O Pai da Minha Melhor Amiga

A HORA DA VERDADE

Respirei fundo e finalmente falei tudo que estava engasgado em minha garganta.

- Eu odeio o modo como manda e desmanda em todos a sua volta, inclusive em mim! Não sabe o quanto me senti enganada quando me tratou com indiferença e frieza, até mesmo na frente de Chloe... Como se eu não fosse nada! – fechei os olhos e as mãos em punho – Despertou em mim a impaciência e agressividade que nunca tive, além de mexer com a merda dos meus pensamentos.

Tornei a abrir os olhos e ele estava próximo demais de mim novamente, entretanto, dessa vez não me importei, pois sabia exatamente o que eu ia dizer.

- Sempre fui uma garota centrada e inatingível, mas agora me sinto vulnerável em sua presença. Odeio me sentir assim, caramba! – ergui os braços quando me lembrei de um dos pontos mais importante – Além de me sentir uma vadia por trair a sua filha, que é minha melhor amiga e ficaria arrasada ao saber que estou de caso com seu pai garanhão.

Ele balançou a cabeça negando, antes de se defender.

- Já te falei que deixei de ser um cafajeste no colégio, então não venha querendo dizer algo que não sou!

Gargalhei forçadamente.

- Conta outra, Adam. – ironizei – Duvido que já não tenha desejado ficar com alguma ninfeta amiga da Chloe...

Novamente me interrompeu.

- Não, Heather, eu nunca sequer olhei para uma amiga da minha filha e pensei que me conhecesse o suficiente para saber que não sou esse tipo de homem, ao contrário já tinha te levado para cama desde o primeiro dia que nos vimos.

Sua resposta foi como um soco no estômago e que me fez ter vontade de chorar raiva, não sei se por me sentir humilhada ou por dar razão ao seu argumento. Não sou hipócrita de dizer que não me sentia quente e excitada só de pensar naquele homem me tocando, me fazendo sua um milhão de vezes. Era necessário apenas que ele me seduzisse com mais frequência e pronto, estaria entre seus braços ignorando o fato de que é o pai de Chloe.

- Viu? Mais uma vez me fazendo sentir uma vadia!

Num gesto de impaciência, ele coçou a barba por fazer e fez menção de tocar meu braço, voltou a colocar a mão no bolso quando viu que não seria uma boa ideia.

- Se trata de desejo, Heather. DE-SE-JO! – Fala pausadamente antes de continuar. – Algo que é normal um homem e uma mulher sentirem um pelo outro.

Revirei os olhos.

- Mas a Chloe...

Parei de falar quando senti os braços dele em torno da minha cintura, puxando-me contra seu corpo e apoiando sua testa na minha, colocando nossos lábios a centímetros de distância. Não consegui me mover e não porque ele estava me prendendo, muito pelo contrário, fiquei presa em seus olhos.

- Eu não estou propondo um casamento, só quero que demos uma chance para esse sentimento desconhecido e ver onde isso pode dar, ninguém precisa saber além de nós.

- Você, eu, John, Brandon, Evan, Zoe e Kyle, você quer dizer, não é?

Adam fez uma careta.

- Ok, a lista é um pouquinho maior.

Com um certo pesar, afastei-me de seus braços e andei até a janela, com vista da lateral da casa. Quase me convencera de esquecer das preocupações e culpa, infelizmente para ele, ainda não estava convencida por completo.

- E a Ruby?

Franziu o cenho confuso.

- O que tem ela?