SÓ EXISTE O NATAL?

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Fomos e somos educados desde os primórdios pela igreja católica a servir e seguir um ideal chamado Deus acima de tudo. Nisso, tudo dito em nome dessa figura onipotente, onisciente... único sobre o multiverso é justa. A muito tempo o catolicismo foi ordem, política, crédulo e separação do bicho homem para todo e qualquer bicho irracional.
Esse monopólio em nome de uma crença cega, dizia que todos que não seguem essa doutrina irá queimar no inferno, dentre outros absurdos impostos: todos que não seguem a palavra de Deus (apesar de ser um livro escrito por humanos) é um herege merecedor do fogo da casa vil do anjo caído. Com o tempo essas ideologias foram espalhando medo, pavor, crenças cegas por estatuas ditas como ungidas, sagradas de pessoas reais chamadas de santos. Dizem que essas figuras são tocadas por uma energia divina e podem realizar milagres.
Não se pode adorar santos, eles dizem, a não ser que sejam santos nomeados pela igreja católica. Pois tem a mão de Jesus, o filho de Deus na terra, mas, com a bênção de Papas, Sacerdotes...
Com isso, quero aqui falar que crenças não são e não podem ser ideias absolutas. Pois cada canto do mundo há religiões, espiritualismos, estudos da região numa cultura milenar vinda de antepassados. Não somos perfeitos e absolutos, somos seres errantes em uma busca da felicidade e, ou, conhecimento pessoal. Claro, alguns querem apenas viver como desejam, outros não se importam. Mas a verdade é que não se pode se considerar único numa ideia e ignorar as milhões de outras ao redor do mundo.
Somos imperfeitos na perfeição de buscar um ideal para viver.

Você comemora o Natal? Mas já ouviu falar sobre a Kwanzaa?
Kwanzaa é uma festa, de caráter interreligioso, que dura sete dias, e que é muito comum na comunidade afroamericana e entre negros da diáspora. No Brasil, a celebração ainda é desconhecida e ainda resume-se a um pequeno ciclo de militantes panafricanistas conscientes do papel histórico do povo africano e da necessidade de reconstruir essa memória.
O nome "Kwanzaa" deriva da expressão "matunda ya kwanza", que significa "primeiros frutos" em swahili, a língua original mais falada entre as centenas que existem na África.
Segundo o site SOMOS TODOS DOS UM, a festa dos "primeiros frutos" é típica dos povos ancestrais, a origem do Natal cristão seria uma celebração desse tipo, "a festa da vitória da vida contra a morte, da luz contra as trevas, da colheita farta que garantia a continuidade da tribo contra a ameaça da fome e do extermínio."
Não é pouca coisa. Na África, os rituais associados à colheita existiram no passado e existem ainda hoje: "Estas celebrações eram comuns nos tempos antigos, mas também existem hoje, cultivadas por imensos grupos sociais, como os zulus, tanto quanto por pequenos agrupamentos, como os matabelos, os thonga e os lovedus, todos do sudeste do continente africano".
A idéia de criar um feriado "pan-africano" é atribuída a um professor de estudos africanos da Universidade da Califórnia, Maulana Karenga, num tempo difícil, que ficou conhecido como "o movimento pelos direitos civis americanos", mas que durou mais de uma década, teve ares de guerra civil e virou a sociedade racista dos EUA literalmente de cabeça para baixo.
A Kwanzaa foi celebrada pela primeira vez de 26 de dezembro de 1966 a 1 de janeiro de 1967, Martin Luther King seria assassinado um ano mais tarde e os negros americanos brigavam pelo direito de voto.
Para Makini Olouchi, uma das organizadoras da festividade em Salvador, "Celebrar a Kwanzaa no Brasil, significa viver nossa africanidade numa perspectiva panafricanista. É manter-se conectado com toda ancestralidade africana do mundo e manter aceso o espirito de celebração pelas boas colheitas que tem sido feitas, apesar das adversidades".

O sete princípios do Kwanzaa

O Kwanzaa está centrado nos sete princípios, Nguzo Saba, que representa os valores da família, da comunidade e da cultura para os africanos e para os descendentes de africanos. Os princípios foram desenvolvidos pelo fundador do Kwanzaa, Dr. Maulana Karenga, baseados nos ideais das colheitas dos primeiros frutos.
Os princípios da Kwanzaa são:

Umoja : união
Estar unido como família, comunidade e raça;

Kujichagulia : auto-determinação
Responsabilidade em relação a seu próprio futuro;

Ujima: trabalho coletivo e responsabilidade
Construir juntos a comunidade e resolver quaisquer problemas como um grupo;

Ujamaa: economia cooperativa
A construção e os ganhos da comunidade através de suas próprias atividades;

Nia: propósito
O objetivo de trabalho em grupo para construir a comunidade e expandir a cultura africana;

Kuumba: criatividade
Usar novas idéias para criar uma comunidade mais bonita e mais bem-sucedida;

Imani:
Honrar os ancestrais, as tradições e os líderes africanos e celebrar os triunfos do passado sobre as adversidades.

Os sete dias do Kwanzaa
No primeiro dia do Kwanzaa, 26 de dezembro, o líder ou ministro convida todos a se juntarem e os cumprimenta com a pergunta oficial: "Habari gani?" (O que está acontecendo?), à qual eles respondem com o nome do primeiro princípio: "umoja".
O ritual é repetido em cada dia de celebração do Kwanzaa, mas a resposta muda para refletir o princípio associado àquele dia.
No segundo dia, por exemplo, a resposta é "Kujichagulia". Em seguida, a família diz uma prece. Depois, eles recitam um chamado de união, Harambee (Vamos nos Unir).
A libação é então realizada por um dos adultos mais velhos, e uma pessoa (geralmente a mais jovem) acende uma vela do Kinara. O grupo discute o significado do princípio do dia e os participantes podem contar uma história ou cantar uma música relacionada a esse princípio. Os presentes são oferecidos um a cada dia ou podem ser todos trocados no último dia do Kwanzaa.
O banquete do Kwanzaa é no dia 31 de dezembro. Ele não inclui só comida, é também um momento de cantar, orar e celebrar a história e a cultura africana.
O dia 1º de janeiro, o último dia do Kwanzaa, é um momento de reflexão para cada um e para todo o grupo.
As pessoas se perguntam: "quem sou eu?" "sou realmente quem digo que sou?" e "sou tudo o que posso ser?"
A última vela do Kinara é acesa e então todas as velas são apagadas sinalizando o fim do feriado.

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