Capítulo 25

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Eu acreditei em você e esse foi o meu pior erro – Escrituras
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Daphne

Brinquei com o salareiro sem ânimo algum. Minha real vontade era de quebrar todo aquele bar, mas Marcus quebraria minhas pernas se eu fizesse isso, seu bar era seu bichinho de estimação tanto quanto a maldita oficina. O idiota do primo dele havia mandado eu o encontrar ali, e eu fui, com ódio, mas fui. E o maldito estava atrasado. Trinta minutos!

Olhei ao redor. Apesar de ser nove da manhã, o bar estava cheio de motoqueiros e adolescentes rebeldes, banhados por tatuagens, piercings e roupas escuras. Todos fumando e bebendo como se não tivessem nada de bom para fazer da vida.

Exatamente como eu, pensei amarga. A garçonete parou na minha frente com um sorriso falso.

— Vai pedir agora?

— Não.

Ela ficou me encarando por um tempo, revirou os olhos e saiu rebolando a bunda. Revirei os olhos.

Eu queria pegar os tacos da sinuca e quebrar na cabeça do Mini-Black fodido, mas primeiro, ele tinha que chegar. Batuquei os dedos na mesa e olhei para o teto, a música aumentou e fechei os olhos. Eu não tinha nada contra rock, mas aquele estava insuportável. Bem, tudo para mim estava insuportável.

Fazia alguns dias desde que Dylan fez a merda comigo e eu já estava mais controlada e conformada com a "novidade", a raiva tinha desaparecido em parte, mas a mágoa não. Tinha uma ferida enorme no meu coração e eu não sabia como curá-la, apenas sabia que o nome dele estava gravado lá.

O rock pesado desapareceu, mas outro começou mais alto e bufei. Abri os olhos e abaixei a cabeça apenas para dar de cara com ele sentado bem na minha frente, me olhando como se fosse a pessoa mais normal do mundo. Respirei fundo.

— Você tem uma mania chata de chegar sem ser notado, sabia? — disse rudemente.

Dylan moveu os lábios em um sorriso e fiz uma careta de nojo.

— O que você quer?

— Apenas beber com minha noiva.

— Você merece que eu exploda a sua cabeça com dez granadas!

— Achei que sua raiva já tivesse passado a essa altura.

— Achou errado. Eu estou puta com você. Como você pôde, Dylan? — não era aquilo que eu queria falar, mas não conseguia mais me controlar. Estar na frente dele depois de ter ido dormir chorando nos últimos dias não era uma boa.

Ele colocou os cotovelos na mesa e pareceu tão desolado que meu estômago estremeceu.

— Sinto muito.

Estreitei os olhos.

— Sente muito? Você me deixa enojada com a sua cara de pau.

— Eu quero conversar, okay? Podemos não brigar?

— Você usou os meus irmãos para me chantagear e não quer que eu brigue? O que você tem na cabeça?

— Desculpa, okay? Sinto muito. É o que você quer ouvir?

— Eu quero que você se foda!

— Sinto muito — repetiu, a voz estava calma.

Respirei fundo algumas vezes e fixei os olhos na mesa. Olhar para ele era ruim. Seus olhos me faziam querer fazer coisas anormais para o tipo de situação em que nos encontrávamos.

Você o odeia, me lembrei.

Dylan se mexeu algumas vezes no banco, procurando uma posição confortável e terminou com o queixo apoiado nas mãos entrelaçadas e os olhos fixos em mim. Permaneci com os olhos na mesa.

Dylan - ChicagoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora