Capítulo 53

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Daphne

Dylan levou a forma de bolo ao forno e o fechou, virando-se para mim com um sorriso no rosto vermelho de cansaço. 

— Isso vai ser ótimo! — disse tentando ser confiante.

Dylan estava tão nervoso que fazia meu próprio nervosismo ser tão insignificante que eu nem o percebia. Conseguia apenas rir dele. Era quase meio dia e ele já tinha feito duas lasanhas, arrumado toda a maldita casa que era gigante – DUAS VEZES –, e agora estava no bolo. Se Nina não chegasse em uma hora, ele iria derrubar a casa e construir de novo.

Nunca imaginei que fosse gostar tanto de ficar sentada feito boba e observar ele sendo ele da maneira mais fofa.

Revirei os olhos para mim mesma. Óbvio que já havia imagino, mas eu tinha doze anos e não sabia o que era estar em um relacionamento com alguém como Dylan. Alguém que tinha cicatrizes e problemas com o pai, alguém que tinha a responsabilidade de comandar a gangue mais fodida da cidade.

Dylan tirou o avental e o jogou na ilha. Veio até mim e beijou minha bochecha.

— No que está pensando?

— Só que você é fofo quando está nervoso — encolhi os ombros e apreciei seu sorriso.

— Sou mesmo.

A porta da cozinha deslizou para o lado e Cat entrou carregando algumas sacolas.

— Achei que nunca fosse chegar — Dylan comentou e pegou as sacolas das mãos de Cat, voltando para a pia.

— O que seria isso? — perguntei com as sobrancelhas erguidas.

Cat se sentou ao meu lado encarando as costas de Dylan como eu fazia.

— Nina é vegana e ele só lembrou disso há uma hora. Seu noivo é chato.

Suspirei.

— E neurótico.

Cat riu.

— Tô ouvindo vocês! — ele disse olhando por cima do ombro.

— Não estamos falando nada que você já não saiba.

Ele deu de ombros concordando e se voltou para sua atividade de lavar brócolis, alface e cebola.

— Tem carne de hambúrguer vegana — Cat disse — Quer ajuda?

— Não, eu consigo.

Cat respirou fundo.

— Tudo bem. Então, o que o sr. Neurose já fez?

— Duas lasanhas e arrumou a casa toda. Duas vezes!

— Eu só quero que tudo esteja perfeito quando ela chegar — Dylan murmurou sem nos olhar, muito preocupado com o que estava fazendo.

— Eu sei, mas a sua irmã vai perceber você, não a casa.

— Daphne tem razão.

Dylan - ChicagoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora