Capítulo 57

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Dylan

Fechei a porta do quarto e me virei para encontrar Daphne deitada na nossa cama, o cabelo vermelho preso e vestida apenas com meu casaco azul escuro.

Eu amava aquela visão.

— Meus irmãos estão dormindo?

— Sim.

Me deitei ao seu lado de bruços com o queixo apoiado na mão esquerda, olhando para ela com um sorriso tranquilo.

— E Nina? Como ela está com a notícia do Jonathan?

Suspirei. Aquilo pegou todo mundo de surpresa.

— Ignorando. Ela não está nem um pouco a fim de ser a filha do Jonathan. Nem do meu pai. Os dois machucaram ela.

— Walter mais do que Jonathan.

— É, mas pra ela não importa. Jonathan devia ter protegido ela mesmo que Walter enlouquecesse. Não é ele que sempre diz: “ninguém toca nos meus filhos”? Por que com a Nina isso seria diferente? O amor tóxico de Jonathan por Walter ferrou a minha irmã.

Daphne assentiu e desviou os olhos pro teto.

— Walter está morto — soltou uma risada — Eu adoro dizer isso!

— Nem me fale. Não consigo me sentir mal por isso, só aliviado. Ele finalmente se foi.

— Acho que a única pessoa que está meio triste por isso é Jonathan. Afinal, ele o amava como um louco.

— Não quero nunca amar alguém assim.

Daphne sorriu.

— Então, você não me ama como um louco? Estou meio decepcionada.

— Amo você, mas se você começar a agir como Walter Black, bem, já era.

Ela riu e me empurrou, subiu em meu colo e beijou meu nariz.

— Digo o mesmo.

Daphne prendeu meu cabelo nos dedos e puxou com força enquanto prendia meu lábio inferior nos dentes. Era impossível não ficar excitado com ela. Todo meu corpo tremia só de pensar em agarrar ela e amá-la durante toda a noite.

Mas antes que eu agisse, Daphne afastou os lábios de mim.

— O que vai fazer amanhã?

Acariciei suas coxas nuas e dei de ombros.

— Tenho que resolver algumas coisas na academia, mas nada que me faça ficar longe o dia todo. E você?

— Estava pensando em sair com Nina. Mostrar a cidade e essas coisas.

— Eu quero ir também.

— Não.

Franzi a testa.

— Por quê não?

— Porque eu não quero que você vá.

— Ah, tudo bem.

Daphne riu e voltou a me beijar.

* * *    * * *

Cameron estava na calçada fumando quando estacionei a moto. A primeira coisa que notei, além de sua aparência decadente, foi a carranca tensa. Estava bem óbvio que ele não estava exatamente radiante.

— Ei, cara — desci da moto e fui até ele, tirei o cigarro de sua mão e dei uma tragada — O que foi? Tá com uma cara péssima.

Dylan - ChicagoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora