Capítulo 74

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“Não sei por que o mundo se tornou essa complicação. Tudo é complicado, difícil e confuso” – The Royals
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Dylan

O médico balançou a cabeça mais uma vez e trocou um olhar cansado com a enfermeira.

— Sr. Black, não posso liberá-lo. Não está em condições de receber alta. Ainda...

— Certo. Quanto tempo mais? — perguntei nervoso e notei Evil revirando os olhos.

— Bem, mais algumas semanas e dependendo dos seus exames, podemos liberá-lo, mas para repouso total em casa. Não aconselho...

— Eu já estou andando. Contei isso? Evil, diz pra ele. Diz!

— Ah, é, ele até conseguiu cagar sozinho — minha amiga deu um sorriso brincalhão.

Revirei os olhos.

— Obrigado, amiga.

— Mas teve febre essa noite — Martha, a enfermeira de cabelo castanho claro e bondosos olhos avelã, disse olhando a prancheta nas mãos pretas.

— Não foi nada demais. A outra enfermeira administrou muito bem.

— Enquanto as febres continuarem e o senhor não estiver bem, não está liberado — o médico decretou — Sr. Black, estamos apenas pensando no seu bem. Alimente-se bem, descanse e nos deixe trabalhar.

O homem suspirou cansado mais uma vez e saiu do quarto sendo seguido pela enfermeira, que parecia satisfeita pelo tom que ele usou comigo.

Deixei minha cabeça cair no travesseiro e gemi de dor quando senti o desconforto surgir.

Evil soltou uma risada fria.

— É ridículo você querer receber alta se não consegue nem mexer a cabeça sem gemer.

— Estou cansado de ficar aqui — fechei os olhos — Droga! Só quero sair e ajudar a Daphne. Não quero que ela se machuque. Não quero que aquele filho da puta a machuque. Juro por Deus que acabo com ele se...

— Pra isso, você precisa estar bem e desculpe, mas não me parece nada legal. Quer água?

— Não.

— Dylan, qual é!

— Margot, você consegue entender a situação em que estamos? — abri os olhos e a encarei irritado — É uma merda estar preso nessa cama sem poder ajudar minha própria esposa a matar o cara que já deveria estar morto há meses! A culpa é minha, certo? Eu tive a oportunidade de me livrar do Allan mais de uma vez. E o que eu fiz? O deixei ir. E agora ele está com Clara e... porra! Se algo acontecer com aquela menina, Marcus vai me matar.

Evil jogou o cabelo loiro para o lado e sentou mais ereta na poltrona branca. Ainda era estranho vê-la loira e não ruiva, mas combinava com ela, deixava-a mais vibrante e viva. 

— Por mais que eu adore ver o seu lado medroso por Daphne — fez gestos desinteressados com as mãos e fixei meus olhos nas unhas longas e redondas pintadas de preto —  você sabe muito bem que ela sabe se cuidar sozinha. E mais, ela tem a Catarina do lado. Ela vai ficar bem. Tenho certeza que os outros aparecerão quando chamados.

Dylan - ChicagoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora