Capítulo 07

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Dylan

Eu estava me preparando para fechar a academia quando vi Evil entrar como um foguete. Ela vinha em minha direção com tanta raiva que parecia que podia me fuzilar apenas com os olhos. Deixei as luvas no banco e dei alguns passos pra trás quando ela parou a minha frente com as mãos na cintura. Franzi a testa.

— Boa noite, querida amiga...

— Como diabos você se atreve a prender Daphne? — ela não gritou, sua voz estava baixa, e aquilo era ainda pior do que ouvir seus gritos.

Engoli em seco.

— Evil, por que está agindo assim? Não é como se eu tivesse chutado um cachorro.

— Seu idiota, ela vai te odiar tanto quando sair. Qualquer chance de vocês dois evoluírem juntos acabou. Você destruiu isso, Dylan. Não vê?

— Tudo o que eu vejo é a minha melhor amiga bancando a idiota.

Evil pareceu contar até dez.

— Você pisou na bola, Dylan.

Ela pisou na bola. Eu não mandei ela ser uma cadela impaciente. Disse que ia achar os irmãos dela. E o que ela faz? Hackea meu sistema. Grande vadia.

— Ela estava desesperada. Os irmãos dela são tudo o que ela tem.

— Há um ano você não estaria falando isso.

— Há um ano eu não conhecia Daphne do modo como conheço agora — ela rosnou — Eu vivi no complexo com vocês por um tempo, mas nunca nem me dei ao trabalho de conhecer realmente ela. Eu sempre acreditei no que você me dizia, que ela não amava ninguém porque era uma vadia seca e fria. Eu acreditei porque era o que ela aparentava ser, mas as coisas mudam quando realmente passamos a conhecer as pessoas ao nosso redor, Dylan. Daphne não é o que mostra ser. É apenas fachada.

— Foda-se. Isso não muda o que ela fez.

Evil suspirou pesadamente. Ela sabia que não adiantava brigar comigo, eu não ia ceder. Eu estava certo. Daphne foi contra mim, contra a minha gangue, se eu não a diciplinasse, outros fariam. Todos deveriam me agradecer e não me julgar.

— Você é o líder. Faça a merda que você quiser — ela disse e saiu da academia com a mesma rapidez com que entrou.

Me sentei no banco e coloquei as mãos na cabeça. Tudo parecia estar rodando, todos estavam brigando comigo e de repente eu me via mais cansado do que antes.

É difícil lutar, deixei meu pensamento escapar um pouco mais alto do que deveria, mas não havia problema desde que não o deixasse escapar em voz alta. Ninguém podia saber que depois de apenas alguns meses o líder da gangue de Chicago estava pedindo penico.

— Eu sinceramente acho muito interessante as coisas que ouvimos quando estamos escondidos — disse uma voz masculina atrás de mim.

Me levantei em um salto e saquei minha arma da cintura apontando diretamente para o intruso.

O homem loiro sorriu e levantou as mãos em rendição.

— Sr. Black, abaixe a arma.

— Quem é você?

Dylan - ChicagoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora