Dylan - Chicago

Capítulo 73

"Eu deveria ser forte, deveria ter aprendido a lidar com isso, mas eu não consigo." – The Vampire Diaries
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Daphne

Abri a porta do quarto branco em que Dylan estava e entrei.

Ele estava deitado na cama alta, a camisola do hospital cobria seu corpo forte, mas deixava as tatuagens dos braços visíveis. O cabelo loiro estava maior e havia barba em seu rosto cansado. Assim que me viu entrar ele largou o controle da TV e abriu um sorriso.

— Estava contando os minutos pra você chegar — falou com a voz rouca.

Dylan estava no hospital há quase três semanas. Apesar de estar se recuperando muito bem, ainda era notável o quão afetado ele ficou por causa do acidente. Minha perna mostrava os mesmos sinais, funcionava bem como sempre, mas haviam dias em que a dor me pegava de surpresa e mal conseguia dar um passo sem fazer uma careta.

— Trouxe um presente! — levantei a sacolinha azul na mão direita e ele sorriu ainda mais.

Fechei a porta e me aproximei dele, beijei sua boca levemente, sentei ao seu lado e lhe entreguei o presente. Dylan demorou apenas um segundo me encarando como se conseguisse adivinhar o que estava na sacola apenas me olhando, enfiou a mão e puxou o quadro para fora. Seu sorriso diminuiu, mas seus olhos azuis cresceram cheios de um brilho especial que fazia meu coração vibrar.

No quadro havia uma foto que fizemos há algumas semanas. Meus irmãos estavam ao nosso redor com sorrisos gigantes, Spencer com os braços ao redor do pescoço de Dylan e Jeremy com a mão em meu ombro, nós dois estávamos tão colados que mal dava para dizer quem era quem. Era a única foto que tínhamos juntos.

Dylan abriu a boca para dizer algo, mas só conseguiu erguer os olhos marejados para mim.

Eu amava como ele amava nossa pequena família. Dylan era tão expressivo sobre isso, não importava o lugar em que estivéssemos ou o momento, ele nunca escondia o que sentia sobre nós.

Ergui a não e acariciei seu rosto.

— Eu amo você, Dylan — disse encarando seus olhos azuis intensos — E você estava certo.

Ele franziu o cenho.

— Sobre o quê? Sobre sermos ótimos juntos? Eu estava mesmo.

— Sobre isso também. Mas sobre eu precisar ter mais cuidado com a minha vida.

Dylan engoliu em seco.

— Você quer dizer que...?

Ele sabia bem o que eu queria dizer, não parecia chateado, apenas esperava que eu dissesse.

— Eu fiquei pensando esse tempo sobre o que aconteceria com os meus irmãos se nós tivéssemos morrido no acidente e não é nem um pouco justo com eles, Dylan. Eles precisam de nós. Eles já perderam tanto. Quero que eles tenham uma vida boa. Quero que na nossa casa tenha mais quadros como este, férias cheias de risadas e felicidade. Quero isso para todos nós. Por isso, se eu puder evitar, vou me manter fora dessa vida que tenta nos matar o tempo todo. Você ainda é o líder e eu sempre vou entender porquê é você, obviamente, mas eu estou fora.

Dylan ergueu a mão e acariciou minha bochecha até meu queixo como eu fazia com ele, um sorriso calmo surgindo.

— Quero que a nossa vida seja boa também. Eu sei que eles e eu seremos muito felizes se tivermos você com a gente para sempre. Então precisa sair. Eu entendo e, sinceramente, é ótimo saber que você não vai mais se expôr tanto, ruiva. E estou muito orgulhoso de você, Daphne.