Capítulo 66

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Pov Ballie Peak

Desde segunda que o Derek estava mais distante, e eu não conseguia entender o porquê. Agora era quinta-feira, e eu estava nas bancadas a assistir ao treino dele, que estava a ser um desastre. Ele falhava a bola e parecia completamente desconcentrado. Eu só queria saber o que estava a acontecer. Cruzo os braços, sentindo o frio a penetrar-me nos ossos, e observei o Derek tentar lançar a bola na direção do Theo, mas a bola foi na direção oposta. Eu estava preocupada e confusa, e o vento cortante fazia-me tremer. Olho para o Derek, que sai do campo antes de todos os seus colegas de equipa. Decido ir até ao carro dele e encosto-me à porta, ainda com os braços cruzados. Não tinha a menor ideia do quanto tempo passou, mas quando finalmente o vi a caminhar na minha direção, soube que algo não estava certo. Abro um sorriso para tentar acalmar a situação, mas o Derek simplesmente ergue uma sobrancelha, parecendo distante.

— O que fazes aqui? — ele pergunta, num tom ríspido.

— Vim ver o teu treino, que, por sinal, foi desastroso. E vim saber porque me estás a evitar. — respondo, olhando diretamente para os olhos dele. Ele suspira e coloca o seu equipamento no carro, parecendo relutante em responder.

— Não te estou a evitar, Ballie. — Ele respondeu, mas algo no tom dele não parecia sincero.

— Estás sim, Derek. Na faculdade, já não vens ter comigo. Não me ligas, não envias mensagens, nem sequer perguntas como correram as minhas aulas. Já nem apareces no meu quarto. Diz-me o que se passa contigo, agora. — A minha voz estava séria e firme, mas também repleta de angústia. Ele suspira novamente e esfrega o rosto com as mãos.

— Ballie, eu preciso de pensar. — Ele finalmente respondeu, evitando o meu olhar.

— Já pensaste? — Perguntei, sentindo o desespero crescer dentro de mim. Ele ergue uma sobrancelha e solta um pequeno riso, o que só me deixou mais frustrada.

— Não estou a achar piada à tua atitude, Derek. Estás a magoar-me. — digo, com a voz embargada, enquanto as lágrimas ameaçavam cair. O Derek pareceu hesitar por um momento, como se a minha dor o afetasse.

— Ballie... eu... — Ele começou a dizer, mas interrompi.

— Explica-te, por favor! — peço, desesperada. 

— Eu preciso de me ir embora. Espero que um dia me perdoes. - Aquelas palavras atingiram-me como um soco no estômago. Eu estava em choque, incapaz de compreender o que estava a acontecer. Ele entra no carro e arranca, deixando-me a olhar fixamente para o lugar onde ele estivera. A sensação de desamparo e confusão dominou-me, e as lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto. O Theo, que assistiu a tudo em silêncio, aproximou-se de mim.

— O que achas de irmos para colocar-te em casa, hm? — Ele sugeriu, com uma expressão de preocupação. Assenti, sem conseguir articular uma palavra, e seguimos para o carro dele.

O carro avançou, e eu sentia a paisagem passar sem realmente ver nada. Sentia o olhar do Theo sobre mim e fechei os olhos, tentando processar o que tinha acontecido. O meu coração doía, e eu sentia como se estivesse a afundar num abismo de tristeza e confusão. Quando finalmente o carro parou, saí e caminhei até ao meu quarto. Toda a minha força parecia esgotar-se, e eu só queria chorar e dormir. A fome não me afetava, mas eu sabia que precisava de cuidar de mim mesma. Fechei a porta do quarto e deitei-me na cama, abraçando o meu peluche Stitch. As lágrimas escorriam pelo meu rosto, e a sensação de vazio era avassaladora. Ele tinha prometido nunca me deixar cair, mas agora era a vez dos seus amigos me deixarem cair.

Dallie - o reencontro (PT-PT) (2°)On viuen les histories. Descobreix ara