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Henrique

Ver o Renan desse jeito de novo me corta o coração, depois que a Gabi foi embora ele sofreu muito, entrou em uma depressão profunda, depois de um ano ele se recupero mas mesmo assim ainda sofria muito, no segundo ano foi pra Londres pra ficar com a tia Raquel, esse tempo em que ele ficou lá ele se empenhou muito na empresa que tem lá, só trabalhava e trabalhava, ele até tentou sair com algumas garotas mas nunca dava certo, no fundo todos nós sabíamos que ele só estava tentando enganar o coração pela falta da Gabi. Depois de tudo o que passamos agora ele está aqui novamente chorando e sofrendo como já tinha feito antes.

- Como eu pude Henrique? Eu passei quase 3 anos sem entrar naquela casa e se eu tivesse entrado eu saberia, saberia que minha princesa estava grávida e lutaria mais pra encontrar ela - ele fala soluçando.

- Você fez tudo o que estava ao seu alcance cara, não tinha como adivinhar que lá dentro teria uma notícia dessas. E você fez de tudo pra encontrar ela, mas ela não queria ser encontrada cara - falo tentando consola-ló.

- Ela fez uma surpresa linda pra mim - mesmo com as lágrimas descendo sem freio ele da um sorriso - ela fez uma faixa enorme escrito " estou a caminho papai, seu Pedro ou sua Niara " estava tão lindo, na cama tinha também essa caixa, mas eu não tenho coragem de abrir cara - ele fala olhando pra pequena caixa no seu colo.

- Vem vamos lá no escritório, você toma uma dose de uísque e abre a caixa - nos levantamos e fomos pro escritório, ele se senta no sofá e eu encho um copo de uísque e entrego pra ele - segura aí vou pegar gelo.

- Não precisa - ele fala e vira o copo todo, nossa.

- Então tá - vou até o sofá e me sento do seu lado, ele demora um tempo mas tira a tampa lentamente. Lá tem um par de pequenos tênis e um teste de gravides, ele vou a soluçar de tanto chorar quando toca nos sapatinhos.

- Olha como são lindos - ele pega os sapatinho e coloca nos dedos, ele olha de novo pra caixa e lá ele encontra uma carta, ele começa a ler e como se fosse possível chora com mais intensidade, Deus ele vai se desidratar

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- Olha como são lindos - ele pega os sapatinho e coloca nos dedos, ele olha de novo pra caixa e lá ele encontra uma carta, ele começa a ler e como se fosse possível chora com mais intensidade, Deus ele vai se desidratar.

Ele passa um tempo lendo a carta e quando acaba abre um sorriso a anos não via.

- Eu preciso encontrar meu amor, eu preciso mostrar pra ela que eu a amo e mostrar as provas que eu consegui - ele fala apressado se levantando, seguro seu braço e o puxo pra se sentar.

- Calma, você precisa ter um pouco de paciência.

- Tá eu vou ter paciência e ela vai embora - ele fala e faz uma careta - Henrique eu sou pai - ele abre os braços e da risada.

- E pai de uma menina - falo dando risada - certeza que meu garotão vai namorar com ela - bato meu ombro no seu.

- Cala a boca se o Benjamim ousar tocar na minha menina eu capô ele - ele faz uma cara de bravo que logo se torna tristeza - Eu perdi tanto tempo da vida da minha filha, a primeira gripe, o primeiro dentinho, primeiro passo, primeira palavra, eu perdi cara. Eu não vi o parto, não segurei a mão da Gabi igual tínhamos planejado quando pensávamos em filhos, eu não pude abraçar ela quando ela teve que ver nossa pequena tomando a primeira vacina, eu não ajudei ela a trocar a primeira fralda. Eu sou um grande pai de merda.

- Cara para de se culpar desse jeito - falo abraçando seu ombro, uma coisa ainda me intriga - Renan como será que a Niara te reconheceu?

- Não sei cara. Instinto?

- A claro - é tanta bobagem que eu ouço.

- Eu acho que preciso ir pra casa - ele se levanta de novo e seca o rosto.

- Nem pensar hoje você vai ficar aqui, vai pra casa depois - falo segurando seu braço.

- Eu to bem.

- Eu sei que tá, mas eu acho melhor ficar aqui, bem vamos subir te deixo no quarto que você gosta - fala e bato meu ombro com o seu.

- Aí eu posso repensar - ele da um mínimo sorriso - Você vai me ajudar a achar ela? - ele pergunta se virando subitamente para me encarar.

- Claro que vou, eu estou aqui pra tudo. Menos pra enterrar um corpo aí eu vou precisar te denunciar.

- Nossa muito obrigado pela colaboração.

Destino de um pai Onde as histórias ganham vida. Descobre agora