Capítulo 51

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Em todo esse tempo eu tive que dominar o instinto que eu tenho de ir em sua direção. Quando estamos próximos, eu sinto sua respiração. E quando vou embora, até o vento nas árvores me lembra você - Reign
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Daphne

Coloquei minhas mãos no rosto e encarei Dylan sem acreditar.

— Você tem certeza?

Dylan assentiu com um sorriso gigante.

— Absoluta. Eu falei com eles, Daphne.

Balancei a cabeça de um lado para o outro, pensando que aquilo tudo era bom demais para ser real.

Dylan se aproximou e cobriu minhas mãos com as suas. Seu toque era extremamente confortante, eu me sentia bem mais segura quando ele me tocava ou me olhava daquela forma, como se fôssemos melhores juntos.

— Eles estão bem. Estão seguros. Nina está com eles!

— Vamos recuperar nossos irmãos juntos — notei e sorri um pouco — Isso é tão bom, não é?

— É a melhor coisa do mundo — seus olhos azuis brilhavam. Dylan acariciou minha pele e suspirou — Você está bem?

— Estou. Só estou tentando acreditar que isso é mesmo real.

— Consigo te entender. É mais que surreal.

O abracei pela cintura e descansei minha cabeça em seu peitoral, fechei os olhos e mantive atenção em seus batimentos.

Dylan beijou o topo da minha cabeça com carinho e me apertou contra si.

— Amo você — disse-me — Vai ficar tudo bem agora.

* * *     * * *
Trevor

Moline puxou o gatilho e por um momento realmente achei que estava ferrado, mas nada aconteceu. Nenhuma bala me atingiu. Moline soltou uma maldição e jogou a arma para longe enquanto eu abri um sorriso mínimo.

Moline encarou a arma na minha mão. Achei que ela estivesse pensando em lutar comigo para consegui-la, mas surpreendentemente, ela caiu de joelhos e abriu braços, me encarando desafiadora.

— Atire, irmão. Faça o que você foi ensinado a fazer!

— Você colocou a vida da Nina e das crianças em perigo. Não conte com a meu lado misericordioso, Mol. Se eu atirar em você, vai ser pra valer.

— Eu sou a sua irmã, Trevor.

— Mas não tem o meu sangue — divaguei.

Moline pareceu revirar os olhos, não dava para ver direito suas expressões com a escuridão que tomava mais o lugar.

— Sangue não significa nada, Trevor.

— Significa para os Black.

— Eu sou a sua irmã — ela repetiu mais convicta — Amo você, Trevs. Me ajuda.

Levantei a arma e apontei para ela. Moline fechou as mãos e percebi as lágrimas caírem dos seus olhos, olhos que um dia me olharam com carinho.

— Meu único crime foi amar demais aquelas crianças e, claro, confiar em você — sua voz carregava dor e dilacerou o coração que eu ainda tinha, a vontade de abaixar a arma e tomá-la nos braços, protegê-la como um dia me protegeu, era insuportavelmente grande, mas me mantive firme — Se vai atirar que seja logo, irmão.

Dylan - ChicagoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora