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Henrique

- Henriqueee - abro meus olhos assustado, respirando com dificuldade, Enzo está a minha frente segurando meus ombros, meu pai me olha preocupado, minha sogra senta ao meu lado e segura minha mão.

- Fica tranquilo querido, minha menina é forte! - ela fala com segurança e aperta minha mão.

- Eu... Eu preciso ver ela - Dona Clara seca a lágrima que molha meu rosto.

- O doutor Fernando veio aqui falar com a gente cara - Nico empurra o Enzo e se ajoelha a minha frente - ele falou que a Lici está bem, os bebês estão bem - ele fala com um sorriso e eu suspiro aliviado - você vai ser pai mais uma vez cara, parabéns - ele me abraça e eu volto a chorar.

- Nico - chamo quando nos afastamos - a Lici sabia da gravides?

- Não - ele fala e da um sorriso fraco - ela disse que não tinha chance de estar grávida, ela toma o remédio certinho.

- Eu preciso conversar com ela Nico, ela tá pensando que eu trai ela.

- Como assim? - ele pergunta e todos me olham atentamente.

- A Bárbara foi na empresa, eu me aproximei dela pra mandar ela embora, mas ela me beijou, nesse momento a Alicia chegou, ela saiu correndo desesperada - isso volta a apertar meu coração.

- A gente acredita em você - minha sogra fala e da um sorriso -minha filha é igualzinho o pai, os dois são impulsivos demais, mas eu sei o quanto ela te ama e vai te ouvir, pode ficar tranquilo.

O doutor Fernando se aproxima e todos se levantam.

- Bom dia pessoal - ele fala e da um sorriso - A Alicia já acordou - assim que ouço isso um peso sai das minhas costas - o quadro dela já está bem melhor, como já disse da última vez que vim aqui a cirurgia foi um sucesso, um obstetra já analisou os fetos e eles estão muito bem também.

- A gente já pode ver ela doutor - pergunto ansioso.

- Um de cada vez, mas peço que o senhor seja o primeiro, faz mais o menos 1 hora que ela acordou e desde então ela está chamando o senhor - ele fala com um sorriso satisfeito.

- Posso ir agora?

- Claro, me acompanhe por favor - o sigo até um dos quartos e ele me deixa em frente à porta, respiro fundo e tento tomar coragem para abrir a porta e ver mais uma vez os olhos magoados da minha mulher, abro a porta lentamente e a encontro encarando o teto, vou caminhando lentamente até a maca e ela me olha, diferente do que eu esperava, ela me encara com seus lindo olhos cheio de amor.

- Oi - falo baixo.

- Oi - ela fala com a voz fraca - Me desculpa?

- Eu quem preciso pedir desculpa meu amor, eu sei que errei em não ir atrás de você me perdoa - aperto sua mão entre as minhas e beijo o lugar onde deveria estar sua aliança - Eu sei que esse não é o momento para isso, mas eu preciso me explicar, eu não beijei a Bárbara, ela me agarrou, eu não sabia que ela iria na empresa, eu nem sei como ela subiu porque a entrada dela está proibida.

- Eu sei que você não faria isso, agora eu sei - ela fala triste - Eu fiquei com tanta raiva quando vi você beijando ela, meu ódio por ela cresceu ainda mais e eu pensei que você ainda amasse ela.

- O único sentimento que eu sinto por ela é pena, todo meu amor é seu e dos nossos filhos - colo minha testa na sua - aliás, você me deu um grande presente, um não, dois.

- Eu queria muito ter descoberto de outra maneira, eu coloquei eles em perigo. Me desculpa - ela pede chorando, nossas lágrimas se juntam, não consigo mais segurar e colo nossos lábios, nosso beijo é cheio de amor e saudade, é um pedido de desculpa, mas acima de tudo é uma jura de amor.

- Vamos esquecer isso meu amor, vamos deixar isso de lado e vamos ser feliz - falo e lhe dou um selinho.

- Eu te amo - ela fala baixinho.

- Eu te amo muito mais - falo e sorrio.

Destino de um pai Onde as histórias ganham vida. Descobre agora