Capítulo 76

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“O Inferno está vazio e todos os demônios estão aqui” William Shakespeare
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Daphne

Victor conseguiu hackear quase tudo relacionado ao Allan. Os celulares de seus seguranças, cada mensagem enviada e chamadas atendidas estavam sobre nossa supervisão. E não havia dúvidas de que Allan sabia desse feito.

Por isso, não foi nenhuma surpresa quando ficamos sabendo que Allan estaria encontrando-se com possíveis aliados em uma indústria fechada há um ano, recém vendida anonimamente.

Era uma óbvia armadilha. Com certeza o local estaria cheio de assassinos treinados com armas apontadas diretamente para nossas cabeças e no minuto que Allan cansasse de nós, a coisa ficaria feia. A decisão de morder a isca ou não era minha e, mesmo com Louella transbordando de ansiedade e quase implorando para que eu fosse com calma, disse sim. Estava farta de esperar pelo melhor momento. Não importava se Allan estava no controle da situação naquele joguinho idiota que insistia em fazer, tudo podia mudar, só dependia de nós. E estávamos bem motivados.

Cat reuniu rapidamente mais pessoas do que eu seria capaz e armou um plano inicial, pegando com Victor a planta da área ao redor da indústria. Ela estava sempre um passo a frente quando comandava uma equipe de ataque, era centrada e durona, não havia dúvidas de que nossa cobertura era de primeira. E isso foi um alívio. Eu estava mais preocupada em achar Allan e enfiar balas em sua cabeça do que com as coisas extras, como os atiradores dele e armadilhas idiotas. Ter Cat pensando nessa parte foi útil.

No momento em que pus meus olhos na indústria velha, meu estômago torceu e minha mão fechou ao redor da pistola, o desejo de estar no meio da luta cresceu ainda mais e nem por um segundo me senti mal mesmo sabendo que deveria. Como Louella fazia o favor de repetir, sentir-se atraída para tal estilo de vida não era nada saudável. Desejar o barulho dos tiros, o sangue extremamente vermelho sujando o chão enquanto pessoas sofriam não deveria ser tão normal para mim. E eu percebia isso ao notar como Louella reagia ao que estava prestes a acontecer. Ela era o oposto de mim.

E de Cat, naturalmente.

O Walkie-talkie fez um barulho antes da voz potente de Catatina surgir.

A diversão vai começar! Louella, os outros Black estão quase aqui. Fique com eles — ordenou e desligou.

Louella virou o rosto pálido para mim.

— Precisa mesmo de tanta gente?

— Não estamos aqui pra conversar. É matar ou morrer, então sim, precisamos de muita gente.

A garota passou as mãos pelo rosto aflita.

— Achei que podia lidar com isso... — sussurrou.

Tirei o cinto de segurança e verifiquei a munição da pistola, as pequenas facas escondidas nas botas militares que usava e dei uma olhada rápida no rifle no banco traseiro.

— Seus primos estão aqui, Lou — disse para acalmá-la — Jasmine vai cobrir você o tempo todo. Ela nunca deixaria nada acontecer com você. Sabe disso.

— Jon também — acrescentou e suspirou. Lancei a ela um olhar e percebi sua expressão perdida entre contentamento e nervosismo.

— Ei! — peguei em seu antebraço e ela me encarou — Pode dar conta disso, não é? Pode mesmo ir lá e ferrar com esses filhos da puta?

Dylan - ChicagoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora