Último Capítulo

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Daphne
duas semanas depois

Muita coisa acontecia em duas semanas.

A primeira mudança foi a viagem de Dylan. Me senti tão triste e impotente que mal consegui levantar da cama após passar mais uma noite sem seu corpo ao meu lado.

A segunda foi Catarina.

Ela estava mais decidida a se vingar de Charles Kerr e ficou sabendo por um boca grande, seu velho amigo Clay Byres, que o chefe de Seattle estaria viajando a negócios por New York. Tentei impedi-lá junto de John, mas nossas tentativas foram falhas. Cat partiu dois dias após Dylan.

A terceira mudança foi a irmã de John, Ciara Peters. Uma complicação a levou direto para a UTI, refém de máquinas e mais remédios enquanto os médicos faziam de tudo para ajudar, e deixando todos da família aflitos.

Essa piora no quadro de Ciara quase fez Cat voltar para Chicago por causa de Dean. Os dois ficaram muito próximos desde que que Cat voltou para a cidade há um ano e ela se preocupava genuinamente com cada amigo que tinha. E Dean não estava indo nada bem. Ele se mantinha longe do hospital já que achava que ainda tinha que manter as aparências, achando que todos, principalmente John, ainda estavam ignorantes sobre sua história com Ciara, aprisionado em seu apartamento enquanto catava informações sobre a garota com Branna e Sammy. Ele tentava duramente ser discreto, mas seu desespero era inquietante.

A quarta mudança, talvez a com maior peso para mim, aconteceu no final da segunda semana.

Foi Nina quem percebeu antes de mim.

Minha cunhada tinha um olhar aguçado e quando comecei a sentir enjôo matinal, ignorar comidas que antes eu amava e acordar sempre depois das nove, ela passou na farmácia, comprou alguns testes e me entregou sem fazer muita cerimônia.

A princípio achei que Nina estivesse me zoando, mas só quando estava sentada no piso do banheiro esperando o resultado dos testes foi que percebi que não estava menstruando e meus seios pareciam mais pesados.

Depois de quase dez minutos encarando as duas listas dos testes, que jogavam a palavra positivo na minha cara, consegui ir até o quarto pegar o celular e abrir nas mensagens de Dylan.

Ele esteve online há seis horas, mas surtaria assim que visse a mensagem.

Eu não tinha coragem de ligar.

Tirei uma foto meio borrada e enviei sem pensar duas vezes.

Provavelmente eu deveria fazer algo mais elaborado como um jantar romântico para dar a notícia, mas meu corpo inteiro estava agitado.

Havia perdido meu primeiro bebê há quase um ano e meio, uma dor que eu nunca conseguiria esquecer e levava a cicatriz para lembrar, mas aquele bebê seria diferente. Ele sobreviveria, cresceria e prosperaria em um verdadeiro lar.

Eu tinha uma família incrível ao meu lado e um marido maravilhoso, que me amava acima de tudo. Finalmente, após tanta dor, eu estava fazendo a vida que sempre desejei acontecer. 

Eu queria aquele bebê.

Eu o amava.

Levei minha mão trêmula e relutante até minha barriga ainda lisa e a firmei ali por um bom tempo enquanto deixava minha mente vagar por um futuro belo.

Dylan - ChicagoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora