A VIZINHA GOSTOSONA

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Mal parei na sua frente e a doida foi logo me abraçando gritando:

- Eu tenho MUITAS coisas para te contar!

- Hm... Deixe-me adivinhar... – fingi pensar um pouco para caçoar dela – Envolve o Evan, certo?

Gargalhei ao vê-la mostrar a língua e em seguida começar a puxar para a entrada da escola, sentindo alguns alunos nos olharem como se fôssemos dois extraterrestres. Admito que não discordo 100% dessa hipótese, pois, estamos longe de ser normais.

- Há sobre o Evan e surpreendentemente também sobre o papai, mas só vou contar na hora do intervalo.

Tive que conter a vontade de obrigá-la a me contar a fofoca sobre o monumento, é óbvio que desconfiaria do excesso de curiosidade e eu estaria encrencada se isso acontecesse.

- Por quê? – me limitei a perguntar.

- Ninguém mandou ficar me zoando, então agora pode ficar curiosa!

Reprimi um impulso de xingá-la e soltei uma risada forçada, nem sendo percebida por ela.

Foi uma verdadeira tortura ter que assistir às aulas antes do intervalo, queria saber sobre o que ela sabia sobre o Adam e se tinha o meu nome envolvido. Será que ela havia descoberto sobre nós? Com certeza não! Durante as malditas aulas não consegui me concentrar, passei o tempo todo tentando adivinhar o que Chloe iria revelar sobre o pai e não cheguei à conclusão nenhuma, trazendo mais nervosismo para o meu corpo. Algumas vezes os professores chamaram a minha atenção e isso fez com que a Chloe "Malvada" O'Donnell perguntasse qual era o problema e a resposta foi uma meia verdade

- Só estou com um pouco de dor de cabeça.

Estava com dor de cabeça, no entanto, ninguém fazia ideia que era por causa do Adam e o meu faro apurado, sentindo que algo ruim estava por vir.

Quase suspirei alto de alívio quando o sinal tocou, anunciando a hora do intervalo e arrumei meus materiais dentro da mochila em tempo recorde, esperando com impaciência a Chloe guardar o seu. Mas disfarcei quando seus olhos encararam os meus e começou a nos puxar para a direção do refeitório, no mais absoluto silêncio.

Fomos diretamente comprar nossos lanches, enquanto ela enchia sua bandeja com fatia de pizza e guloseimas, eu me senti satisfeita com uma maçã. Assim que pagamos para a senhora nada simpática da cantina, sentamos em nosso lugar habitual e esperei para dissesse logo o que queria contar. O problema é que ela estava disposta a me torturar.

Contou sobre a conversa que teve com a sua mãe na noite anterior, a mensagem que recebeu do Evan e a blusa linda que viu na vitrine de uma loja. Nada de tocar no assunto mais almejado por mim.

Estreitei os olhos quando perguntou de repente:

- Vamos correr depois da escola?

- Hãm?

- Correr, esticar as pernas ou sei lá como se referem ao exercício. – Tomou um gole do seu refrigerante diet – Se você topar, vamos direto para a minha casa e lá te empresto algum conjunto de ginástica. O plano é fazer o percurso da base.

Permaneci com os olhos estreitos.

- Ok, mas você odeia exercícios físicos!

- Posso fazer um esforço depois do que ouvi essa manhã.

Dei uma mordida na maçã.

- E o que você ouviu?

Roubei uma mordida do seu pedaço de pizza e um gole do seu refrigerante, fazendo-a rir antes de responder a minha pergunta.

O Pai da Minha Melhor AmigaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora