Capítulo 59

4.1K 384 124
                                    

Daphne

Dylan entregou-me a taça de vinho e se sentou ao meu lado, o braço ao redor de meus ombros e o silêncio da casa ao nosso redor enquanto assistíamos o fogo na lareira.

— Falei com tio Jonathan hoje — ele murmurou depois de um tempo.

— Foi? O que ele disse?

— Que iria dar espaço para Nina e que sentia muito por tudo. Sabe, uma parte de mim realmente entende ele. Quando eu era menor e via a relação dos meus colegas com seus pais, só desejava que meu pai fosse mais carinhoso. E às vezes, eu imaginava coisas boas nele que não eram reais.

— O mesmo com a vadia da minha mãe. Ela era boa até nos vender pro diabo.

Dylan me apertou um pouco contra si.

— O que disse aos gêmeos quando perguntaram sobre ela?

— Eles nunca perguntaram. Não sei porquê. Perguntaram sobre o papai e eu contava algumas histórias do nosso irmão, mas ela nunca foi mencionada.

— Acha que eles sabem?

— Não sei, mas vou esperar eles crescerem mais para contar. Não posso evitar isso para sempre.

Ouvimos a porta da frente ser aberta e nos olhamos confusos. Nina e as crianças haviam saído com Branna e John, eles não voltariam tão cedo.

Dylan se levantou para ir ver quem era, mas não precisou se afastar muito do sofá porque Erin Rotbert apareceu. Revirei os olhos e bufei, bebendo quase o vinho todo de uma só vez. A mulher abraçava o maldito notebook enquanto sorria para Dylan, que ainda estava paralisado olhando para ela.

— Que diabos você está fazendo aqui? E como entrou na casa?

O tom raivoso dele a fez recuar e diminuir o sorriso.

— Oh, bem... recebi a mensagem da Srta. Williams sobre adiar o casamento e pensei que deveríamos conversar. O senhor podia ter mudado de ideia ou não estar confortável com o adiamento, e não consegui falar com o senhor o dia todo. Eu tentei, juro!

Dylan se virou para me encarar e ri, dando de ombros. Ele respirou fundo e se voltou para a mulher sem cérebro.

— Erin, a decisão de adiar o casamento foi tomada por Daphne e eu. Juntos! Não mudamos de ideia. Mas nada disso justifica você invadir a porra da minha casa, cacete!

— Acho que alguém se deu mal — eu disse fingindo uma cara de triste.

— Não. Eu achei que seria razoável alguém ter a cópia da chave da casa de vocês...

— E é por isso que minha família e amigos têm cópias — Dylan cerrou os punhos e soltou uma risada azeda — Realmente acha que pode invadir minha casa? Com que merda de direito?

— Senhor Black, eu não sabia...

— E é por isso que existe uma merda chamada perguntas. Se não sabe de algo, pergunte. Me dê a chave — levantou a mão e esperou.

Erin olhou nervosa para mim e andou devagar até ele, deixando o molho de chaves em sua mão e se afastou com a cabeça baixa.

Dylan - ChicagoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora