— Valeu!

Dylan suspirou, mas não disse nada. Eu entendia que ele estava em seu limite com aquilo tudo e que queria tudo perfeito, mas ele tinha que parar e respirar ou iria infartar antes de reencontrar sua irmã.

— Tá, eu tô indo — Cat disse levantando-se. — Branna e John irão em uma consulta, mas devem vir para o jantar. Acha mesmo que não vai ser estranho juntar Nina, o ex dela e a atual dele?

Neguei.

— John disse que está tudo bem. E acho que Nina já superou ele.

— Espero. Branna e John não precisam de mais drama.

Concordei.

— Adeus! — Cat sorriu e soltou beijinhos de despedida.

— Já vai tarde — Dylan gritou para ela.

Revirei os olhos.

Dylan continuou fazendo suas coisas em silêncio. Encarei a xícara com café já frio e suspirei dramaticamente e bem alto para que ele me ouvisse. Dylan soltou uma longa respiração e se virou para mim com os olhos estreitos.

— O quê?

— Que tal tomar um relaxante banho na nossa nova banheira? — mexi as sobrancelhas sugestivamente.

— Adoraria, mas se eu não terminar isso, minha irmã fica sem comer — respondeu e se voltou para a pia e as verduras.

— Vai querer minha ajuda então? Eu posso... ah, cortar cebola?

— Não, estou bem.

Fuzilei as costas dele, mas Dylan nem notou. Eu até queria ajudar, mas se ele queria fazer tudo como se fosse o Superman ou a porra do Flash, que se foda.

— Beleza. Vou estar ajeitando o quarto das crianças — avisei e ele soltou um som de concordância — Pela terceira vez porque você já arrumou tudo duas vezes!

Revirei os olhos quando ele continuou em silêncio e desci do banco, saindo da cozinha sem dizer mais nada.

Eu não estava irritada com ele. Estava irritada porque ele não me deixava ajudar. Ficava dizendo que estava tudo bem e que ele podia dar conta. Eu sabia que ele dava conta, mas não tinha que fazer tudo sozinho e isso incluía se reajustar em uma vida com sua irmã. Eu já havia passado por isso. Sabia como era incrivelmente surreal e aterrorizador tê-los de volta.

O quarto dos gêmeos estava impecável. Algumas coisas deles saíram ilesas do incêndio e o que faltava foi fácil substituir. Mais uma vantagem em estar na família Black.

Os quartos de Nina e Jack também estavam prontos. Não decorados segundo o estilo deles como o quarto dos gêmeos parecia estar, mas o suficiente para deixá-los confortáveis. Dylan queria que a irmã e os sobrinhos ficassem conosco para sempre, mas eu achava que Nina iria optar por uma casa própria com o tempo. Se eu me lembrava corretamente, Nina gostava de ser independente e quase nunca recorria ao pai ou ao dinheiro da família quando estava precisando. Ela até tinha arranjado um trabalho normal antes de ser “assassinada”. Mas não deu muito certo porque Walter não gostou da ideia de sua filha fazendo tais atividades idiotas. Ele queria que Nina lutasse, matasse, reinasse até. Apesar de nunca ser uma opção para Walter que Nina assumisse a gangue no seu lugar pelo simples fato de ela ser uma mulher, ele queria que Nina soubesse se defender e que fosse tão implacável quanto ele.

Dylan - ChicagoWhere stories live. Discover now