilvan, mas, sua mente pedia mais, seu corpo, extasiado, precisava soltar o prazer contido e sobre uma cama, estava o seu ápice.
Gilvan relaxou demais, esqueceu da televisão e só se deu conta quando ouviu o barulho da porta da sala se abrir. Correu para o quarto de seu irmão, saiu pela janela e, notando que que a pessoa que chegara não estava mais na sala, pulou o muro e fugiu como um gatuno escapando da fúria canina.

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