Capítulo 79

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Daphne

A corrida contra o tempo se tornou mais severa com os minutos e quanto mais longe de Allan e do seu ciclo do horror eu ficava mais eu tinha a sensação de estar caindo direto na boca do leão.

Talvez eu estivesse muito paranóica, mas achava estar sendo observada o tempo todo desde que deixei o esconderijo onde vi Allan matar Sally.

Não comentei nada com homens comigo. Um deles parecia prestes a mijar nas calças ou a vomitar, era mais seguro deixar pra lá, mas a sensação crescia a cada segundo e eu não me sentia nada segura. Estava exposta.

Como o combinado, encontramos Cat e o pequeno grupo dela no fim do corredor seis.

No chão estavam três seguranças de Allan apagado e Cat estava agachada ao lado deles enquanto falava com alguém em um rádio pequeno. Me olhou de soslaio quando chegamos, mas continuou sussurrando para o rádio.

— Conseguiram falar com alguém? — sussurrei no mesmo momento que me encolhi por causa de um calafrio.

Mantivemos os corredores escuros porque não queríamos chamar atenção, mas de repente aquilo só me parecia uma péssima idéia. Tentei escutar qualquer sinal de passos ou respiração atrás de nós, mas nada.

Eu devia estar louca.

Era normal, na verdade. Estávamos em um momento decisivo, Allan era um louco e eu acabara de vê-lo matar uma mulher que fingiu amar. A paranóia estava no limite.

Cat se ergueu e entregou o rádio para alguém.

— Came está dentro — avisou — Pelo que Victor sabe, temos pelo menos mais três grupos aqui, mas ele não sabe suas posições. Temos que ir. Alguma notícia do Allan?

Os homens que estavam comigo me olharam e concordei.

— Ele estava em um salão mais na frente, só que alguns andares inferiores.

Os olhos de Cat brilharam.

— Foda-se! Isso é ótimo.

— É, mas, bem, ele matou a Sally, Cat.

— Ela morreria de qualquer jeito — Cat deu de ombros, fria — Acha mesmo que Damon ou Jasmine iria permitir que Marcus a deixasse escapar depois dessa merda? Seria só questão de tempo, mas eles a fariam pagar.

— É, eu sei, mas ainda foi ruim. Ela era a mãe da Clara.

— E aquela garotinha vai sentir muita a falta dela, eu sei, mas as coisas são como são. Agora temos que nos preocupar em matar aquele puto. Vamos, chicos! — ela sorriu enquanto ajeitava a arma e se precipitou para o caminho que pegamos, mas ela não deu nem dois passos direito e um estrondo horrível surgiu.

Toda a estrutura velha do prédio pareceu tremer e ficamos todos paralisados enquanto nos recuperavamos.

— O que foi isso? — um dos caras perguntou com a voz trêmula, ele tentou disfarçar o medo com uma tosse.

Cat me olhou por sobre o ombro.

— Foi a porra do Allan?

Dylan - ChicagoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora