Capítulo 18

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Sinto sua ausência intensamente, como um vazio que corta – Penny Dreadful
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Dylan

Depois que Daphne fugiu - sim, ela tinha fugido de nós - passei quase uma hora na cama, olhando o teto e pensando em como minha vida tinha dado tão errado. Em menos de uma semana eu tinha destruído o primeiro e único relacionamento sério que já tive na vida, cometi mais de treze assassinatos, magoei meu melhor amigo ao dar carta branca ao seu inimigo para ele ficar na cidade, irritei a gangue de Seattle, transei com minha suposta inimiga por quem eu tinha um puta desejo sexual e depois de tudo isso, acabei na minha cama sozinho. Eu era um sortudo.

— Eu tô quase sentindo pena de você — a voz altiva de Evil me fez pular de susto e olhei surpreso para a figura magra parada na porta do quarto. Evil sorria docemente.

— Desde quando tem a chave do meu apartamento? — me cobri com os lençóis.

— Não tenho. Eu arrombei.

Evil sorriu ainda mais e se sentou na beira da cama. Colocou a caixa com os cafés perto de mim e pegou um copo fechado para si enquanto jogava o cabelo longo e ruivo para trás. Desviei meus olhos sedentos para longe deles e tentei evitar as lembranças de outros cabelos ruivos e longos. Mas foi impossível. Logo eu estava sentindo o cheiro dela como se estivéssemos lado a lado. Peguei o café, abri e dei goles profundos mesmo que estivesse quente.

— Então, apesar do nojo que estou sentindo, percebi que teve visitas nessa noite. Quem era?

— A ruiva — respondi de mal grado e revirei os olhos quando ela me olhou chocada.

Evil olhou para a cama bagunçada em que estávamos e depois para mim. Um sorriso maroto se formou em seus lábios rosados e ela riu.

— Foda-se em grande estilo! Espera... Ai Meu Deus! Você fodeu Daphne Williams? De novo?

— Foi uma deliciosa foda.

— Dylan! Não... Ai, Cristo!

Sorri apesar de me sentir triste. Evil não era de ficar animada com coisas sem importância. O fato dela achar que o que aconteceu era importante me deixava feliz. Afinal, alguém além de mim tinha aquele pensamento.

— E como foi? Cadê ela?

Suspirei dando de ombros.

— Ela saiu há uma hora. Só se levantou e foi embora.

— Oh.

— E foi... Jesus! Foi a melhor noite da minha vida — deixei um sorriso escapar — Eu não acredito que esqueci da nossa primeira vez juntos. Isso... o que aconteceu é inesquecível. Foi coisa de louco, Marges. Eu tenho vinte e cinco anos, mas nunca me senti tão... bem.

— Se foi tão bom, por que ela se foi?

— Porque pensamos diferente. Obviamente. Foi ótimo para mim, mas não sei se foi para ela. E eu não sei. Daphne é a garota mais confusa que já conheci. Ela tem os motivos dela.

Evil colocou a mão na minha apertando de leve.

— Talvez ela precise de tempo.

Dylan - ChicagoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora