Capítulo 35

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É impossível encontrar alguém que nunca vai te machucar, então vá para aquele que faz a dor valer a pena - Segredou
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Daphne

Talvez Dylan não fosse tão ruim, afinal.

Era óbvio que ele se importava com sua família. Incondicionalmente. De outra forma, ele não estaria abraçando Louella com aquela força, aquela dor que você podia sentir em apenas olhar para eles.

Ele tinha belas e inúmeras qualidades.

Ele cozinhava, gostava de brincar com meus irmãos, e era engraçado e sexy pra cacete. Um verdadeiro colírio. Eu estava começando a gostar daquela coisa de casal porque eu podia passar o tempo que eu quisesse olhando-o. Eu também gostava de conversar baixinho com ele depois de fazer sexo. A voz aveludada dele me acompanhava até nós sonhos tranquilos que eu tinha em seus braços tatuados.

Senti um assopro perto do rosto e pulei de susto. Cat estava um pouco atrás de mim com um sorriso grande no rosto pintado com maquiagem pesada.

— Admirando o seu garotão?

— Admirando um momento em família — corrigi, mas sorri de lado — Ele até que não é tão ruim.

Cat bufou.

— Você sempre foi caidinha por ele. Lembro de buscar você na escola e ouvir alguns garotos chamando você de namoradinha do Dylan. Todos sabiam que você tinha uma queda por ele. O que mudou?

— O pai dele destruiu a minha família — respondi — Foi isso que aconteceu.

Cat assentiu e olhou para os primos que continuavam perdidos no momento.

— Quando eu era mais nova não entendia bem o quão destrutivos eles eram. Nem o Col entendia. Acho que foi isso que nos aproximou tanto de Walter. Ele parecia livre. Sabe? Ele ria, fodia com quem queria, bebia todas e todos pareciam amá-lo. Mas ninguém realmente o conhecia. Ninguém sabia que ele era mau. Realmente mau. O que estou tentando dizer é que Dylan não é como ele. Não julge o filho pelos pecados do pai. Dylan está mais do que disposto a mudar e a ficar com você. Ele realmente sente algo por você. Isso não é ótimo? Ter alguém que quer você?

Sorri de lado ao ouvir a ponta de tristeza em sua voz. Cat entendia bem o que era querer quem não podia ter.

Passei o braço pelo braço dela e encostei minha cabeça na dela, olhamos para os Black.

— Sim, é ótimo.

— Não seja a vilã da sua própria história. Deixe o que aconteceu para trás. Não vale a pena, Daphne.

— As pessoas dizem muito isso para mim.

— É porque quem está de fora ver tudo melhor. Você precisa dar uma chance.

Assenti mecanicamente. Cat poderia estar certa e eu bem que queria poder deixar todas as coisas ruins de lado. Queria poder esquecer de todas as vezes que ele me bateu, esteve em mim sem permissão, me humilhou na frente de várias pessoas como se eu não fosse nada, humilhou a memória das pessoas que eu amava.

— Cat, por quê? — perguntei sentindo já um nó na garganta.

Cat entendeu de quem eu estava falando e deu de ombros, seu olhar triste era semelhante ao meu.

— Eu não sei. Acho que... acho que algumas pessoas apenas são más.

— E temos que apenas superar? — bufei irritada — Odeio isso, Cat! Ele está vivo, mas a nossa família não.

Dylan - ChicagoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora