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Alicia

Passar a manhã com meus pais foi bom, mesmo não sendo uma coisa planejada, o Nico se tranquilizou bastante, meu pai lhe deu um belo puxão de orelha por ter se deixado abalar pelo que o Enzo fez e eu como uma bela irmã achei pouca a bronca. Dês de que meus pais saíram levando o Nico para passar o fim de semana juntos, estou aqui sentada pensando no que fazer sem meu baixinho, meu celular toca alertando uma nova mensagem, abro um grande sorriso por ver que é do Henrique.

" Preciso que venha na empresa as 13 horas, sem atraso"

Nossa que seco, o que foi que eu fiz? Fico lendo e relendo aquelas secas palavras para tentar lembrar o que foi que eu aprontei, porém nada me vem na cabeça, então respondo com um sempre "ok" e corro pro quarto, só preciso trocar de roupa porque já tomei banho, escolho uma calça jeans que está apertada e uma blusinha que também está apertada, droga estou engordando. Desço e pego a chave de uma das motos do meu marido, eu sou apaixonada por motos e obviamente meus pais odeiam por achar perigoso demais, mas o que posso fazer? Paixão é paixão.

Pego um capacete na prateleira e subo na moto

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Pego um capacete na prateleira e subo na moto.

- Alicia não prefere que eu te leve de carro? - Jorge pergunta vindo até mim.

- Não precisa, obrigada.

- Tudo bem, tome cuidado e vá com Deus.

- Fica com Deus também Jorginho - descobri no Jorge um grande pai, que meu paizinho não ousa isso se não estou morta.

Mesmo com um baita trânsito não demoro muito a chegar, entro no estacionamento do prédio e coloco a moto na vaga que sei que é do meu amado marido, até o estacionamento do prédio é bonito, muito bem iluminado e é até cheiroso, tiro o capacete e vou até o elevador que tem lá, aperto o botão do último andar e minha ansiedade aumenta, o que será que ele quer falar de tão importante? Subo na caixa de metal e começo a bater meu pé no chão, 20 segundos depois ele para e eu saio rapidamente.

- Boa tarde senhora Santtori - Andreia fala com um sorriso sínico, ergo minha sobrancelha involuntariamente, deixo de lado a educação que minha mãe me deu e passo reto, antes que eu possa chegar na porta ela segura meu braço - a senhora não pode entrar, o senhor Henrique está em uma reunião muito importante - Olho bem pra sua mão que estava segurando meu braço mas ela não solta, ouço uma voz feminina falando mas não dá pra entender.

- Solta meu braço agora - tento me acalmar mas está difícil.

- Não posso te deixar entrar - mas uma vez a voz dentro da sala fala, puxo meu braço e ela acaba me arranhando - Não foi minha culpa, você quem puxou o braço.

- Eu acho melhor você não falar mais nada perto de mim, se não eu juro que quebro essa sua cara de puta desses butecos bem baratos - falo e ando até a porta, a abro e vejo uma das piores cenas da minha vida, meus olhos enche de lágrima e minha perna treme, deixo a minha bolsa cair e os dois filhos da puta se afastam.

- Foi pra isso que pediu pra eu vir aqui? Pra eu ver vocês dois juntos? - na minha cabeça passa tanta coisa pra eu falar, mas isso é a única coisa que sai da minha boca, uma lágrima escorre mas eu não permito isso, ele não merece minhas lágrimas - aproveita seu homem vadia - tiro a minha aliança com raiva e jogo na direção do Henrique, mas pelo grito parece que meu alvo foi alterado. Ando até o elevador que por sorte estava com suas portas abertas, esbarro com alguns homens mas não me importo, aperto o botão da garagem e as portas se fecham, só assim permito que minhas lágrimas caiam livremente. Burra, é isso que eu sou, eu achei mesmo que o Henrique iria deixar de amar a Bárbara para me amar? Eu sou uma idiota mesmo. Por sorte deixei a chave no bolso da calça e meu celular na cintura, coloco o capacete e ligo a moto. Minha visão está turva mas isso não me impede de sair em alta velocidade, preciso ir pra casa dos meus pais, preciso do colo da minha mãe, acelero e vou cortando os carros, olho pra cima e o sinal está amarelo, não me importo e avanço, mas antes que eu possa atravessar sinto o impacto e sou jogada longe, olho pro lado e não enxergo nada, minha lente deve ter saído com o impacto, sinto uma forte pontada na cabeça e tudo escurece de repente.

Destino de um pai Kde žijí příběhy. Začni objevovat