CAPITULO CENTO E CINQUENTA - É REAL? OU ESTA NA MINHA MENTE?

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NARRADORA ON

Ela estava deitada, escutando o silêncio. Absolutamente sozinha. Ninguém a observava. Ninguém mais estava ali. Nem tinha absoluta certeza de que ela própria estivesse ali.

Muito tempo depois, ou talvez tempo algum, ocorreu-lhe que devia existir, devia ser mais do que pensamento incorpóreo, porque estava deitada, decididamente deitada, sobre alguma superfície. Portanto, possuía tato, e a coisa sobre a qual deitava também existia.

Ela se levantou e relanceou ao redor. Estaria em alguma ampla Sala Precisa? Quanto mais olhava, mais havia para ver. Um enorme domo de vidro faiscava ao sol, lá no alto. Talvez fosse um palácio. Tudo era imóvel e silencioso, exceto por aquelas estranhas lamúrias e pancadas surdas que vinham dali perto em meio à névoa...

Alison se virou lentamente no mesmo lugar, e o ambiente pareceu se reinventar diante de seus olhos. Um grande vão, claro e limpo, um salão muito maior do que o Salão Principal com aquele teto abobadado de vidro. Vazio. Ele era a única pessoa ali. Estava com medo.
Seus pensamentos sobrevoaram a sala.

– Alison...

Ela virou-se depressa. Alvo Dumbledore vinha ao seu encontro, animado e aprumado, trajando amplas vestes azul-escuras.

– Alison, como é bom te ver – Ele abriu bem os braços, e suas mãos estavam, ambas, inteiras, brancas e ilesas. – Garota maravilhosa. corajosa, muito corajosa. Vamos caminhar.

Aturdida, Alison acompanhou-o; Dumbledore a conduziu a duas cadeiras em que ela não reparara antes, dispostas a alguma distância sob aquele teto alto e cintilante. Dumbledore sentou-se em uma delas e Alison se largou na outra, fitando o seu antigo diretor. Os longos cabelos e barbas prateadas de Dumbledore, os olhos azuis penetrantes por trás dos oclinhos de meia-lua, o nariz torto: exatamente como ela lembrava. Contudo...

– Mas você está morto – disse Alison.

– Ah, sim – respondeu Dumbledore, sem rodeios.

– Então... eu estou morta também? Quer dizer...a morte ganhou...me tem de uma vez.

– Ah – disse o diretor com um sorriso ainda maior. – Essa é a dúvida, não é? De modo geral, minha cara jovem, acho que não. Acho que a morte ainda não ganhou...

Eles se encararam, o velho ainda sorrindo.

– Não? – repetiu Alison.

– Não.

– Mas... – Alison levou instintivamente a mão as costas a lua sumira – Mas eu deveria ter morrido... não me defendi! Deliberadamente deixei que me matasse!

– E isso, acho eu, terá feito toda a diferença.

A felicidade parecia se irradiar de Dumbledore como luz, como fogo: Alison jamais vira um homem tão absoluta e palpavelmente satisfeito.

– Explique – pediu Alison.

– Mas você já sabe. – E Dumbledore girou os polegares.

– Eu deixei que me matasse. Não foi?

– Foi – assentiu Dumbledore. – Continue!

– Então a parte da alma dele que estava comigo...

Dumbledore assentiu ainda mais entusiasticamente, instando Alison a prosseguir, um amplo sorriso de
incentivo no rosto.

– ... se foi? Pra sempre?

– Ah, sim! Ele a destruiu. A sua alma é inteira e totalmente sua agora, Alison...só existe você é nada mas

Talvez no fundo Alison soubesse que ele não falava só sobre a alma de James dentro dela.

𝐓𝐇𝐄 𝐇𝐄𝐈𝐑𝐄𝐒𝐒 | DRACO MALFOY (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now