Daphne
Dylan entregou-me a taça de vinho e se sentou ao meu lado, o braço ao redor de meus ombros e o silêncio da casa ao nosso redor enquanto assistíamos o fogo na lareira.
— Falei com tio Jonathan hoje — ele murmurou depois de um tempo.
— Foi? O que ele disse?
— Que iria dar espaço para Nina e que sentia muito por tudo. Sabe, uma parte de mim realmente entende ele. Quando eu era menor e via a relação dos meus colegas com seus pais, só desejava que meu pai fosse mais carinhoso. E às vezes, eu imaginava coisas boas nele que não eram reais.
— O mesmo com a vadia da minha mãe. Ela era boa até nos vender pro diabo.
Dylan me apertou um pouco contra si.
— O que disse aos gêmeos quando perguntaram sobre ela?
— Eles nunca perguntaram. Não sei porquê. Perguntaram sobre o papai e eu contava algumas histórias do nosso irmão, mas ela nunca foi mencionada.
— Acha que eles sabem?
— Não sei, mas vou esperar eles crescerem mais para contar. Não posso evitar isso para sempre.
Ouvimos a porta da frente ser aberta e nos olhamos confusos. Nina e as crianças haviam saído com Branna e John, eles não voltariam tão cedo.
Dylan se levantou para ir ver quem era, mas não precisou se afastar muito do sofá porque Erin Rotbert apareceu. Revirei os olhos e bufei, bebendo quase o vinho todo de uma só vez. A mulher abraçava o maldito notebook enquanto sorria para Dylan, que ainda estava paralisado olhando para ela.
— Que diabos você está fazendo aqui? E como entrou na casa?
O tom raivoso dele a fez recuar e diminuir o sorriso.
— Oh, bem... recebi a mensagem da Srta. Williams sobre adiar o casamento e pensei que deveríamos conversar. O senhor podia ter mudado de ideia ou não estar confortável com o adiamento, e não consegui falar com o senhor o dia todo. Eu tentei, juro!
Dylan se virou para me encarar e ri, dando de ombros. Ele respirou fundo e se voltou para a mulher sem cérebro.
— Erin, a decisão de adiar o casamento foi tomada por Daphne e eu. Juntos! Não mudamos de ideia. Mas nada disso justifica você invadir a porra da minha casa, cacete!
— Acho que alguém se deu mal — eu disse fingindo uma cara de triste.
— Não. Eu achei que seria razoável alguém ter a cópia da chave da casa de vocês...
— E é por isso que minha família e amigos têm cópias — Dylan cerrou os punhos e soltou uma risada azeda — Realmente acha que pode invadir minha casa? Com que merda de direito?
— Senhor Black, eu não sabia...
— E é por isso que existe uma merda chamada perguntas. Se não sabe de algo, pergunte. Me dê a chave — levantou a mão e esperou.
Erin olhou nervosa para mim e andou devagar até ele, deixando o molho de chaves em sua mão e se afastou com a cabeça baixa.
ESTÁ A LER
Dylan - Chicago
Romance{ Dylan - Chicago - Livro III } "Eu amo a insanidade, pois ela é sua melhor amiga" Daphne Williams foi vendida, humilhada e quebrada. Seu coração, outrora feliz e belo, se tornou triste e feio. Mas a esperança de ser feliz nunca deixou seus olhos. ...