Pov Ballie Peak
Eram seis e meia da manhã, e eu estava acordada há horas, incapaz de encontrar o sono. Fiquei deitada na cama, olhando para o teto, sentindo-me como se fosse uma batata, ou pior. A batata pelo menos não tinha o coração partido. Com um suspiro, decidi que precisava falar com Derek. Não importava que horas fossem, eu precisava de respostas. Saí do quarto e da casa, ainda vestida com o meu pijama. Não importava a minha aparência naquele momento. Caminhei até o quarto do meu irmão e bati à porta, mas não houve resposta. Com a chave que ele me confiara, abri a porta devagar, esperando não acordá-lo a ele e aos seus colegas de casa. Ele resmungou quando o sacudi, mas finalmente acordou, esfregando os olhos.
- O que diabos, Ballie... - ele murmurou sonolento. - Que horas são?
- Preciso que me emprestes o teu carro ou que me leves até à casa do Derek. - Disse a minha voz estava trémula. Ele verificou as horas e seus olhos arregalaram-se.
- Estás louca, Ballie. - ele murmurou com espanto. - São seis e meia da manhã! Não podias ter apanhado um Uber?
- Por favor, vem comigo. - supliquei. Ele suspirou e se levantou.
- Vou me vestir, e tu também deverias fazer o mesmo, não achas? - sugeriu e eu nego com a cabeça.
- Não me importo com a minha aparência, por favor, veste-te rapidamente. - Ele resmungou e entregou-me um casaco. Coloquei-o e suspiro de alívio - Obrigada. - Agradeci, enquanto ele reclamava.
Saio da residência e o frio atingiu-me imediatamente. O vento cortante indicava que a chuva estava a caminho. Entro no carro do meu irmão e ligo o aquecimento. Enquanto esperava naquele carro, o medo e a ansiedade apertavam-me o coração. Sentia que algo importante estava prestes a acontecer, mas não sabia o que era. Os meus dedos batiam no volante nervosamente, enquanto esperava o meu irmão juntar-se a mim.
- O que diabos está a acontecer, Ballie? - ele perguntou quando finalmente entrou no carro.
- O Derek disse que quer terminar tudo entre nós, mas eu preciso entender porquê. O que fiz de errado? Tenho tantas perguntas e nenhuma resposta. - suspiro e o meu irmão pareceu entender a minha dor.
- Pelo menos, vais ver o nascer do sol, o teu momento favorito do dia. - Ele tentou consolar-me, e eu assenti. Pelo menos isso.
Estaciono ao lado do carro do Shane, e fico sentada a olhar para a porta da casa dele, a luz do seu quarto estava acesa. Não tive coragem de bater à porta. Eu sentia-me pequena no mundo dele, como se não pertencesse mais. Olho para o meu irmão, que respeitava o meu silêncio. Sabia que ele estaria ao meu lado, não importava o que acontecesse. Quando finalmente a porta da casa do Derek abriu e ele saiu, meu coração deu um salto. Ele estava a despedir-se de alguém à porta, provavelmente do Shane. Saio do carro e fui até ao Derek, que olha para mim com surpresa.
- Eu não consegui dormir, Derek, então vim falar contigo. E tu vais me explicar o que está a acontecer. Por favor, eu acordei o meu irmão, conduzi de noite para estar aqui. Explica-me o que está a acontecer. - Olho para ele com os olhos marejados.
- Ballie, eu já te disse... é doloroso, eu sei. Mas quero terminar tudo o que tínhamos e não tínhamos... - Ele começou a dizer, e as lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto.
- Por favor, não me coloques de lado... - Supliquei em voz baixa, com a voz entrecortada. - Tens de me ajudar a entender-te. Por favor... Eu só quero compreender. Vamos para dentro de tua casa e vamos resolver. - Baixei o olhar, tentando controlar as lágrimas. O Derek suspirou, e o sol começou a nascer. Ele parecia estar a ponderar as palavras, mas eu não podia esperar mais. Olho para o meu irmão, que estava à espera no carro - Ok, então... vamos acabar tudo? - Perguntei, com a voz trémula. Soluços escaparam de mim.
- Ballie... - Ele começou a dizer, mas eu neguei e comecei a caminhar na direção do meu irmão.
- Não digas mais nada, Derek. - Solucei e tirei o colar que ele me deu. Entreguei-lhe, e ele olhou para mim, com os olhos cheios de pesar.
- O colar não... por favor. - Ele murmurou, mas eu balancei a cabeça e voltei para perto do meu irmão. Ele abraçou-me com força, e eu soube que ele estaria lá para me apoiar, não importava o que acontecia, ele era o meu porto seguro. O Derek arrancou o carro, e eu não tive a coragem de olhar para trás. Sabia que o nascer do sol se transformara no momento do dia que eu mais odiava.
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Dallie - o reencontro (PT-PT) (2°)
RomantikusDa mesma saga de "Thezza"... Derek Halles aparenta ter uma vida fácil, mas as aparências iludem. No seu interior, esconde um coração generoso que reluta em mostrar, mesmo perante os desafios que a vida lhe apresenta. Ele esforça-se para animar os am...