Capítulo 45

4.7K 477 214
                                    

"Você pode salvar a vida das pessoas, mas não pode salvar as pessoas da vida" - Teen Wolf
___
Daphne

John estava plantado na sala suja da casa abandonada que ainda mantinham Walter. Como ele havia prometido, esperou por mim para me apoiar quando eu terminasse. Mas eu não precisava do apoio dele. Não era eu que estava fodidamente ferrada.

Eu quis chorar quando seus olhos marrons me fitaram preocupados e seu sorriso gentil se formou nos lábios. E se eu sentia meu corpo queimar só de olhar para John, eu não gostava nem de pensar em como me sentiria ao olhar pra Dylan e contar a merda que o pai fez com sua irmã.

Me sentia ainda em choque. Ainda paralisada e assustada. Mas também havia raiva. Como ele pôde?, perguntava-me.

— Ei, Speedy — John se levantou e veio até mim. Suas mãos agarraram meus ombros e me puxou para seus braços em um abraço quente, cheio de carinho e preocupação — Eu não devia ter te deixado ir lá sozinha, caramba! Olha pra você!

Eu estou bem, tentei dizer, mas não conseguia dizer nada. Minha mente ainda estava presa naquela notícia asquerosa.

John me apertou mais contra si e nos afastou. Passou as mãos por meu rosto afastando alguns fios ruivos. Ele estava tão preocupado comigo e com o que aconteceu no porão e eu sabia que no momento em que soubesse exatamente o que aconteceu, seu coração se partiria. John era sempre preocupado, gentil quando podia, intensamente ligado aos problemas dos outros mesmo que fosse a porra de um mentiroso compulsivo em alguns momentos. Ele fazia tais coisas porque se preocupa com os demais, principalmente com sua esposa e amigos. John já se odiava o bastante por ter passado quase dez anos pensando que Nina estava morta, mesmo que ele não pudesse mudar nada e de sobra ainda tinha seu filho mais velho, nascido e criado em cativeiro, totalmente desconhecido para John. Saber de Bonnie e do que Walter fez iria destrui-lo.

Destruirá Dylan, suspirei. Afastei John em silêncio e respirei fundo algumas vezes. Eu tinha que contar ao Dylan primeiro. Ele ficou puto da vida por ter sido quase o último a saber que sua irmã estava viva. Deixá-lo no escuro nessa não era uma opção.

— Preciso que vá para casa, John — recuperei minha voz e o encarei séria — Preciso que fique com Branna e as crianças. Vamos aparecer na sexta para o jantar da Brianne — prometi.

John franziu a testa.

— O quê?

— É estranho, mas sério, faça o que eu disse. Por favor.

— O que aconteceu lá, Daphne?

— John, apenas vá para casa.

— O que ele te falou? — insistiu.

— Porra, cara! — sibilei — Obedece!

Jeff, um dos seguranças que ficava de olho em Walter, apareceu na porta da frente.

— Foi mal interromper, mas os tiras estão aqui fora.

John arregalou os olhos.

— Merda! — passou as mãos pelo rosto e soltou uma longa respiração.

Senti meu estômago se contrair.

— Policiais? Mas que merda! — bufei — O que estão fazendo aqui?

Dylan - ChicagoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora