Capítulo 67

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Pov Ballie Peak

Eram seis e meia da manhã, e eu estava acordada há horas, incapaz de encontrar o sono. Fiquei deitada na cama, olhando para o teto, sentindo-me como se fosse uma batata, ou pior. A batata pelo menos não tinha o coração partido. Com um suspiro, decidi que precisava falar com Derek. Não importava que horas fossem, eu precisava de respostas. Saí do quarto e da casa, ainda vestida com o meu pijama. Não importava a minha aparência naquele momento. Caminhei até o quarto do meu irmão e bati à porta, mas não houve resposta. Com a chave que ele me confiara, abri a porta devagar, esperando não acordá-lo a ele e aos seus colegas de casa. Ele resmungou quando o sacudi, mas finalmente acordou, esfregando os olhos.

- O que diabos, Ballie... - ele murmurou sonolento. - Que horas são?

- Preciso que me emprestes o teu carro ou que me leves até à casa do Derek. - Disse a minha voz estava trémula. Ele verificou as horas e seus olhos arregalaram-se.

- Estás louca, Ballie. - ele murmurou com espanto. - São seis e meia da manhã! Não podias ter apanhado um Uber?

- Por favor, vem comigo. - supliquei. Ele suspirou e se levantou.

- Vou me vestir, e tu também deverias fazer o mesmo, não achas? - sugeriu e eu nego com a cabeça.

- Não me importo com a minha aparência, por favor, veste-te rapidamente. - Ele resmungou e entregou-me um casaco. Coloquei-o e suspiro de alívio - Obrigada. - Agradeci, enquanto ele reclamava.

Saio da residência e o frio atingiu-me imediatamente. O vento cortante indicava que a chuva estava a caminho. Entro no carro do meu irmão e ligo o aquecimento. Enquanto esperava naquele carro, o medo e a ansiedade apertavam-me o coração. Sentia que algo importante estava prestes a acontecer, mas não sabia o que era. Os meus dedos batiam no volante nervosamente, enquanto esperava o meu irmão juntar-se a mim.

- O que diabos está a acontecer, Ballie? - ele perguntou quando finalmente entrou no carro.

- O Derek disse que quer terminar tudo entre nós, mas eu preciso entender porquê. O que fiz de errado? Tenho tantas perguntas e nenhuma resposta. - suspiro e o meu irmão pareceu entender a minha dor.

- Pelo menos, vais ver o nascer do sol, o teu momento favorito do dia. - Ele tentou consolar-me, e eu assenti. Pelo menos isso.

Estaciono ao lado do carro do Shane, e fico sentada a olhar para a porta da casa dele, a luz do seu quarto estava acesa. Não tive coragem de bater à porta. Eu sentia-me pequena no mundo dele, como se não pertencesse mais. Olho para o meu irmão, que respeitava o meu silêncio. Sabia que ele estaria ao meu lado, não importava o que acontecesse. Quando finalmente a porta da casa do Derek abriu e ele saiu, meu coração deu um salto. Ele estava a despedir-se de alguém à porta, provavelmente do Shane. Saio do carro e fui até ao Derek, que olha para mim com surpresa.

- Eu não consegui dormir, Derek, então vim falar contigo. E tu vais me explicar o que está a acontecer. Por favor, eu acordei o meu irmão, conduzi de noite para estar aqui. Explica-me o que está a acontecer. - Olho para ele com os olhos marejados.

- Ballie, eu já te disse... é doloroso, eu sei. Mas quero terminar tudo o que tínhamos e não tínhamos... - Ele começou a dizer, e as lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto.

- Por favor, não me coloques de lado... - Supliquei em voz baixa, com a voz entrecortada. - Tens de me ajudar a entender-te. Por favor... Eu só quero compreender. Vamos para dentro de tua casa e vamos resolver. - Baixei o olhar, tentando controlar as lágrimas. O Derek suspirou, e o sol começou a nascer. Ele parecia estar a ponderar as palavras, mas eu não podia esperar mais. Olho para o meu irmão, que estava à espera no carro - Ok, então... vamos acabar tudo? - Perguntei, com a voz trémula. Soluços escaparam de mim.

- Ballie... - Ele começou a dizer, mas eu neguei e comecei a caminhar na direção do meu irmão.

- Não digas mais nada, Derek. - Solucei e tirei o colar que ele me deu. Entreguei-lhe, e ele olhou para mim, com os olhos cheios de pesar.

- O colar não... por favor. - Ele murmurou, mas eu balancei a cabeça e voltei para perto do meu irmão. Ele abraçou-me com força, e eu soube que ele estaria lá para me apoiar, não importava o que acontecia, ele era o meu porto seguro. O Derek arrancou o carro, e eu não tive a coragem de olhar para trás. Sabia que o nascer do sol se transformara no momento do dia que eu mais odiava.

Dallie - o reencontro (PT-PT) (2°)Where stories live. Discover now