CAPITULO CENTO E VINTE - FUTURO LORDE DAS TREVAS

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NARRADORA ON

Os dois homens se materializaram inesperadamente, a poucos metros de distância, na estreita ruazinha iluminada pelo luar. Por um momento eles ficaram imóveis, as varinhas apontadas para o peito um do
outro; então, reconhecendo-se, guardaram a varinha sob a capa e começaram a andar apressados na mesma direção.

– Novidades? – perguntou o mais alto dos dois.

– As melhores – respondeu Severo Snape.

A rua era ladeada por um silvado, à esquerda, e por uma sebe alta e cuidadosamente aparada, à direita. As longas capas dos homens esvoaçavam ao redor dos tornozelos enquanto eles caminhavam.

– Pensei que fosse me atrasar – disse Yaxley, suas feições grosseiras desaparecendo e reaparecendo à sombra dos galhos de árvores que e interpunham ao luar. – Foi um pouco mais complicado do que imaginei. Mas acho que ele ficará satisfeito. Você tem certeza de que será bem recebido? Fiquei sabendo que não era o favorito dele em Hogwarts

Snape assentiu sem dar explicações.
Os homens viraram para um largo caminho de entrada, à direita. A alta sebe margeava e se estendia para além do impressionante portão de ferro trabalhado que barrava a entrada. Em silêncio, ambos ergueram o braço esquerdo numa espécie de saudação e atravessaram o portão, como se o metal escuro fosse apenas fumaça.

As sebes de teixo abafaram os passos dos homens. Ouviu-se um farfalhar à direita. Yaxley tornou a sacar a varinha, apontando-a por cima da cabeça do seu companheiro, mas a fonte do ruído fora apenas um pavão alvíssimo, que caminhava, majestoso, ao longo do topo da sebe.

– Ele sempre soube viver, e ainda diz que passou tempo no exílio – com um bufo de desdém, Yaxley tornou a guardar a varinha sob a capa.

Um belo casarão se destacou nas trevas, no final do caminho reto, as luzes faiscando nas janelas em formato de losango do andar térreo. O saibro começou a estalar sob os pés, quando Snape e Yaxley apressaram o passo em direção à porta da frente, que se abriu à sua aproximação, embora ninguém parecesse tê-la aberto.

O hall de entrada era grande, mal iluminado e suntuosamente decorado, e um magnífico tapete cobria quase todo o piso de pedra. Os olhos dos rostos pálidos nos retratos das paredes acompanharam Snape e Yaxley assim que eles passaram. Os dois homens se detiveram à frente de uma pesada porta de madeira que levava a outro cômodo, hesitaram o tempo de uma pulsação, então Snape girou a maçaneta de bronze.

A sala estava cheia de pessoas silenciosas, sentadas a uma comprida mesa ornamentada. Os móveis que habitualmente a guarneciam tinham sido empurrados descuidadamente contra as paredes. A iluminação provinha das chamas vivas de uma bela lareira, cujo console de mármore era encimado por um espelho dourado. Snape e Yaxley pararam um instante à entrada. À medida que seus olhos se acostumaram à penumbra, sua atenção foi atraída para o detalhe mais estranho da cena: o vulto de uma pessoa aparentemente desacordada suspensa de cabeça para baixo sobre a mesa, girando lentamente
como se estivesse presa por uma corda invisível, e se refletindo no espelho e na superfície nua e lustrosa da mesa. Nenhuma das pessoas sentadas à roda dessa visão singular a encarava, exceto uma jovem pálida que estava praticamente embaixo. Parecia incapaz de se conter e erguia os olhos a todo instante.

– Yaxley, Snape – falou uma voz aguda e clara da cabeceira da mesa –, vocês estão praticamente atrasados.

O dono da voz estava sentado defronte à lareira, de modo que, a princípio, os recém-chegados tiveram dificuldade em distinguir mais que a sua silhueta. À medida que se aproximaram, porém, seu rosto se destacou na obscuridade, era bem como Snape lembrava.

𝐓𝐇𝐄 𝐇𝐄𝐈𝐑𝐄𝐒𝐒 | DRACO MALFOY (EM REVISÃO)Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon