Penúltimo Capítulo

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“É possível seguir em frente, não importa quanto pareça impossível. Com o tempo, a dor… diminui. Pode não desaparecer completamente, mas depois de um tempo não é massacrante” – Querido John
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Daphne

Dylan abriu os olhos após alguns instantes e me encarou, confuso e sonolento.

Era quase cinco horas, o sol ainda estava escondido e uma chuva calma caía lá fora. Eu estava sentada na cama ao seu lado, observando-o por horas no sono tranquilo.

— Bom dia — sussurrei.

Dylan respirou fundo e estendeu a mão para ligar o abajur, depois se sentou encostado na parede.

— O que foi que aconteceu? — sua voz estava rouca e amaciou meus ouvidos.

Eu amo tanto essa voz.

Nada.

— Parece que você não dormiu nada.

— E não dormi.

— E ainda não aconteceu nada? Qual é, ruiva. Me fala.

— É só que eu estou com medo, Dylan. E feliz — soltei uma risada trêmula — O que vai acontecer nessa viajem?

Depois de finalmente matar Allan, Dylan e o restante de sua família decidiram que era necessário que o líder viajasse a negócios. Ele precisava conversar com seus aliados, reforçar tratados, molhar a mão de muita gente para garantir que nada daquilo acontecesse de novo.

E eu não o seguiria.

Eu tinha que ficar com meus irmãos. Não podia simplesmente deixá-los de lado após tanto tempo para achá-los.

Mas meu coração estava apertado só de pensar em deixar Dylan ir.

— Eu sei que vou ficar bem.

— Bem, não me conforta. Dylan, faz três semanas. Precisa mesmo ir tão rápido?

— Tio Jon está certo. Meu pai vivia viajando. Era assim que ele conhecia as pessoas e fazia os acordos. Era assim que ele mantinha tudo sob controle. Eu preciso ir. E você sabe que não estarei só. Os irmãos assustadores vão também. E o tio Jon. E Caroline. Eu vou ficar bem, ruivinha. Não fique tão preocupada.

Ele sorriu e me puxou para seus braços, beijou a ponta do meu nariz.

— Eu amo você mais do que tudo nesse mundo. Você é tudo, sabe disso, não sabe?

— Sei.

E eu sabia mesmo.

Dylan deixava isso bem claro só pela forma como me olhava.

Nunca pensei que isso iria acontecer. Amar alguém que me amasse de volta com tanta intensidade e dedicação. Cada dia ao lado dele era incrível. E não pela adrenalina. Isso era um bônus. Mas eram os pequenos detalhes do dia que fazia meu coração balançar e minha mente entender que eu nunca estive mais feliz.

Depois de todas as coisas horríveis que já aconteceram, eu tinha uma família. Uma linda e grande família.

— Eu amo você — disse, meus olhos fixos nos dele, encarando com surpresa e amor os olhos mais profundos do mundo — Amo você até o fim. E eu acho que quero um bebê, Dylan.

Dylan - ChicagoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora